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BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

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AS TRANSFUSÕES DE SANGUE E A BÍBLIA - NÃO ESTÃO EM CONFLITO

S. Mestre, 25.02.12

TRANSFUSÕES DE SANGUE E A BÍBLIA

As Transfusões de Sangue são erradas? Alguns dizem que são contra a Bíblia, contra Deus. Mas se as Transfusões de Sangue não são contra Deus, então muitas pessoas estão sofrendo de coração partido e infelicidade sem razão, particularmente quando os seus mais queridos estão em perigo por falta de sangue. Devemos examinar este assunto com cuidado.

ONDE PODEMOS ENCONTRAR PROVAS?


Quem ler os textos da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados fica pasmo com a falta de provas Bíblicas apresentadas para apoiar os argumentos sobre Transfusões de Sangue. São citadas vezes sem conta autoridades médicas e outras para colmatar a falta de base Bíblica. Considerando que as Transfusões de Sangue são um puramente um procedimento médico moderno, como qualquer outra operação que envolva a transferência de matéria viva de um corpo para outro ou parte de um corpo para outro, talvez não devemos ficar surpreendidos. Era impossível realizar tais intervenções até bem pouco tempo atrás.
Por outro lado Deus previu eventos do tempo presente; estes tempos de medo, estes tempos quando a promessa da vinda de Jesus é ridicularizada (Lucas 21:26; 2 Pedro 3:3-4). Mas ele não mencionou o procedimento das Transfusões de Sangue nem qualquer outros tratamentos médicos mencionados acima. Concluímos então que Deus não está especialmente interessado do ponto de vista religioso em Transfusões de Sangue. O Facto de poderem existir argumentos médicos contra as Transfusões de Sangue, é completamente irrelevante para o tema religioso. No entanto na brochura “Sangue, Medicina e a Lei de Deus” publicado em 1961 pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, o autor preenche pelo menos 36 páginas de um total de 62 lidando com fatores médicos (isso é 58% da brochura) e inclui mais de oitenta referências e citações a autores médicos. Tal proporção parece completamente errada, mas ilustra a escassez de evidência Bíblica sobre o assunto.

TRANSFUSÕES DE SANGUE É COMER SANGUE?

O que tem a Bíblia a dizer, isso é se tem, que esteja remotamente relacionado com as Transfusões de Sangue? A relação apontada, e tudo gira em torno deste relacionamento fraco, é que receber Transfusões de Sangue é equivalente a comer sangue. O comer sangue, é, claro, referido na Bíblia de uma maneira que restringia o seu uso por certo povo. Veremos estas restrições mais tarde. Por agora, perguntamos se as Transfusões de Sangue são o mesmo que comer sangue. A resposta obviamente é, não. Os efeitos de comer sangue, ou bebê-lo, seriam completamente diferentes dos efeitos ou potenciais efeitos de receber uma Transfusão de Sangue. As duas coisas são dois processos diferentes. Um transplante de rim é o mesmo que comer o rim de um companheiro humano? Claro que não! Os efeitos de inserir diretamente algo no corpo é inteiramente diferente da inserção por via do sistema digestivo.

Os efeitos de uma Transfusão de Sangue no recetor não só são diferentes dos efeitos de comer algo, mas o efeito de ambos dos casos no sangue também são diferentes. Receber o sangue através da boca significa destruir a vida no sangue; enquanto que uma Transfusão de Sangue não mata a vida no sangue que é transferido, mas incorpora-a no sangue que já lá está.

Num artigo sobre o sangue, a revista Sentinela de 1 de Dezembro de 1967 argumenta fastidiosamente que receber uma transfusão é “alimentar-se”, porque depois de longo tempo eventualmente o sangue acaba como veículo para o oxigénio e elementos do que se come, e é ele próprio desmantelado e reusado pelo corpo.

“Bem, pelos anos durante os quais o corpo se renova em novo corpo, este sangue veicular é usado ou consumido pelo corpo do paciente, o mesmo acontece com qualquer outro transplante de órgão. De que maneira, então, este desenrolar de coisas difere essencialmente de alimentar-se do sangue recebido pela transfusão? Os resultados são os mesmos: o corpo do paciente se sustenta da coisa inoculada.” (Traduzido do inglês, pág. 720).

Mas este argumento vai longe de mais. No sentido proposto o corpo de toda a agente continuamente se alimenta de sangue. Reconhecidamente do seu próprio sangue, mas note que a Sociedade não permite distinção entre o seu próprio sangue e o de outros:

“Cristãos maduros… não sentirão se eles tiverem algum do seu sangue armazenado para transfusão, será mais aceitável do que o sangue de outra pessoa.” (Sangue, Medicina…., páginas 14 – 15).
Este ensino leva à notável conclusão que toda a gente deveria remover o seu sangue para prevenir que o corpo se alimentasse dele. Mas Deus colocou o sangue no corpo e obviamente ele permite que se “alimentem” do sangue no sentido do que se está discutindo.

De facto, nenhuma das leis de Deus sobre o sangue usa o termo “alimentar-se,” mas “comer”*. Este processo acontece antes da digestão no estômago. Consumo de comida e o uso para sustentar o corpo segue-se ao processo chamado “comer”. Claramente as Transfusões de Sangue não têm nada que ver com “comer”.

*(Note que em relação ao sangue a Bíblia sempre usa o termo “comer” e “beber” em ver de “alimentar-se”. Em João 6:54,56 a Tradução do Novo Mundo tem uma exceção traduzindo a palavra “come” por “alimenta”, que é uma interpretação e não uma tradução exata.)

Agora consideraremos o ensino Bíblico sobre comer sangue. Houve três ocasiões onde Deus deu mandamentos sobre o assunto.

NOÉ E AS PRIMEIRAS RESTRIÇÕES SOBRE O SANGUE

A primeira lei na Bíblia restringindo comer sangue é dada a Noé (Génesis 9:3-4).

“Todo animal movente que está vivo pode servir-vos de alimento. Como no caso da vegetação verde, deveras vos dou tudo. Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer.”

Esta foi a primeira vez que foi permitido comer animais; antes do dilúvio só era permitido comer vegetais. Embora esta nova dieta tenha sido permitida, parece que Deus não se agradava com a matança de suas criaturas. Daí tornou o sangue um símbolo da vida da criatura, e introduziu a restrição proibindo comer sangue.

Esta restrição claramente aplica-se a Noé e seus filhos imediatos, e a implicação do contexto (veja Génesis 9:1-2) é que se aplicaria também aos seus descendentes que encheriam a terra. No entanto, notamos que os animais carnívoros não estavam restringidos de comer sangue de outros animais, mas sim de matar o homem. O homem tornou-se uma parte protegida da criação de Deus (Gén. 9:5-6):

“E, além disso, exigirei de volta vosso sangue das vossas almas. Da mão de cada criatura vivente o exigirei de volta; e da mão do homem, da mão de cada um que é seu irmão exigirei de volta a alma do homem. Quem derramar o sangue do homem, pelo homem será derramado o seu próprio sangue, pois à imagem de Deus fez ele o homem.”

O homem não poderia ser morto a não ser por castigo por ter morto outro homem. Isto tudo fazia parte da constituição preparada por Deus para a terra depois do dilúvio, para que a sua criação se pudesse multiplicar uma vez mais.

Agora é importante considerar a situação que surgiu mais tarde quando o homem se tinha multiplicado e enchido a terra. Eles construíram a torra de Babel e Deus confundiu a língua deles, e assim foram espalhados pela terra. Sem dúvida a nova constituição tinha cumprido o seu propósito principal e já não era necessária. Alguns dos seus estatutos foram revogados? A resposta é, Sim.

A proteção especial sobre todos os homens foi revogada para os inimigos de Israel. Pelo mandamento de Deus Israel destruiu nações e indivíduos que eram ofensivos perante Deus, por exemplo, as nações de Canaã. Isto era necessário, embora Deus claramente não goste do derramamento de sangue (Compare com 1 Crónicas 22:8). Mas assim como a lei que proibia o derramamento de sangue humano foi revogada por Deus, assim também o foi a lei de comer sangue.
Assim, embora na lei de Moisés a restrição sobre comer sangue tenha sido reafirmada e mais restrições adicionadas, é reconhecido que isto só se aplicava ao povo de Israel. Não estava vigente sobre o resto da humanidade. Isto fica claro lendo Deuteronómio 14:21:

“Não deveis comer nenhum corpo [já] morto. Podes dá-lo ao residente forasteiro que está dentro dos teus portões, e ele tem de comê-lo; ou pode ser vendido a um estrangeiro, porque és um povo santo para Jeová, teu Deus. (O parêntesis aparece na tradução do Novo Mundo).

Este comer de um animal que “morreu por si”, como é traduzido pela Ferreira de Almeida RA, significaria um animal em que o sangue já coagulara, e já não seria possível derramá-lo no solo como devia ser. Assim aos não Israelitas era permitido e até encorajado comprar e comer carne com sangue.

Para além das duas leis já mencionadas, outras que haviam sido dadas a Noé foram revogadas mais tarde. A distinção entre animais limpos e impuros (Génesis 7:2 e 8:20).
Isso foi revogado:

“Sei e estou persuadido no Senhor Jesus que nada é aviltado em si mesmo; somente quando um homem considera algo como aviltado, para ele é aviltado.” (Romanos 14:14. (Compare também Atos 10:10-15; Marcos 7:15, 18-20).

Os sacrifícios de animais, que foram observados por Adão, Noé e Abraão antes da vinda da lei de Moisés, foram revogados (Hebreus 10:11-12). Restrições sobre comida e bebida e também a guarda de dias especiais foram todas revogadas (Col. 2:14-17):
“E apagou o documento manuscrito [que era] contra nós, que consistia em decretos e que estava em oposição a nós; e Ele o tirou do caminho por pregá-lo na estaca de tortura. Desnudando os governos e as autoridades, exibiu-os abertamente em público como vencidos, conduzindo-os por meio dela numa procissão triunfal. Portanto, nenhum homem vos julgue pelo comer ou pelo beber, ou com respeito a uma festividade ou à observância da lua nova ou dum sábado; pois estas coisas são sombra das coisas vindouras, mas a realidade pertence ao Cristo.”

A Sociedade admite isto em relação ao Sábado, e cita esta passagem. Veja “Coisas em Que É Impossível que Deus minta” (página 295(inglês)). Para serem justos estas passagem também deveria ser aplicada a comida e bebida.

O SANGUE SOB A LEI DE MOISÉS

As principais passagens Bíblicas que proíbem comer sangue encontram-se na lei cerimonial de Moisés. (Veja Lev. 3:17; 17:13-14; Deut. 12:23-25; etc.) Esta lei agora é desnecessária. Em “Sangue, Medicina e a Lei de Deus” na página 6, isto é admitido sem convicção, mas com mais convicção em “Vida Eterna” página 331:

“No dia de Pentecostes do ano 33 E.C. a velha lei da aliança foi removida e a nova aliança inaugurada por Jesus Cristo no céu tomando o seu lugar. (Efésios 2:14,15; Colossenses 2:13,14; Hebreus 10:8-10) Isto significa então, que a proibição contra comer e beber sangue assim como estava na velha lei Moisaica foi removida? Sim!”

Mais uma vez, a revista Sentinela de 1 de Dezembro de 1967 confirma isso na página 717:

“… Deus encravou a lei de Moisés à estaca de morte de Jesus Cristo e aboliu-a. (Col. 2:13,14; Ef. 2:13-15).”

Se este facto foi realmente aceite, é difícil de entender porque praticamente metade da suposta evidência Bíblica sobre Transfusões de Sangue apresentada pelas publicações Torre de Vigia vem da lei cerimonial. Se o uso destas passagens teve a simples intenção de apresentar princípios e o significado da restrição sobre o sangue, só ó último artigo citado dá alguma pista sobre isso. E mesmo aí, é certo que os princípios não foram corretamente deduzidos. O princípio Bíblico é:

“…a vida de toda a carne é o seu sangue” (Lev. 17:14, RA)

A vida, ou alma, é dita estar só no sangue da criatura morta, figuradamente. A criatura pode morrer sem perder o seu sangue, e então onde está a sua vida? A vida não é idêntica ao sangue ou até à parte material do sangue. De forma similar a carne e sangue de Jesus são tornados símbolos da vida eterna, (João 6:53-56); e é nos dito para comer e beber deles, porque carne e sangue estavam envolvidos na provisão da vida eterna. Não é que esta vida eterna residisse realmente na sua carne e sangue. É é nos dito comer deles, e não por comer a verdadeira carne e sangue de Jesus que podemos obter a vida eterna.

Como símbolo da vida, o sangue era usado na lei cerimonial (no altar)para expiação pelas vidas dos homens (Lev. 17:11) e por isso não era para ser comido. Já que o sangue de animais não é nos dias usado dessa forma, a restrição não tem aplicação.

O significado mais abrangente e correto de “nephesh” (= alma, vida) é reconhecido pela Sentinela de 1 de Setembro de 1968, página 250, e com verdade afirma:

“Assim, a Bíblia ensina que a alma é a vida da qual você desfruta. A sua alma é VOCÊ. Quando você vive, você é uma alma vivente. Quando morre, a alma está morta.”

Quando lemos “Sangue, Medicina…” emerge uma história diferente, página 8:

“Não podemos remover de nosso corpo parte desse sangue, que representa a nossa vida, e continuar a amar Deus com toda a nossa alma, porque removemos parte da nossa alma – nossa alma – e a demos a outra pessoa.”

O argumento que aparece aqui não tem cabimento quando comparado com o que Jesus fez. Ele entregou completamente a sua verdadeira vida pelos seus amigos, não somente uma parte do sangue. Não podemos acusá-lo de não amar Deus com toda a sua alma. Mais uma vez, a partir do argumento na brochura, podemos deduzir que, por removermos uma certa quantidade de sangue de uma pessoa e doá-lo a outra, estamos tomando uma parcela da alma de um e dando isso a outro, e essa pessoa que recebeu o sangue agora tem uma alma e mais por exemplo um oitavo de alma. O argumento é claramente ilógico. Não concorda com o ensino da Bíblia, que é que a alma é a pessoa, e não parte dela que possa ser medido.

A ÁGUA DE BELÉM

Outro argumento irrelevante publicado pela Sociedade(veja “Sangue, Medicina e a Lei de Deus” páginas 5-6), é tomado da ocasião em que o rei David recusou beber a água que os seus homens trouxeram de Belém, porque ele disse que havia sido como sangue de suas vidas que eles puseram em perigo (1 Crónicas 11:18-19). Isto é somente outro exemplo de tomando um líquido, neste caso água, para representar a vida de pessoas. Não era obviamente as suas verdadeiras vidas; mas devido ao perigo que incorreram em obtê-la, a água representava as suas vidas. Ao fim ao cabo os homens eram mais importantes para David do que a água, e por isso recusou bebê-la. Notamos que foi água que David recusou beber, e não sangue. Era errado ele beber qualquer outra água? Obviamente que não. Da mesma forma, porque a alguns foi proibido o sangue, não quer dizer que não seja comestível, ou que todos tenham sido proibidos de usá-lo.

REGULAMENTOS DO CONCILIO DE JERUSALÉM

O Concílio de Jerusalém é mais relevante para o caso da proibição de comer sangue para Cristãos, do que a água de Belém. Mas, a Transfusão de Sangue não é o mesmo que comer sangue; por isso nem mesmo este argumento é aplicável. Para mais, veremos que está aberta a muitas dúvidas, nos dias de hoje, a decisão desse Concílio proíbe tomar sangue, mesmo pela boca.

O relatório do Concílio de Jerusalém está registado para nós em Atos capítulo 15, e a decisão relevante era a seguinte:

“Pois, pareceu bem ao espírito santo e a nós mesmos não vos acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as seguintes coisas necessárias: de persistirdes em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e de coisas estranguladas, e de fornicação.” (Atos 15:28-29)

Vejamos, esta decisão do Espírito Santo e dos Apóstolos foi tinha originalmente a intenção de ser aplicada aos gentios das Igrejas da Antioquia, Síria e Cilícia (Atos 15:23), nas congregações mistas que se encontravam nesses lugares, quando estas Igrejas foram estabelecidas. A decisão foi tomada no contexto da demanda que os crentes gentios fossem circuncidados e guardassem a lei de Moisés (Atos 15:5). Foi repetida (Atos 21:25) no contexto de uma acusação contra Paulo dizendo que ele ensinava os Judeus a deixarem a lei, o que era mentira. Estes eram problemas das Igrejas daquele tempo. Não surgiram de um momento para ou outro, tinham estado em ebulição por algum tempo, ocasionalmente rebentando em conflito aberta, A primeira ocasião aconteceu imediatamente depois do Apóstolo Pedro retornar de uma visita à casa de Cornélio para pregar o evangelho. Os apoiantes do grupo da circuncisão contenderam com Pedro. (Veja Atos 11).

Se examinarmos a história destes problemas, veremos que eles sempre tinham que ver com a circuncisão e a lei de Moisés. Os decretos do Concílio de Jerusalém, como seria de esperar teriam alguma ligação com isso. Os decretos tinham como objetivo prover uma solução para as dificuldades, e como iremos ver, fizeram isso mesmo.

No entanto, olhando para os argumentos apresentados no Concílio, fica claramente provado pelo testemunho do Espírito Santo que guardar a lei era desnecessário para os gentios; a sua fé era suficiente para purificar-lhes o coração (Atos 15:8-9). Os Apóstolos esforçavam-se em evitar colocar os gentios sobre qualquer jugo desnecessário. Pedro chama a lei de “jugo” (Atos 15:10), e os decretos do Concílio foram cuidadosos em evitar “acrescentar um fardo adicional” aos discípulos (Atos 15:28). Apesar disso, foi imposto um fardo de quatro decretos de abstinência. Por isso deve ter havido alguma razão porque estes fardos em particular, foram considerados necessários. Que razão seria essa?

Em três casos os decretos se referem ao comer. Se olharmos para trás para a origem da controvérsia veremos que a questão sobre comida estava lá.

“De modo que, quando Pedro subiu a Jerusalém, os [patrocinadores] da circuncisão começaram a contender com ele, dizendo que ele tinha ido à casa de homens incircuncisos e havia comido com eles. (Atos 11:2-3)

A objeção à ação de Pedro em ter ido até Cornélio era que ele tinha estado com gentios e comeu com eles. Esta era a dificuldade enfrentada pelos judeus que queriam manter a lei. Era impossível mantê-la e ao mesmo tempo comer com os gentios.

TRAZENDO PAZ PARA A IGREJA

A decisão do Concílio de Jerusalém era bem equilibrada para enfrentar a situação que existia entre crentes judeus e gentios. Por um lado permitia aos gentios quase completa liberdade do jugo da lei; mas por outro lado restringia os gentios no que seria suficiente para permitir os judeus partilhar refeições com eles. Este era o objetivo principal dos decretos sobre comida oferecida a ídolos, sangue, e animais estrangulados. Os decretos permitiam que tanto judeus como gentios, tanto aqueles que desejavam guardar a lei, e aqueles que não o queriam fazer, viver em harmonia; trazendo assim paz à Igreja(Agora podemos entender a referência a Moisés sendo pregado, no julgamento feito por Tiago nesse Concílio (Atos 15:21). Não era que, se os judeus estivessem pregando Moisés, os Cristãos gentios teriam que guardar e pregar toda a lei. Pelo contrário, porque Moisés era pregado pelos judeus e muitos seguiam isso, os decretos tinham que tomar isso em consideração. Se removermos a pregação de Moisés e os seguidores, e a necessidade dos três decretos desaparece).

Ao implementarem estes decretos ambos os lados podiam mostrar amor uns pelos outros. Os gentios mostravam amor ao se sujeitarem a algumas restrições no que se refere a suas dietas; enquanto que os judeus mostravam amor e respeito pelo crente gentio ao estar na companhia deles, uma privilégio que não se estendia aos outros gentios. O quarto decreto sobre fornicação não é do mesmo caráter e foi incluído por uma razão diferente que mencionaremos mais tarde.

Daquilo que já escrevemos, deve ficar claro que os primeiros três decretos dependiam das circunstâncias que existiam entre dois partidos dentro da Igreja, aqueles que queriam guardar a lei, e os que não queriam. Essas regras tinham sentido nessas circunstâncias; mas em outras circunstâncias são realmente necessárias? Estas regras eram para ser aplicadas em todas as Igrejas? Fica claro a partir do ensino de Paulo em suas cartas que a resposta a estas questões é, Não.

O ENSINO DE PAULO DEPOIS DO CONCÍLIO DE JERUSALÉM

Paulo é muito claro sobre a restrição sobre o que comer. Ele estava convencido de três coisas:
1. Nenhuma comida é moralmente prejudicial por si só; quer seja oferecida a ídolos, ou sangue ou o quer que seja.
2. Quando comemos devemos fazê-lo em fé e dando graças a Deus, completamente seguros em nossas próprias mentes .
3. Podemos comer desde que isso não afete negativamente os outros. Se isso ofender ou causar dano a outro, então temos que nos restringir por amor a eles.

Este ensino vem claramente de 1 Coríntios capítulos 8 e 10, Romanos Capítulo 14, Colossenses 2:16-17 e 1 Timóteo 4:4-5; embora estas epístolas tenham sido escritas bastante tempo depois do Concílio de Jerusalém, e daí com total conhecimento dos seus decretos - O registo da primeira pregação em Corínto, por exemplo, não se encontra senão no capítulo 18 de Atos. Recomendamos que o leitor leia essas passagens antes de continuar.

Os três pontos do ensino de Paulo são ilustrados pelas seguintes citações:

Ponto 1:
“Sei e estou persuadido no Senhor Jesus que nada é aviltado em si mesmo; somente quando um homem considera algo como aviltado, para ele é aviltado.” (Romanos 14:14)

“Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; Porque do Senhor é a terra e a sua plenitude. Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência.” (1 Coríntios 10:25-27, RA)

“Não há nada de fora dum homem passando para dentro dele que possa aviltá-lo; mas as coisas que procedem do homem são as que aviltam o homem… Assim declarou limpos todos os alimentos.” (Marcos 7:15-20)

Veja outras passagens relevantes: 1 Cor. 8:4,7; 10:19-20; Col. 2:16-17; Rom. 14:2-4, 20; 1 Timóteo 4:4-5.

Ponto 2:

“A razão disso é que cada criação de Deus é excelente, e nada deve ser rejeitado se for recebido com agradecimento, porque é santificado pela palavra de Deus e pela oração sobre [ele].” (1 Timóteo 4:4-5)

“Mas, se tiver dúvidas, já está condenado, se comer, porque não [come] em fé...” (Romanos 14:23).

Veja também Romanos 14:2,5,20; 1 Cor. 8:7.

Ponto 3:

“Assim, pois, empenhemo-nos pelas coisas que produzem paz e pelas coisas que são para a edificação mútua. 20 Parai de demolir a obra de Deus só por causa do alimento. Verdadeiramente, todas as coisas são limpas, mas é prejudicial para o homem que come com motivo para tropeço. 21 É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer algo que faça teu irmão tropeçar.” (Romanos 14:19-21).

“Mas, se alguém vos disser: “Isto é algo oferecido em sacrifício”, não comais, por causa daquele que o expôs e por causa da consciência. “Consciência”, digo eu, não a tua, mas a da outra pessoa. Pois, por que haveria de ser julgada a minha liberdade pela consciência de outra pessoa?” (1 Cor. 10:28-29)

Veja também Rom. 14:13,15-16; 1 Cor. 8:1,9-13;10:23-24)

APLICANDO O ENSINO DE PAULO NOS DIAS DE HOJE

Fica claro a partir do ensino de Paulo que os decretos do Concílio de Jerusalém ou haviam sido revogados, ou nunca tiveram a intenção de serem absolutamente e universalmente aplicados. A última destas possibilidades é que muito provavelmente estará correta. Os decretos eram aplicados onde e quando fossem necessário para trazer paz e harmonia para dentro da Igreja. Aplicavam-se particularmente às Igrejas onde havia uma mistura de judeus e gentios. Os escritos de Paulo dão a razão para a existência de tais decretos. Ele sumariza a situação dizendo,

“Guardai-vos para não vos tornardes causas de tropeço para judeus, bem como para gregos e para a congregação de Deus.” (1 Coríntios 10:32)

Todos os homens deviam ser tratados com o bem deles em mente. Quer crente ou descrente. Poderia ser um judeu que queria obedecer à lei de Moisés, ou um gentio que achava difícil separar coisas usadas na adoração falsa da própria adoração.

Os princípios ainda são aplicáveis hoje, mas vivemos num mundo muito diferente daquele do primeiro século. É pouco provável causarmos dano a um irmão ou conhecido pela comida que comemos nestes dias ( veja Romanos 14:15); mas ao recusar permitir Transfusões de Sangue a um dependente, podemos realmente ficar responsáveis pela sua morte. Isto não mostraria o princípio do amor, que é a base de todos os decretos.

Alguns podem argumentar contra o que escrevemos sobre os decretos. Se os primeiros decretos de restrições podem ser tratados desta forma, que dizer do quarto sobre a fornicação? É permitida agora? A resposta é, Não. Paulo trata a fornicação de um modo completamente diferente. Ele mantém que todos os crentes devem se manter afastados disso.

“Nem pratiquemos a fornicação, assim como alguns deles cometeram fornicação, só para caírem, vinte e três mil [deles], num só dia.” (1 Cor. 10:8)

A restrição no que diz respeito à fornicação é claramente mantida por Paulo em passagens como 1 Cor. 6:18; Gál. 5:19-21; Ef. 5:3-5 e outras. Em nenhum lugar encontramos qualquer sugestão de como tendo sido abolida. Em ugar algum aparece a sugestão de que a sua aplicabilidade depende das circunstâncias.

Uma razão provável para a fornicação aparecer juntamente com os decretos sobre comida oferecida a ídolos, sangue e animais estrangulados, é que assim como os outros estavam intimamente ligados à idolatria.

NÃO EXISTE QUALQUER INDÍCIO NA BÍBLIA CONTRA TRANSFUSÕES DE SANGUE


O estudo acima mostra que não existe um argumento Bíblico substâncias contra as Transfusões de Sangue com o propósito de salvar vidas. As lei sobre comer sangue foram dadas com o propósito apropriado para as circunstâncias de Noé, Israelitas, e os Cristãos gentios do primeiro século. Como descobrimos, os propósitos não são definitivamente apropriados para os dias de hoje. Mesmo que fossem, seria errado confundir a Transfusão com o ato natural de comer. A Sociedade adultera a evidência Bíblica em suas publicações falíveis.

O USO ERRADO DO MEDO

Uma das características mais fortes das publicações deles sobre Transfusões de Sangue é a tentativa que é feita para amedrontar os leitores pela descrição horrenda do que poderá acontecer como resultado de uma Transfusão. É como o ensino da Cristandade sobre o inferno de fogo, que não base bíblica também. Que sofrimento horrível e desnecessário é infligido aos corações daqueles assediados por esta doutrina, particularmente aqueles que têm filhos.

Quão diferente é a atitude dos Apóstolos. Ele não viram razão para assustar os crentes no que se refere o sangue. No que foi possível eles evitaram qualquer tipo de fardo, e através de decretos do Espírito Santo ofereceram paz e amor à Igreja. Desta forma foram capazes de trazer grande alegria aos discípulos; mentes que não estavam atormentadas com a morte.

A exigência de que um Cristão deve se abster de Transfusões de Sangue impõe um jugo injustificado sobre ele com a intenção de causar tristeza. Não há desculpa para isto. A consciência de outro não ficará machucada por recebermos uma Transfusão no hospital. Nem a nossa dádiva de sangue torna difícil que outro continue com o seu modo de vida tradicional. Certamente em qualquer dos casos não estaremos desobedecendo a Deus, porque tal exigência não existe.

J.S.G

Tradução: S. Mestre

O Sábado na Dispensação Cristã

S. Mestre, 12.02.12

EMBORA isto tenha sido concebido como uma resposta àqueles que dizem que os cristãos devem observar o sétimo dia como um dia de descanso deve ser dito logo à partida que não procuramos impedir qualquer pessoa que sinta que isso seja desejável para si própria. Todo homem é permitido a liberdade de estar plenamente convicto em sua própria mente (Romanos 14:5), mas somos obrigados a resistir a qualquer tentativa de estabelecer uma lei para os outros, e assim estando de fato a julgá-los (14:10 ). Nesta passagem, Paulo parece estar advertindo-nos contra aqueles que fazem essa tentativa, ou que apresentam demandas sobre o que deve ser comido ou não (14:3, 14), e deve-se notar que, quando ele divide os irmãos em fortes e fracos, são aqueles que não se permitem a liberdade que são chamados de fracos. A abstinência não é em si um sinal de força.

É notável que Paulo, escrevendo a uma igreja mista de judeus e gentios, tenha-se referido à santificação dos dias dessa maneira, pois deve anteriormente ter sido o costume judeu de guardar o sábado, e não da parte dos gentios. Se Paulo quisesse insistir que o sábado devesse ser guardado pelos gentios, é praticamente inevitável que essa permissão aparente de tratá-lo como os outros dias tivesse sido mal interpretada: e, inversamente, se tivesse realmente sido o desejo de Paulo de que o sábado devesse ser separado , é inconcebível que como uma pessoa lúcida (para não falar de um apóstolo inspirado), ele não tivesse dito, neste contexto, nada nesse sentido.

Mas, na verdade a situação é ainda mais notável. Parte do caso para guardar o sábado é que a sua santificação faz parte dos Dez Mandamentos, e que o resto dos Dez Mandamentos ainda está em vigor. Mas, neste contexto, Paul acabara de escrever sobre alguns aspetos desta lei: assassinato, adultério e cobiça são incluídos em "Amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (13:9). No entanto, ele pode ao mesmo tempo avançar e dizer que é indiferente fazer distinção de dias ou não! Aqueles que conheciam os Dez Mandamentos não poderiam escapar a conclusão inferida aqui. Não faz nenhuma diferença que, como alguns supõem, Paulo possa ter escrito no décimo quarto capítulo sobre dias santos dos gentios e não judaicos, exceto que podemos dizer, de passagem, que não é provável que ele tivesse visto com prazer a continuação da santificação dos dias dedicados aos ídolos; pois o fato permanece que quaisquer conclusões que os membros judeus da igreja pudessem tirar sobre dias dos gentios, os gentios poderiam, com a mesma razão, tirar sobre o sábado. "Todos os dias iguais" (14:5) simplesmente não permite "um dia diferente", como uma questão de obrigação.

Esta conclusão é reforçada em Colossenses 2. Jesus, por sua cruz, aboliu a lei que estava contra nós (2:14), e imediatamente somos fortalecidos contra sermos julgados sobre comida, bebida, festa, lua nova ou sábado (2:16). Novamente, esta igreja deve ter incluído muitos gentios, e a conclusão a que teriam chegado não pode ser ignorada. Aqueles que defendem a necessidade de guardar o sábado dizem que não é dos sábados normais, que estão aqui previstos, mas o "sábado alto" especial associado com outras festas. Mas isso não pode ser aceite, em primeiro lugar porque as outras festas já foram mencionadas, e os seus sábados estarão incluídos nelas, em segundo lugar, porque, como a lua nova acontece em cada mês, por isso, é razoável supor que os sábados, nomeado logo em seguida, ocorrem a cada semana, e, terceiro, porque esta mesma expressão, "luas novas e sábados", ocorre em Ezequiel. 46:1, 3. Esta última é particularmente importante, porque aqueles que acreditam que devemos guardar o sábado nos dias de hoje apontam para o futuro, quando passagens como esta sugerem que ele vai ser de novo observado, e supõem que a observância é contínua desde os dias Moisaicos até ao Milénio. No entanto, este é exatamente o que a combinação de Ezequiel e Colossenses mostra ser insustentável. Aquilo a que Ezequiel se refere, as luas novas e sábados semanais, é agora em Colossenses dito como uma questão de liberdade.

Mas, novamente nos deparamos com as probabilidades da situação: se Paulo tinha a intenção que os cristãos gentios devessem guardar o sábado, não teria ele sido obrigado a retirar a implicação óbvia dessa passagem que eles não precisam de fazer isso?

Sabatistas (palavra usada não no sentido abusivo, mas simplesmente para resumir a sua posição em uma única palavra) insistem que a Lei que foi cumprida pela Cruz do Senhor Jesus era a lei ritual de oferendas e ordenanças, que é a única, dizem, apropriadamente descrita como a Lei de Moisés. Não incluía os Dez Mandamentos, que são a Lei de Deus, foram dados antes da lei ritual, e foram gravados em pedra pelo dedo de Deus. E particularmente não incluía o sábado, que remonta à criação (Gén 2:3), e fora ordenado a Israel antes mesmo dos Dez Mandamentos serem dados (Êxodo 16:23-30). Os fatos históricos estão corretamente apresentados, mas a conclusão não pode ser sustentada. Por mera prioridade histórica não iria provar que o sábado sobreviveu à morte de Jesus: a aliança da circuncisão era de 400 anos antes da Lei (Gén 17:10; Gál 3:17.), Mas foi de comum acordo feita supérflua pela Cruz (Gál. 5:2). E existe de qualquer maneira, prova irrefutável para mostrar que as conclusões baseadas na escrita sobre a pedra devem ser abandonadas.

Pois é esta mesma parte da lei ,"escrito e gravado em pedra", que Paulo usa como ilustração quando ele a contrasta com a Lei do Espírito (2 Coríntios. 3:3), quando ele diz "a letra mata "(3:6), e fala do" ministério da morte "(3:7) ou o" ministério da condenação "(3:9). Esta aliança gravada em pedra é um símbolo para toda a Antiga Aliança (3:14) para que, em vez de estar separada do restante da Lei, ergue-se como seu representante. É inútil afirmar que, enquanto as duas tábuas de pedra foram colocados dentro da Arca da Aliança o livro da Lei foi meramente colocado ao seu lado, pois em primeiro lugar, o livro teria de estar acessível, e, em segundo, os Dez Mandamentos estavam contidos no livro, bem como sobre a pedra.

Paulo nos obriga a reconhecer, no entanto, que estes mandamentos estão na mesma posição no que diz respeito ao seu cumprimento pela morte de Cristo, assim como o restante da Lei de Moisés. Claro que isso não significa que estamos livres de qualquer coisa contida nesses mandamentos, não mais que o cumprimento do restante da lei significaria que não é mais necessário amar o nosso próximo como a nós mesmos (Lv 19:18) . Mas isso não significa que os mandamentos nas tábuas de pedra, se mantêm apenas na medida em que eles são uma parte autorizada das leis do amor: "Amaras o Senhor teu Deus de todo o teu ser", e "Amarás ao teu próximo como a a ti mesmo ".

A única maneira possível de superar o peso da evidência contra a observância que essas passagens contêm, seria apresentar isso como um mandamento claro e convincente que obrigaria os cristãos a admitir que as palavras de Paulo em Romanos, Colossenses e 2 Coríntios tinham sido incompreendidas. Isso poderia incluir, também, imaginem como Paulo poderia ter-se expressado de forma tão ambígua que o equívoco fora possível, mas essa situação teria de ser aceite.

Mas tal pronunciamento claro não se encontra. Poderíamos ter esperado encontrá-lo, talvez, nessa passagem, onde os Apóstolos decidiram que os gentios não precisavam ser circuncidados (Atos 15), especialmente desde que eles nessa altura estabeleceram certos guias de conduta que eram pedidos aos gentios que observassem ( 15:20, 29). Este teria sido o lugar onde teria sido imposta a guarda do sábado: "Você não precisa ser circuncidado, embora isso tenha sido ordenado antes de Moisés, mas você deve manter o sábado, que também veio antes" ficaria claro, e, se era na verdade, necessário. Como Paulo, Tiago e os anciãos abriram as portas para o mal-entendido, se realmente pensavam que o sábado devia ser guardado: e nós não os podemos debitar por esta falta de antevisão. Mas eles realmente foram um pouco mais além: "Moisés tem de tempos antigos os que pregam, é lido nas sinagogas todos os sábados" (15:21). O lugar adequado para apresentar reivindicações Mosaicas é na sinagoga, e no sábado: não em assembleias cristãs a qualquer momento. E é difícil ver a menção do sábado aqui em conexão com a abandonada pregação Moisaica , senão como uma expressão de liberdade nessa questão também. E tal ideia, originando em Tiago, é provável que tivesse peso em alguns setores que ficariam menos impressionados com a mesma doutrina se tivesse originado em Paulo.

Quando os sabatistas são convidados para apresentar o caso claramente, eles começam (como na publicação dos Adventistas do Sétimo Dia ", Que Sábado devemos guardar?") com referência a Mat. 5:17-19: "Todo aquele que violar um menor destes mandamentos, e assim ensinar aos homens, o mesmo será chamado o menor no reino dos céus". Mas é claro que este dito não tem em especial nada que ver com quer os Dez Mandamentos ou o sábado pois a "lei e os profetas" incluem, não apenas o conjunto do Pentateuco e a maior parte dos escritos históricos e proféticos do Antigo Testamento , mas possivelmente na linguagem popular o resto do Antigo Testamento também (ver Lucas 16:29, 31; 24:27, 44). A proibição contra quebrar os mandamentos não pode, portanto, ser entendida no sentido de que toda a lei é obrigatória nestes dias, porque sabemos que não o é, e assim não pode ser usado para fortalecer a observância do sábado. Deve-se concluir que Jesus diz o seguinte: o meu cumprimento da Lei não é o seu abandono, mas a colocação dele em um plano superior. O que eu ofereço agora não é uma lei mais leve, mas uma forma mais abrangente, e ninguém tem título de oferecer licença em vez de obediência. O plano de obediência é ampliado e aprofundado o seu conteúdo, mas já não diz respeito a mandamentos contidos em ordenanças. Se o sábado está em causa nesta maior obediência é uma questão que não é tocada aqui, e deve ser decidida a partir de outras provas. Isto, de fato, já foi feito, e esta passagem não enfraquece as conclusões ali formadas.

São-nos então, apresentadas duas passagens do Antigo Testamento que abençoam aqueles que observam o sábado. Elas são Isa. 58:13-14 e 66:22-23. A fragilidade de tais provas para esta dispensação está evidente antes de ser examinada, e o exame em si não muda esse panorama. A passagem anterior leva os culpados por quebrar o sábado da nação judaica pela mão, e diz-lhes que se mudarem serão recebidos. Sem dúvida, isso é assim, e outras evidências de que o sábado pode ser reinstituído na época do Reino se harmonizam com isso. Mas isso não tem nada a ver com o dever dos cristãos em nossos dias. E este último ainda mais expressamente diz respeito a esse tempo, e novamente, ao associar a lua nova e sábado para o futuro, destaca a conclusão de Col. 2 que nenhum deles é validamente exigido para o presente.

Em seguida, é dito que Paulo guardava o sábado, e que os gentios que o ouviam nas sinagogas também. Agora, em que medida o próprio Paulo guardava o sábado não é descrito nas Escrituras, mas não precisamos duvidar de que ele tanto descansava e (como está claramente registado) pregava nas sinagogas no mesmo dia. Mas, em relação a isso, os hábitos pessoais de Paulo na matéria não são provas. Ele era circuncidado e tinha ido para Jerusalém, fazia votos rituais, e guardava as festas, mas todo o seu ensinamento deixa claro que ele não exigia tal coisa dos gentios e até mesmo em sua própria conduta ficou muito comovido com a necessidade de ser para os judeus como judeu, para que pudesse ganhar os judeus. E quanto a seus hábitos de sinagoga, e a presença dos gentios para ouvi-lo (Atos 16:13, 17:2; 18:4, 11), é difícil de ver como ele poderia ter pregado lá em qualquer outro momento e mantido a audiência. O sábado era o dia em que os serviços da sinagoga eram realizados e, portanto, o dia em que um judeu que pudesse desejar dar testemunho de Jesus iria e falaria sobre ele. E deve ser dito de passagem que estar presente na sinagoga não fazia parte da prescrição divina de guardar o sábado: era um costume judeu salutar e útil, mas para aproveitá-lo não há nenhuma indicação de simpatias sabatistas.

Além disso, é nos apontado o aviso de que aqueles que veriam a destruição de Jerusalém deviam orar para que a sua fuga não acontecesse "no inverno nem no sábado" (Mateus 24:20). O livrinho que citamos diz que isso mostra que "Cristo ensinou que o sábado do quarto mandamento seria obrigatório até mesmo em 70 d.C.". Mas é claro que não mostra nada do tipo, não estabelece nada mais do que uma festa sagrada de inverno. A referência é, evidentemente, para a inconveniência de viajar às pressas, tanto sob os obstáculos naturais do inverno, e os inconvenientes humanos de um dia ainda geralmente observado como um dia de descanso.

Finalmente, é dito em Lucas 6:5 que "o Filho do homem é senhor também do sábado". O que o livrinho perversamente diz disso é "o sábado é o dia do Senhor". Isso pode ser que seja assim, ou talvez não, mas o versículo não diz nada para sugerir isso. Todo o cenário de fundo é contra o sabatarianismo estrito. Os judeus se queixavam que os discípulos debulhavam o milho nesse dia, e em vez de responder a eles, como ele poderia muito bem ter feito, que isto não era o que Moisés queria dizer com "trabalho servil", o Senhor remete-os para uma violação manifesta da lei por David, em matéria dos pães da proposição. Agora, ele diz, em efeito, vocês reconhecem a autoridade de Davi para quebrar a lei do pão. Eu tenho autoridade ainda maior do que ele na questão do sábado. Qualquer coisa mais destrutiva da opinião de que o sábado é absolutamente inviolável seria difícil de imaginar.

Mas a prática de nosso Senhor neste assunto nos traz mais perto de uma conclusão positiva. Todas as evidências em favor da observância do sábado já foram descartadas, mas Jesus tem outra coisa a dizer. Na questão do homem com a mão atrofiada, afirmou que é lícito fazer o bem no sábado, ele autoriza o resgate e alimentação de animais neste dia, e ele diz também, quando as atividades no sábado foram postas em causa, "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também". "Até aqui" significa "até agora", e sugere que o verdadeiro trabalho de Deus ainda não foi concluído, e seu verdadeiro descanso ainda não chegou. Ele sugere, também, que as obras de Deus ainda são a obra dos discípulos de Jesus antes da chegada do grande descanso, e isso leva-nos ao ensinamento final e convincente da Epístola aos Hebreus.
"Deus descansou no sétimo dia de todos os seus trabalhos. . . . Portanto, resta um repouso sabático para o povo de Deus. "O descanso de Deus é aquele em que os seus santos irão compartilhar. Foi negada a Israel quando eles entraram em Canaã por conta de sua indignidade, e a exortação é para todos, "Esforcemo-nos, para entrar naquele descanso". É um descanso futuro, e ainda é, em certo sentido presente também. "Nós que temos crido, entramos no repouso", e toda a vida cristã é um sábado. Antes de Jesus vir servia para dar descanso àqueles que trabalhavam e estavam cansados e oprimidos, estávamos abatidos em nossa semana de trabalho diário de obras carnais. Não havia descanso para nós nesse tempo, nem a paz também. A nossa lei era uma lei das obras, e nós não podíamos ter descanso, nem poderiam as nossas obras nos trazer alguma recompensa. Mas agora é diferente. A lei da fé tornou-nos livres da lei do pecado e da morte, fé e as obras estão em contradição. "Nós que acreditamos (ou seja, ter fé), entramos no descanso" é o nosso título de propriedade para o presente, bem como para o futuro.

Isso não significa que o cristão não faz nenhum trabalho de todo, porque toda a sua vida é um sábado. Pelo contrário, significa que sua obrigação é fazer, cada dia de sua semana de sete dias um sábado, tudo para a glória de Deus. Sua tarefa todos os dias, em casa, no trabalho e no campo específico do Evangelho é o trabalho daquele que o enviou. Este é o ideal apresentado perante os santos pelo seu Senhor. É de uma só peça com todas as suas revisões do antigo: o Senhor não pede menos, mas mais. É nos dito, não só não matar, mas não odiar ou ficar com raiva, não só não cometer adultério, mas também evitar o olhar lascivo, e agora, não para guardar um dia da semana, mas sete, como santos ao Senhor.

A. D. NORRIS

Tradução: S. Mestre

Guardar o Sábado

S. Mestre, 12.02.12

Guardar o sábado

POR UMA FILHA DE SARA.

QUANDO os irmãos e irmãs do Senhor Jesus se reúnem no primeiro dia da semana, não é para observar o dia como um sábado, mas para lembrar o Senhor ausente de acordo com o que ordenou. A guarda de um dia de sábado não é uma obrigação para eles, mas, pelo contrário, eles são aconselhados pelo apóstolo dos gentios, para tomar cuidado ao observar dias - (Gál 4:10, 11; Col. 2:16, 17).

Ao escrever aos crentes gentios, em Roma, ele diz: " Aquele que faz caso (no original em grego, φρονέω, observa, honra, respeita n.t.) do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz”(SBP). A partir disto, torna-se evidente que a observância de um dia de sábado não está entre as coisas necessárias em obediência ao Evangelho de Cristo. O apóstolo dá permissão para qualquer fraco na fé, que possa sentir escrúpulos sobre o assunto, observar o dia para o Senhor; mas ele não pode julgar os seus irmãos na matéria, que não colocam importância sobre qualquer dia em especial; mas que consideram cada dia santo ao Senhor, tendo consagrado a si mesmos e tudo o que têm para o seu serviço para sempre.

Mas há alguns que dizem que parte da lei dada por ou por intermédio de Moisés aos filhos de Israel, a saber, Os Dez Mandamentos, permanecem como foram dados, e são para ser aceites na sua totalidade por aqueles que entraram na Nova Aliança, o que foi confirmado por um maior que Moisés, e que é proclamado ser o fim ou conclusão da lei, e que, portanto, somos obrigados a manter o quarto, bem como os outros nove mandamentos. Isto seria um assunto muito sério, se viéssemos a descobrir assim como o rei Josias, que temos vindo a negligenciar a palavra do Senhor, e deixando por cumprir tal obrigação importante como seja a guarda do sábado. Vejamos em que condições devia ser guardado, e o que foi ordenado ser feito àqueles que infringiam a lei do sábado, e então seremos capazes de julgar e estar inteiramente seguros em nossa própria mente se a ordenança do sábado permanece para ser observada ou está entre a categoria de ordenanças que foram removidas do caminho, sendo abolidas naquele que fez de judeus e gentios um novo homem em si próprio. Em Êxodo 31:14, lemos: "portanto, guardareis o sábado, porque é santo para vós outros; aquele que o profanar morrerá; pois qualquer que nele fizer alguma obra será eliminado do meio do seu povo. Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do repouso solene, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer alguma obra morrerá. Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações." Aqui está a lei do sábado, e a pena aplicada a qualquer um que a quebrasse. Foi ordenado aos Filhos de Israel que matassem aqueles que profanassem o sábado (Núm. 15:32, 35). Se estivermos sob esta lei, devemos fazer o mesmo. Não nos atrevemos a escolher (como Saul, que foi rejeitado pela sua desobediência), uma parte, e dizer "Eu vou guardar esta parte do mandamento, e deixar de fora uma outra parte dele." Nós estamos ou sob a lei, e vinculados a guardá-la de ponta a ponta, ou fomos libertados dela, e cumprimos o seu espírito nos novos mandamentos que temos em Cristo.

Paulo designa a lei como um ministério da morte, e assim foi, "A alma que pecar, essa morrerá." Tomemos o terceiro mandamento: "Não tomarás o nome do SENHOR, teu deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão." Qual era a pena aplicada ao transgressor deste mandamento? "Aquele que blasfemar o nome do SENHOR será morto; toda a congregação o apedrejará; tanto o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome do SENHOR, será morto." Se estamos sob a lei somos obrigados a realizá-lo como Deus ordenou. Tome o quinto mandamento: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu deus, te dá." A bênção prometida à guarda deste mandamento deve levar à conclusão que os filhos de Israel na terra a eles prometida, por si só, pode ser resposta para à pergunta: “A quem foi dada esta lei?”. Não se pode aplicar aos santos no nosso tempo porque eles não estão na posse da terra e, portanto, não podem permanecer muito tempo na mesma, ainda que obedientes. Havia alguma pena a ser infligida onde esta lei fosse desobedecida? Sim, "Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos… todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá” (Deut. 21:18, 21). Eis aqui a lei dos dez mandamentos – um ministério da morte. Será que estamos sob ela? Se estamos, somos obrigados a cumpri-la em todos os detalhes. Tome o sexto mandamento: "Não matarás." Havia uma penalidade para o transgressor dessa lei? Sim, "Aquele que mata qualquer homem deve ser condenado à morte" Aqui, novamente, temos o ministério da morte -. (Lev. 24:17). Os santos não têm a liberdade de colocar em prática esta penalidade nos dias de hoje. Tome o sétimo mandamento: "Não adulterarás." A morte era a pena da violação deste mandamento? Sim, "Será morto o adúltero e a adúltera” - (Levítico 20:10). Se os dez mandamentos são obrigatórios para nós, então devemos realizá-los ao máximo. Os santos não têm a liberdade de realizar esta penalidade no presente. Mas são vinculativos para aqueles que creem e obedecem ao Evangelho de Cristo? Não. Embora semente de Abraão, estamos livres da lei através de Cristo, que nos redimiu com o seu sangue precioso para si mesmo. Estamos agora apenas sob a lei para ele.

Mas, embora não sob a lei, nossas vidas estão em harmonia com todas as suas necessidades, porque o amor a Deus e o amor ao próximo é o espírito e a essência da lei, como determinado pela obediência. Nós não fomos só libertados da lei, mas da sua maldição. Segundo a lei, a morte era a pena da sua violação deliberada. De acordo com Cristo, toda a espécie de pecado é proibido, mas todo tipo de pecado será perdoado a quem confessar e renunciar a ele. Segundo a lei, um homem era autorizado a tomar vingança sobre alguém que lhe fez um ferimento, mas sob Cristo, devemos esperar até que Deus nos vingue. Segundo a lei, um pecador devia ser condenado à morte. Sob Cristo, devemos esperar que ele venha e vingue os injustos, e os transgressores de toda a espécie. Temos que aguentá-los, e sofrer em suas mãos, não devemos retribuir o mal com o mal, mas pelo contrário abençoar, como também Cristo o nosso exemplo orou pelos seus assassinos. Segundo a lei, a guarda do sábado era para ser recompensada por bênçãos múltiplas no tempo presente na terra. Sob Cristo estamos esperando para guardar o sábado que resta para o povo de Deus, e que foi prenunciado nos termos da lei. Iremos descansar da nossa labuta e sofrimento, que durou por toda a longa noite dos tempos dos gentios. Então, devemos regozijar diante do Senhor quando Jerusalém ressurgir e brilhar, e quando todas as nações correrão até ela para aprender a lei do Senhor, para que possam andar nelas. E os gentios estarão sob a lei para Jeová, e, em seguida, todas as famílias da terra serão abençoadas, andarão em obediência a Ele; guardando sábados e luas novas, e as solenidades. Enquanto isso, os irmãos e irmãs de Cristo são estrangeiros e peregrinos, procurando agradar a Deus pela obediência aos Seus mandamentos. Estes mandamentos estão preservados para nós nos ditos e escritos de Cristo e seus apóstolos. Se a guarda do sábado, e os outros nove mandamentos permanecem para nós, para observância, certamente tão importante assunto não seria deixado na obscuridade, especialmente como um conselho dos apóstolos foi convocado com o fim especial de considerar se os gentios deviam guardar a lei de Moisés. Certamente, este teria sido o momento de dizer que o sábado devia ser mantido e para avisar os irmãos contra negligenciar a guarda do dia de sábado. Eles não mencionam isso, nem em qualquer das cartas preservados para nós que qualquer um dos apóstolos tenha ordenado aos irmãos que lembrassem o dia de sábado para o santificar. Seu raciocínio e persuasão estão todos na direção oposta. Cristo e os seus mandamentos é o fardo de ensino deles. Alegremo-nos, irmãos e irmãs, que Cristo nos libertou, e estejamos firmes nessa liberdade, tendo uma boa atenção à lei que ele nos deu, que ele próprio sumariou em duas bases, que são, Amar Deus com todo nosso coração, e amar uns aos outros ardentemente. Se estes habitarem em nós e não faltarem, não seremos nem estéreis nem infrutíferos na obra do Senhor; e podemos ter a esperança de uma entrada abundante no reino de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Deixemos de retinir sobre a lei da qual Cristo nos libertou, e vamos sim estudar as coisas que foram ordenadas e consideremos uns aos outros para nos estimularmos ao amor e boas obras. (The Christadelphian : Volume 16 (1879)

 

Tradução: S. Mestre

Lúcifer - A verdade sobre a identidade de Lúcifer

S. Mestre, 06.02.12

Lúcifer - A verdade sobre a identidade de Lúcifer

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã (traduzido às vezes como Lúcifer), filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! “ (Isaías 14:12).

A Terrível Realidade do Mal

Muitas vezes é difícil para as pessoas enfrentar a questão do mal. A sua existência é um fato gritante, feio e inegável. No entanto, a maioria de nós naturalmente evita aquilo que nos apresenta problemas embaraçosos, para além da nossa capacidade de resolvê-los.

O mal tem estado presente desde o início da história. A luta incansável entre as “forças do bem e do mal” – independentemente de como o termo possa ser compreendido - continua hoje com força crescente! A violência da sociedade de hoje, a taxa de criminalidade crescente, a história constante de derramamento de sangue, são evidências desse fato.

Mas a questão ainda permanece sem resposta: Qual é a verdadeira fonte do mal? Existe alguma força externa sobre as quais não temos controlo, exercendo uma influência negativa sobre nós? Existe um “diabo” sobrenatural, como tem sido a base da doutrina da Igreja durante séculos? Se isto é assim, como é que nós mesmos temos consciência de fazer algo errado, ou nos sentimos desconfortáveis quando somos culpados de algo - sendo este o caso, mesmo com crianças pequenas?

Mais importante ainda: quem ou o que nos faz fazer o que é errado? Ou somos totalmente culpados pelos nossos próprios erros?

A história da luta do Bem e do mal desde os primeiros tempos - quase todas as culturas têm mantido algum tipo de crença numa luta eterna entre as forças do bem e do mal. Um mundo pagão concebeu filosofias de seres sobrenaturais que envolvia demónios e diabos com poderes assustadores e exerciam uma influência terrível sobre a humanidade. Como sempre havia um Deus principal do “bem” que se acreditava estar num lugar de felicidade algures nas regiões superiores da atmosfera, e por isso havia a necessidade de um deus sombrio chefe do “submundo”, para proteger os espíritos dos mortos nas sombras escuras de uma área misteriosa e profunda abaixo da superfície da Terra.

Inventividade Humana

A partir destas antigas superstições a mente inventiva do homem fabricou a fantasiosa noção da igreja de um monstro super-humano, chamado Diabo, a personificação absoluta de toda forma de mal e iniquidade; um poder a ter em conta, uma criatura quase tão poderosa quanto o próprio Deus.

Desta forma, o Cristianismo ortodoxo sobrepôs as crenças e superstições pagãs dos povos civilizados e bárbaros sobre os ensinamentos da Bíblia para ganhar o controlo sobre eles, e encontrou um bode expiatório para a maldade, alguém que foi o originador e instigador de tudo o que é mau e ímpio. Alguém em quem o homem poderia jogar a sua própria responsabilidade de fazer o que é errado e culpando-o: “Ele fez-me fazer isso!”

Esta invenção deu origem à introdução de novos erros no ensinamento da Igreja, pois o Diabo e os seus supostos “anjos maus” deviam ter as suas vítimas! Uma vez que os cadáveres não desaparecem misteriosamente, mas corrompiam-se, então obviamente o Diabo tinha que com as suas garras apanhar a “almas” dos mortos que, sendo maus, não são aceitas no céu. Por isso, foi fundamentado que o homem deve possuir “alma imortal” - um ensinamento que não se encontrada de todo na Bíblia! Já que as almas ímpias não podem ir para o céu, elas são enviados na direção oposta - para um lugar chamado inferno, debaixo da terra!

Naturalmente, estes argumentos entram em colapso quando se percebe que o homem não possui uma alma imortal. Examine as Escrituras do início ao fim, e você nunca irá encontrar a expressão “alma imortal.” Estas duas palavras nunca ocorrem juntas - nem no mesmo versículo - em toda a Bíblia!

O início da vida e o verdadeiro significado de “Alma”

A Bíblia fala claramente sobre a origem do homem e da sua alma. “Formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” (Génesis 2:7). Esta declaração é simples, e fácil de entender. Os elementos utilizados para a formação e criação do primeiro corpo humano foram retirados da terra. Aqueles que duvidam disso rejeitam as próprias palavras do próprio Jesus Cristo pois ele claramente aprovou este relato da criação do homem: “desde o princípio, os fez homem e mulher” (Mateus 19:4). Se Jesus Cristo, o Filho de Deus, não sabia o que era verdade sobre a origem do homem, quem o saberia? Ou acreditamos no apoio de Cristo no relato de Génesis, ou rejeitamos todo o ensinamento da Bíblia. Não há meio-termo.

Tendo feito o primeiro homem, Deus, então, “ lhe soprou nas narinas o fôlego de vida.” A Bíblia não diz que Deus soprou em suas narinas o “fôlego de vida eterna” - ou “vida sem fim.” Simplesmente, “o fôlego da vida”

A criatura a ser conhecida como “homem” estava agora viva: “e o homem passou a ser alma vivente.” Mais uma vez, note a simplicidade e objetividade do texto. A palavra traduzida por “vida” é de uma palavra hebraica, chay, de chaya, que significa “vida” ou “vivo”. Olhe atentamente para a forma em que esta palavra é usada em Génesis 1:20, 21, 24, 28, 30. Note, também, a sua aplicação a todos os animais da criação, em Génesis 2:19.

A palavra “alma” parece ter um significado enigmático para muitos, como se isso implicasse em si mesmo que o homem é imortal. Não é assim. Traduzida a partir da palavra hebraica nephesh, significa simplesmente “uma criatura viva, que respira, uma pessoa; um animal.” A palavra nunca é usada na Bíblia em relação à imortalidade.



Verdadeiro significado da palavra “alma”

A Bíblia aplica a palavra nephesh de várias formas, mostrando absolutamente que a palavra enfatiza a mortalidade da humanidade e toda a vida animal. Por exemplo, aprendemos que:

- uma “alma” nasce: (Génesis 46:18, RC);
- uma “alma” pode comer: (Êxodo 12:15, RC);
- uma “alma” pode ser comprada: (Levítico 22:11);
- uma “alma” pode ser livrada da morte: (Salmo 56:13);
- uma “alma” pode morrer: (Josué 11:11, RC);
- até mesmo uma alma sem pecado, morreu: (Isaías 53:12, RC).

A palavra nephesh palavra ocorre 754 vezes no Antigo Testamento. Em 326 lugares a “alma” é dito estar sujeita à morte, em 203 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 123 lugares é dito ser livrada da morte, o que implica a sua sujeição à morte.

No Novo Testamento a palavra grega equivalente é psyche, que ocorre 106 vezes. Em 45 lugares é dito estar sujeita à morte, em 29 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 16 lugares é dito ser livrada da morte. A “alma”, nunca é descrita como sendo imortal. Nem pode ser aplicada para representar algo dentro de humanidade que continua a viver, após a morte. Não há, então, almas imortais para flutuarem para longe, seja para cima ou para baixo para o céu ou para o inferno. Pelo contrário, a Bíblia claramente ensina que o homem é totalmente mortal, e que no momento da morte ele deixa completamente de existir.

Depois de Adão e Eva terem quebrado o mandamento de Deus, Deus pronunciou a sentença de morte sobre eles: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.” Deus não fez menção a uma” alma”sendo separada do corpo com a cessação da vida. Em vez disso Ele disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden” (Génesis 3:22-24).

Na Morte, o Homem Deixa de Existir

O relato da criação mostra que o homem foi criado uma criatura vivente. Nada mais do que isso é explícito ou implícito.

Há também evidências abundantes, estabelecidas em termos claros e de fácil compreensão, o que confirma que, no momento da morte, a vida humana deixa de existir. Depois de “o fôlego da vida” deixar o corpo, nenhuma outra “vida” permanece. A Palavra de Deus declara:

    - “Na morte, não há recordação de ti [Deus]; no sepulcro, quem te dará louvor?” (Salmo 6:5).
    - “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios. “ (Salmo 146:3-4).

    - “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”(Eclesiastes 9:5,6,10).
    - “A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova” (Isaías 38:18).
    - “Ali [na sepultura], os maus cessam de perturbar, e, ali, repousam os cansados.” (Jó 3:17).
    - “David… morreu e foi sepultado, e o seu túmulo [ou seja a evidência de como está morto] permanece entre nós até hoje.... Tendo David servido à sua própria geração, conforme o desígnio de deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção.” (Atos 2:29; 13:36).
    ”Lázaro adormeceu... Lázaro morreu...” (João 11:11,14).

Céu, Inferno, ou a Sepultura?

Tendo em vista a evidência bíblica precedente, vê-se que as crenças comuns sobre a origem do mal e a recompensa dos justos são claramente erradas.

Muitos dos erros teológicos giram em torno da falácia da imortalidade da alma. Este ensinamento exige que as “almas” têm que ir para “algum lugar” no momento da morte. Alega-se que os justos (ou pessoas “boas”), vão para o céu. Isso significa que alguém “lá em cima” deve estar encarregado disso. É muitas vezes retratada a imagem de “almas” subindo a grandes alturas para se encontrarem com “São Pedro”, que fica de guarda nos “Portões Celestiais”, com as chaves na mão, para determinar se é concedida a entrada ou não. Se a decisão for negativa e a entrada é negada, a “alma” tem de voltar a embarcar em sua jornada, desta vez uma curva descendente, onde deve se encolher-se diante da presença maléfica do “Diabo”. Lá, no fundo da terra (assim nos é dito) é incrivelmente quente, de modo que uma “alma” recém-chegada é saudada por gritos aterradores e gritos de gelar o sangue das “almas” que estão na interminável tortura e tormento por toda a eternidade. Demónios repugnantes saltam em volta entre as sulfurosas, chamas rugindo, brandindo tridentes e vexando as “almas ”que estão assando com crueldades infinitas.

Uma Paródia da Verdade

O conceito de um “monstro” sobrenatural fazendo com que a humanidade cometa pecado não é meramente biblicamente errado. Isso causa duas violações graves contra a verdade divina e todo o tipo de lógica.

Em primeiro lugar, tal doutrina desonra Deus; pois argumenta que, enquanto Deus faz tudo o possível para levar a humanidade pelos caminhos da bondade e justiça, um de Seus próprios anjos pode impunemente e abertamente se rebelar contra a omnipotência de um Deus santo e justo, triunfantemente sujeitando homens e mulheres a toda forma de maldade e impiedade que ele possa conceber.

Em segundo lugar, se uma criatura do mal existe - com um poder tão grande, ou maior, do que o de Deus – removeria toda a responsabilidade da humanidade pelos pecados e o mal que eles cometem; pois eles poderiam muito bem culpar a influência perversa do “Diabo” por suas más ações, enquanto eles permaneciam irrepreensíveis. Porque as prisões, então, estão cheias de pessoas, enquanto o verdadeiro “criminoso”, o Diabo, anda livre?

Um Deus sábio e amoroso, cujo único desejo para a humanidade é que os homens e as mulheres podem alcançar a salvação eterna, permitiria que a raça humana fosse dominada por um “anjo caído” pervertido e totalmente depravado?

A própria sugestão é irracional! Tal estado de coisas terríveis só poderia existir no mundo se Deus fosse impotente para destruir esta criatura do mal - o que certamente deve ser o caso, se tal criatura existe, tendo em vista o estado terrivelmente degenerado e moralmente corrupto do mundo de hoje!

É difícil conceber que tais conceitos especiosos de “vida após a morte” possam ser ensinados como parte da religião cristã. No entanto, toda a teologia absurda descrita no parágrafo acima é baseada na doutrina da imortalidade da alma. Uma vez estabelecido a partir das páginas da Bíblia, que o homem é totalmente mortal, que toda a existência cessa com a morte, e que “a imortalidade da alma” é uma doutrina falsa originária da invenção da imaginação filosófica do homem, o nosso pensamento sobre estes assuntos passa por uma mudança notável. Não existem almas imortais.

Portanto, ninguém vai para o céu ou para o inferno quando morte. E não há um “Diabo” sobrenatural.

Quem, então, é Lúcifer?

Muitos dicionários, um pouco carentes em áreas de conhecimento Bíblico, alegam que “Lúcifer é um nome do diabo” Esta é a opinião popular, e é amplamente aceite.

Talvez parte do mito e do misticismo em torno da palavra Lúcifer vem do fato de que o seu significado latino é “aquele que brilha” - similar ao significado da palavra hebraica da qual foi tomado. Gesenius, um estudioso notável de hebraico, afirma que a palavra original em hebraico significa “estrela brilhante” ou “estrela da manhã.” O nome “Lúcifer” ocorria em traduções antigas da Bíblia, mas é geralmente omitida nas versões modernas das Escrituras.

Por exemplo na tradução de Figueiredo, essa palavra só é encontrada na profecia de Isaías: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia, parecias tão brilhante?” (Isaías 14:12). Outras, traduções mais corretas, desta expressão hebraica, podem ser observadas. A versão Almeida Revista e Atualizada: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva!” A NVI tem: “Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!”. A Bíblia para Todos : “Como pudeste cair do céu, astro brilhante da manhã!” (Isaías 14:12).

A palavra hebraica para “Lúcifer” é heylel, derivada de uma palavra da raiz, halal, que significa “ser claro” e, portanto, brilhante.” A palavra é particularmente identificada com corpos celestes.

Mas quem foi a “estrela brilhante”, que “caiu” do “céu”, como mencionado em Isaías 14:12? É sempre imprudente tomar um versículo ou dois da Escritura fora do contexto, e por isso é importante ler os versículos de fundo deste capítulo. Mesmo uma leitura superficial de Isaías 14, fará com que a identidade do indivíduo seja bastante clara. Belsazar que viveu cerca de 600 a.C. era rei de Babilónia, no momento em que esta profecia foi proferida. Então é ordenado a Isaías: “Proferirás este motejo contra o rei da Babilónia e dirás: como cessou o opressor! Como acabou a tirania!” (Isaías 14:4).

O capítulo não tem nada a ver com as circunstâncias da criação da Terra, nem com o que aconteceu no Jardim do Éden. Diretamente até ao final desta secção profética, o poder da Babilónia continua a ser o ponto central da profecia. “Levantar-me-ei contra eles, diz o SENHOR dos exércitos; exterminarei de Babilónia o nome e os sobreviventes, os descendentes e a posteridade, diz o SENHOR.” (Isaías 14:22-23).

Simbologia Bíblica e o Cumprimento de Profecias

O capítulo em que Isaías menciona “Lúcifer” é uma continuação das profecias registadas no capítulo anterior, que começa com as palavras: “Sentença que, numa visão, recebeu Isaías, filho de Amoz, contra a Babilónia….” O profeta continua: “As estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz” (note os termos celestiais que são marcadamente semelhantes à linguagem do capítulo 14: 12-13, onde se afirma que, em seu orgulho e vanglória extravagante, o rei de Babilónia determinara “subir ao céu” e “exaltar seu trono acima das estrelas de Deus”). Assim: “Babilónia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra” (Isaías 13:10, 19). Portanto, o “Lúcifer” de Isaías capítulo 14 não é outro senão o rei da Babilónia.

Alguns podem se perguntar qual o uso de linguagem celestial para descrever reinos terrenos, na sua elevação e queda. Isto não é incomum nas Escrituras. Isaías fornece uma explicação mais aprofundada desta simbologia nas palavras de abertura da sua profecia: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra,” (Isaías 1:2). Não se pode imaginar o profeta erguendo a voz para as nuvens, abordando-as como se fossem capazes de ouvir e responder, nem é razoável imaginá-lo curvado sobre um torrão de terra e falando de forma semelhante, na esperança de ser ouvido pelo solo. Ele explica: “Ouvi a palavra do SENHOR, vós... Dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo “Ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes… prestai ouvidos à lei do nosso deus, vós…povo” (v. 10).

Na simbologia bíblica, o “céu” (e corpos celestes como o sol, a lua e as estrelas) representam poderes dominantes, e a “terra” representa a sociedade de um reino (Deuteronómio 32:1; Levítico 26:19; Isaías 49:13; Isaías 51:6, Jeremias 2:12, 2 Pedro 3:13). Em cumprimento destas profecias - que eram bastante notáveis, considerando que a Babilónia era, naquela época, o reino mais poderoso da terra - os medos e persas invadiram e conquistaram o Império Babilónico, tomando o controlo da grande cidade durante a noite.

Assim, o rei que se achava todo-poderoso e capaz de “subir” para as maiores alturas dos “céus” políticos, foi trazido para baixo “de volta à terra” através da intervenção divina nos assuntos dos homens. E não somente isso, mas o profeta acrescentou: “O além, desde o profundo, se turba por ti, para te sair ao encontro na tua chegada” (Isaías 14:9). Esta afirmação pode reacender as fantasias de fogo eterno e os gritos intermináveis ​​dos ímpios, assando por toda a eternidade. Mas não se deixe enganar; deixe a Bíblia falar por si mesma, como vamos fazer agora:

O que é o Inferno, e Onde fica?

Estabelecemos a partir do ensino bíblico que os humanos não possuem uma alma imortal, e que na morte a humanidade deixa completamente de existir. Portanto, não existem “almas” quer para irem para o céu acima, ou para serem arrastadas gritando para o fogo eterno do inferno. O que, dizer então, deste “inferno” que fica “por baixo?”

No Antigo Testamento, como visto neste versículo de Isaías, a palavra “além” foi traduzida a partir do hebraico sheol, que significa “cobrir” ou se aplica a qualquer lugar coberto”. Embora a Ferreira de Almeida Revista e Atualizada traduza a palavra como “Além” 11 vezes e “inferno” 9 vezes, traduz a mesma palavra hebraica como “Sepultura” 18 vezes, como “Sepulcro” 5 vezes, e como “Cova” 4 vezes. Algumas versões não traduzem a palavras mas somente a transliteram como xeol ou sheol, deixando-a na sua forma hebraica. A Nova Versão Internacional às vezes não traduz a palavra colocando Sheol e outras vezes traduz mas coloca uma nota de rodapé indicando “Hebraico: Sheol”.

A palavra significa simplesmente “um local coberto por cima”.

Se o “inferno” é definido como o lugar de tormento eterno para as “almas” ímpias cria problemas insuperáveis, não apenas por razões já apresentadas neste artigo, mas porque “inferno” é o lugar para que ambos os ímpios e os justos são enviados. Por exemplo, Jacó, um dos grandes patriarcas, foi para lá (Génesis 37:35), foi também o lugar de descanso final dos sacerdotes rebeldes de Israel: Corá, Datã e Abirão e seus companheiros ímpios (Números 16:30).

O Salmo 16:10 profetiza que o Filho de Deus, Jesus Cristo estaria no “inferno”: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu santo veja corrupção” (RC). Pedro cita este versículo em Atos 2:31, usando o verbo no passado, após a ressurreição de Cristo dentre os mortos: “a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção” (RC), acrescentando: “A este Jesus deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas” (Atos 2:31-32). Paulo mais tarde usou o Salmo para provar o mesmo ponto - que Cristo morreu, foi colocado no túmulo, e depois ressuscitou dentre os mortos pelo poder de seu Pai (Atos 13:35).

Outra passagem do Antigo Testamento que usa a palavra sheol, é citada no Novo Testamento para provar que os fiéis servos de Deus serão ressuscitados da sepultura para receber o dom da natureza divina (compare com Oseias 13:14 com 1 Coríntios 15:55). Essa passagem fornece a prova de Paulo de que o próprio Jesus Cristo tinha ressuscitado dos mortos – e não que ele tenha sido entregue às chamas furiosas dum “inferno”, para ser injustificadamente maltratado pelo “Diabo”, O inferno então, não é um lugar de tormento eterno. Tal conceito está baseado na mitologia, e não no ensino da Bíblia. Na terminologia bíblica o inferno é simplesmente a “sepultura”; um “lugar coberto”, onde são colocados os corpos humanos após a morte. No caso dos servos verdadeiros e fiéis de Deus, é apenas o seu lugar de descanso até à hora do retorno de Cristo, quando serão levantados para aparecerem diante dele.

O Diabo e Satanás

Muitos estão convencidos de que um monstro sobrenatural do mal existe, simplesmente porque as palavras “diabo” e “satanás” aparecem na Bíblia. Como, perguntam-se eles, poderiam estas palavras alguma vez se referir a qualquer outra pessoa senão Lúcifer? Na verdade, nenhuma dessas palavras são nomes próprios, como já demonstramos no que se refere à palavra traduzida “Lúcifer”.

A palavra “diabo”, não aparece em todo o Antigo Testamento.

No Novo Testamento, a palavra “diabo” foi traduzida a partir da palavra gregas diábolos, que é citada para sugerir a existência de um monstro sobrenatural. É derivada do prefixo dia, que significa “através”, e ballo “lançar, atirar ou jogar”. Diabolos significa “falso acusador, caluniador”, e pode dizer respeito a qualquer um que se oponha à verdade da Palavra de Deus, falando caluniosamente ou falsamente contra ela. Como todas as outras palavras traduzidas “diabo” ou “satanás”, diabolos não é um nome; define um tipo particular de caráter ou condição, e é sempre usada daqueles que violam ou opõem-se à vontade ou Palavra de Deus. Por exemplo, é usado para descrever o pecado (Hebreus 2:14); autoridades civis que perseguiam o povo de Deus (Efésios 6:11, Apocalipse 2:10), aqueles que eram falsos acusadores (2 Timóteo 3:3); Judas Iscariotes, que era um ser humano de carne e osso (João 6:70); mulheres que caluniavam outras (1 Timóteo 3:11).

Satan” é uma palavra hebraica encontrada no grego como: Satan ou Satanás. O significado é o mesmo em ambas as línguas: “adversário” ou “oponente”. Assim como diabolos, a palavra Satanás não é um nome, mas é descritivo de um tipo de pessoa ou grupo de pessoas. Tem sido traduzida como “inimigo”, “adversário”, “acusador” e “satanás”. Ela tem sido usada de várias maneiras que indicam que não é “um outro nome para o diabo”, como alguns sugerem. Por exemplo, é usada para Deus quando Ele se tornou um “adversário” para Israel (1 Crónicas 21:01). Um “anjo do Senhor” é também descrito como “satanás” (Números 22:22, 32). O Senhor Jesus Cristo descreveu o apóstolo Pedro como “Satanás” porque ele “opôs-se” ao Senhor, quando Cristo ia para Jerusalém e para a sua crucificação (Mateus 16:23). Comunidades religiosas que proclamam um falso evangelho também são chamadas de “Satanás” (Apocalipse 2:9). No Antigo Testamento na Revista e Atualizada, a palavra Satanás ocorre apenas três vezes fora do livro de Jó.

Que dizer, então, de satanás no livro de Jó? Ele é descrito como “rodeando passeando pela terra”, mas nunca se fala de voar pelos céus, ou descer para um domínio de fogo debaixo da terra. Lá diz que se reuniu com os “filhos de Deus”, mas este é um termo usado para crentes mortais, entre os quais o próprio Jó foi contado (1 João 3:2). Além disso, não foi “Satanás” que trouxe tanto sofrimento sobre Jó, mas o próprio Deus (Jó 2:3; 19:21; 42:11). Não há nenhuma evidência para associar o satanás do livro de Jó com um monstro sobre-humano. Assim, as palavras traduzidas como “diabo” e “satanás”, entendidas de acordo com as várias palavras originais, não representam um monstro sobrenatural que leva as pessoas ao pecado.

A Origem do Pecado

Enquanto há certamente a esperança de uma ressurreição para a vida eterna para todos os que servem a Deus como “verdadeiros adoradores... Em espírito e em verdade” (João 4:23-24, Atos 4:19-20, 2 Coríntios 15), a realidade do pecado e os seus efeitos ainda devem ser enfrentados, pois ”o salário do pecado é a morte” (Romanos 6: 23).

Portanto, a menos que encontremos os meios pelos quais podemos vencer o pecado, anulando seu poder em nossas vidas, nos manteremos na “congregação dos mortos” (Provérbios 21:16).

Onde, então, poderemos encontrar a fonte do pecado? A resposta a essa pergunta nos ajudará a libertar-nos das doutrinas erróneas e especiosas que são a marca do “cristianismo”popular, que desde que permaneçam sob sua influência cega as pessoas para a verdadeira mensagem da Palavra de Deus. O Senhor Jesus Cristo responde: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).

A quem culparemos pelas coisas erradas que fazemos? Apenas de nós mesmos. Não podemos manter ninguém mais como responsável. Por natureza, todos nós temos uma propensão ao pecado. “É mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (Génesis 8:21). A este testemunho, o profeta Jeremias acrescenta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jeremias 17:9). Como aconteceu isso à raça humana? Como o pecado entrou no mundo? Nós vamos responder a estas questões vitais depois de ter definido “pecado.” Deus nos diz que “pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), Deus colocou diante da humanidade certos mandamentos e estatutos que Ele exige que a raça humana obedeça. Isto é para o seu próprio benefício, bem como para cumprirem a vontade de Deus nas suas vidas. Quando os homens e mulheres decidem que não se importam com a vontade de Deus ou propósito, ou repudiam a Sua Palavra, eles vivem um modo de vida que está fora da Sua lei. Assim, eles se tornam “fora-da-lei”, porque eles vivem “fora”da “lei” e dos caminhos de Deus. Esta situação surgiu por causa de um incidente que ocorreu no início dos tempos.

Eva e a Serpente

De todas as criaturas da criação, somente o homem foi feito à “imagem” [forma] e “semelhança” [capacidade mental; capacidade de moralizar] de Deus, tornando-se moralmente e espiritualmente responsáveis ​​perante Ele. Era o propósito de Deus que a humanidade tivesse “domínio” sobre toda a terra, como representantes de Deus, refletindo a Sua justiça e santidade (Génesis 1:26). Este propósito foi interrompido temporariamente quando o pecado entrou no mundo como resultado direto do falso ensino da serpente. Mas é um propósito que será cumprido no futuro.

No Jardim do Éden, Adão e Eva foram submetidos a uma lei para que Deus pudesse testar a sua fidelidade e lealdade: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Génesis 2:16-17).

Quando toda a obra da criação tinha sido concluída, Deus pronunciou tudo o que Ele tinha feito como sendo “muito bom” (Génesis 1:31). Adão e Eva foram colocados no belo jardim para cuidar dele.

A serpente então apareceu em cena.

Esta criatura é descrita como uma “serpente”, e nada mais. Não é apresentado como um monstro sobrenatural na forma de uma serpente. Nem a Bíblia ensina que o “Diabo” estava escondido em algum lugar do jardim, usando a serpente como um instrumento para a perpetração do mal.

Sendo o que foi dito primeiro o caso, a humanidade não teria nada a temer mais a partir deste “diabo”, porque “Deus amaldiçoou-o entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selváticos;” e Ele disse à serpente: “Rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida” – assim foi condenado a se tornar uma criatura abjeta da Terra (Génesis 3:14).

Se o “Diabo” estava escondido em algum lugar do jardim e tinha solicitado a serpente para perpetrar a primeira mentira, com certeza a serpente, quando confrontada por Deus, teria culpado o diabo. Mas a serpente não tinha ninguém para culpar!

Mais tarde, o apóstolo Paulo endossou o que é indicado em Génesis: “Receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa... (2 Coríntios 11:3). Ele não menciona qualquer “diabo.”

A Bíblia revela três coisas sobre a serpente. A primeira é que ele “mais sagaz que todos os animais” (Génesis 3:1), que simplesmente significa que ele tinha uma inteligência superior a qualquer outra criatura entre os de ordem inferior de animais. No entanto, uma vez que não havia sido criado com a capacidade de moralizar sobre princípios divinos, que possuía apenas uma mente animal, ou carnal. Os pensamentos que ela poderia expressar eram o produto de uma mente natural, ou ímpia.

Em segundo lugar, que tinha o poder da palavra, pois era capaz de conversar com a mulher (Génesis 3:2-5). À mula de Balaão foi dado esse mesmo poder (Números 22:28-30; 2 Pedro 2:16).

Em terceiro lugar, é evidente que a serpente anteriormente não rastejava. Se esta serpente possuía a mesma forma de uma serpente de hoje, não teria havido nenhum ponto em Deus sentenciar: “Rastejarás sobre o teu ventre”.

O Pecado e a Morte - Deus Interveio

Deus tinha advertido o homem e a mulher que se eles desobedecessem à Sua lei (Génesis 2:16-17), eles morreriam. Mas a serpente persuadiu a mulher: “É certo que não morrereis”. Insensata e tragicamente, a mulher atendeu ao falso ensino da serpente que tinha apenas falado de acordo com sua mente animal e limitada, sem qualquer compreensão do espiritual e das implicações morais do que disse a Eva, e, portanto, ela e o seu marido pecaram contra Deus, e o seu pecado resultou na morte que passou a toda a raça humana.

Este fato é apoiado pelos ensinamentos de Paulo: “Assim como por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens.” (Romanos 5:12). Isto concorda com o que ele escreveu aos Coríntios: “O aguilhão da morte é o pecado” (1 Coríntios 15:56). E aos Romanos: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).

Assim, a morte veio sobre a raça humana como resultado do pecado – uma sentença que foi pronunciada contra Adão e Eva no Éden, e que passou a todos os seus descendentes. Obviamente o pecado se origina de dentro da humanidade e não opera através da influência de um “Diabo” externo e sobrenatural.

Esta situação teria deixado a humanidade numa condição impossível, se Deus não tivesse intervindo. A graça e a misericórdia de Deus tinham de ser reveladas para fornecer uma esperança de redenção para a humanidade. Deus prometeu que viria um que seria “descendente da mulher”, “feriria” a “cabeça” da serpente (que tinha se tornado um símbolo para a origem e existência do pecado).

A única maneira dos efeitos do pecado serem derrotados, enquanto que ao mesmo tempo, não colidisse com a justiça do Deus Todo-Poderoso, era que alguém da raça condenada de Adão vencesse o pecado como representante dos pecadores. Ele teria que viver uma vida de perfeita obediência a Deus, para superar totalmente o poder do pecado em si mesmo, e depois de bom grado oferecer a sua vida como sacrifício a Deus. Com isto, ele negaria na totalidade as propensões e inclinações da sua natureza para o mal e, na sua morte, mostraria que toda a justiça vem somente de Deus e não da carne.

Como o prometido “descendente da mulher” era necessário que o Senhor Jesus Cristo fosse “nascido de mulher” (Gálatas 4:4), tendo a mesma natureza propensa ao pecado, fraca e mortal que resultou da condenação de Deus do pecado no Jardim do Éden. “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele [Jesus], igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, [o diabolos, a natureza humana caída, com suas propensões para o mal] … para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hebreus 2:14,17).

Como Alcançar a Vitória Através de Cristo

Cristo conseguiu destruir “o diabo”, o efeito do pecado na carne (Romanos 8:3), que detinha o poder da morte. Até ao triunfo do Senhor sobre a fraqueza da sua natureza humana, a morte tinha exercido “domínio” sobre todos (Romanos 6:9). Depois que Cristo ressuscitou dos mortos, ele recebeu a natureza divina – a mesma natureza que Deus possui, uma natureza que nunca pode morrer, e na qual o Senhor Jesus nunca mais experimentaria as fraquezas da carne (Hebreus 5:7-8). A sua morte sacrificial demonstra a maneira pela qual podemos obter a vitória sobre “o diabo.” Porque ainda somos mortais, criaturas que erram, pecamos através da fraqueza da nossa natureza e necessitamos de perdão. Deus fez provisão para esta necessidade para todos os que O adoram “em espírito (a disposição correta) e em verdade” (de acordo com o verdadeiro ensinamento da Palavra de Deus - (João 4:23-24)). João ensinou: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9). Devido a esta condição maravilhosa da graça divina, Pedro ensinou: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (Atos 2:38).

Quando se faz isso, podemos olhar para o futuro, para o cumprimento do propósito de Deus em remodelar este mundo e torná-lo um lugar de alegria e paz. Isto exige o retorno de Jesus Cristo para subjugar todas as nações e uni-las num império mundial, e “para ser glorificado nos seus santos” (Atos 1:9-11; 17:31, Daniel 2:44, Apocalipse 11:15; 2 Tessalonicenses 1:7-10). Cristo então reinará sobre a terra, como rei sobre o reino de Deus (Hebreus 2:5-13, Mateus 19:28, Lucas 1:31-33, Salmo 2).

A esperança de viver e reinar com Cristo e de ganhar o dom incomensurável da natureza divina, é oferecido a todos os que ouvirão a mensagem da Palavra de Deus, e se esforçarão para obedecê-la. Aqueles que ganham o dom da imortalidade “reinarão” com ele como “reis e sacerdotes” sobre a terra (Apocalipse 5:9-10). Poderia possuir esperança mais grandiosa? Poderia haver alguma esperança maior do que viver por toda a eternidade, manifestando a glória do nosso Criador, no verdadeiro espírito de santidade e de justiça? Esta esperança pode ser a nossa, pois Cristo ensinou: “Quem crer [no verdadeiro evangelho] e for batizado será salvo” (Marcos 16:15-16).

 

Sumário do ensino Bíblico: O Diabo e Satanás

 

A palavra “Diabo” é a tradução para português da palavra grega: Diabolos

 

DIABOLOS significa “falso acusado”, “caluniador”, “maldizentes” etc. Foi traduzida “maldizentes” em 1 Timóteo 3:11, “caluniadores” em 2 Timóteo 3:3 e “caluniadoras” em Tito 2:3; EM lugar algum é usada para descrever um ser sobrenatural que tenta a humanidade. É traduzida “diabo” nas seguintes passagens Mateus 4:1, 5, 8, 11; 13:39; 25:41. Lucas. 4:2, 3, 6, 13; 8:12; João 6:70; 8:44; 13:2; Atos 10:38; 13:10; Efésios 4:27; 6:11; 1 Timóteo 3:6,7; 2 Timóteo 2:26; Hebreus 2:14; Tiago 4:7; 1 Pedro 5:8; 1 João 3:8,10; Judas 9; Apocalipse 2:10; 12:9, 12; 20:2,10.

 

DIABOLOS é usada para descrever uma pessoa (João 6:70); mulheres maldizentes em Timóteo 3:11; caluniadores (2 Timóteo 3:3); o pecado (Hebreus 2:14); a carne (Atos 13:10); o mundo antagonista (Efésios 4:27); autoridades civis perseguidoras (Efésios 6:11; Apocalipse 2:10).

 

SATAN é a palavra hebraica, que significa “opor-se” a algo ou alguém” ou “ser um adversário”. A palavra é traduzida “adversário”, “inimigo”, etc. e é também transliterada como “satanás”. Aparece como “adversário(s)” ou “inimigo” nos seguintes lugares: Números 22:22; 1 Samuel 29:4; 2 Samuel 19:22; 1 Reis. 5:4; 11:14, 23, 25; Salmos 38:20; 71:13; 109:29; “hostilizam” no Salmo 109:4; “contrários” no Salmo 109:20); “Satanás” em 1 Crónicas 21:1; Jó 1:6,7,8,9,12;2:1,2,3,4,6,7; Zacarias 3:1; 3:2; “Acusador” em Salmo 109:6.

 

Com o que foi acima exposto, pode-se descobrir que o termo tem sido usado para descrever a Deus quando revelado como um oponente de Israel (1 Crónicas 21:10), um "anjo do Senhor" (Números 22:22, 32), homens bons e maus (I Samuel 29:4; 2 Samuel 19:22; Salmos 38:20), um apóstolo (Mateus 16:23; Marcos 8:33) comunidades religiosas adversas (Apocalipse 2:90), os maus pensamentos (Lucas 22:3; João 13:27, Atos 5:3), a carne (Atos 26:18), o mundo como em oposição a Deus (1 Coríntios 5:5; 1 Timóteo 1:20), os governos (Apocalipse 12:9; Lucas 10:18).

 

H. P. Mansfield

Tradução: S. Mestre