CÉU, INFERNO OU OUTRO LUGAR? - Parte 2
Neste artigo Mark Sawyer examina as nossas perspetivas de viver para sempre e começa por pesquisar se somos mortais ou imortais por natureza. Se você saber quais são as suas prespectivas de sobreviver a morte e acabar num lugar melhor, você precisa der ler este artigo. Mas prepare-se para ser surpreendido.
É Você Imortal?
Será que a Bíblia ensina a imortalidade da alma? Pode surpreender-lhe saber que ela certamente não ensina isso e que isto tem sido admitido francamente por numerosos teólogos. Não é só a opinião de Cristadelfianos, embora tenha-nos sido impossível encontrar esse ensino na Bíblia.
Eis aqui algumas citações de escritores religiosos e pensadores, nenhum deles Cristadelfiano, antes de vermos o que a Bíblia ensina sobre o que nos acontece quando morrermos e qual é realmente a verdadeira esperança para vida depois da morte.
Dr. F. S. M. Bennett, antigo Decano de Chester, escreveu:
"Foi (Agostinho) que pegou na doutrina de Platão da imortalidade inerente da alma, desligou-a das ideias da reencarnação e conseguiu para ela uma credibilidade geral que se manteve até aos dias de hoje... Nenhuma doutrina da imortalidade natural ou incondicional de uma parte ou núcleo do organismo humano, chamado de "alma", tem qualquer direito a um lugar dentro do precinto da verdade Cristã revelada."
O falecido Bispo Gore na sua obra, "A Espístola aos Romanos", escreveu:
"... a doutrina da necessária imortalidade ou indestrutibilidade de cada alma humana como foi afirmado por Agostinho ou Aquinas... não fazia parte da mensagem Cristã original... Foi sim uma especulação do Platonismo tomando possessão da Igreja."
Um relatório comissionado pelos Arcebispos de Canterbury e York foi publicado em 1945 com o título "Em direção à Conversão da Inglaterra" concluiu:
"A ideia da inerente indestrutibilidade da alma humana(ou consciência) deve a sua origem a fontes Gregas e não Bíblicas. O tema central do Novo Testamento é a vida eterna, não para qualquer um nem para todos, mas para os crentes em Cristo ressuscitado de entre os mortos."
Uma admissão mais recente foi comunicada pelo jornal "The Times", em Outubro de 2003, numa crítica do livro "Para todos os Santos", por Dr. Tom Wright, que é o atual Bispo de Durham, diz:
"Dr. Wright diz que os Anglicanos desviaram-se para "a confusão e desordem' sobre o que acontece às pessoas depois de morrerem. Eles juntaram "um pouco disto e daquilo' de tradições, ideias e costumes e criaram uma "coisa absurda" acerca dos conceitos escatológicos da morte, julgamento, morte e inferno... O conceito de uma alma como uma entidade preexistente e imortal tem pouca base no Novo Testamento e é derivada sim, dos ensinamentos de Platão. O Dr. Wright afirma, que, na era moderna, a perda de confiança nas promessas Bíblicas juntamente como desenvolvimento de teologias liberais levou a uma crença de uma espécie de salvação universal para todos, com todos alcançando o destino final, embora uns poucos parecem ter uma ideia clara sobre que destino é esse."
Que admissões surpreendentes! A Bíblia, admitem eles, não ensina a imortalidade da alma humana ou a salvação universal. Nem permite que as pessoas sejam ímpias e imorais. Então, o que diz a Bíblia acerca do estado dos mortos?
O que é a Morte?
A Bíblia ensina que a morte é um estado de esquecimento inconsciente. Em Génesis lemos que a sentença de morte passada a Adão e Eva significava voltar pó da terra:
"No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás" (Génesis 3:19).
Isto foi um castigo pelo que fizeram de mal no Jardim do Éden. Não era uma recompensa que lhes permitia começar uma nova vida no céu, como algumas pessoas pensam que a morte é isso. O "sopro da vida" de Deus, que tinha ativado os seus corpos, seria retirado.
Sejamos claros sobre isto. O "sopro da vida" pertence a Deus, não ao homem. Como ele, a humanidade vive. Quando Deus o retira nós morremos. Sem essa força de vida, a alma vivente ou ser torna-se numa alma "morta". O homem não foi criado como um ser imortal, nem tinha um elemento imortal implantado nele. Assim, a morte não era para ser o caminho para uma outra vida, mas um castigo pela desobediência.
E Quanto a Nós?
Qual é a nossa posição em relação a esta lei de Deus pela qual a morte vem como consequência do pecado? Na carta de Paulo aos Romanos mostra que herdamos a mortalidade de Adão e Eva e a tendência deles para pecar (veja Romanos 3:23, 5:12 e 6:23).
Todos morremos, não só porque somos todos mortais, mas porque todos nós pecamos. O pecado, como um patrão, paga os salários. Como Paulo diz: "O salário do pecado é a morte" (6:23).
Eis aqui mais passagens das Escrituras que dizem a mesma coisa:
Salmo 49:20 diz-nos que as pessoas "sem entendimento" morrem sem a esperança da ressurreição. O nosso "entendimento" então tem uma importante relação com as nossas perspetivas de vida depois da morte.
Salmo 146:3, 4 ensina que quando o sopro se vai os nossos pensamentos terminam. Ficamos inconscientes.
Eclesiastes 9:5, 10 explica que os mortos não têm consciência. "os mortos não sabem coisa nenhuma".
Isaías 26:13, 14 informa-nos que os opressores de Israel, que adoravam deuses pagãos, nunca ressuscitarão. "Mortos não tornarão a viver".
Mas existe esperança de vida depois da morte e examinaremos isso no próximo artigo deste estudo.
Mark Sawyer
Tradução: S. Mestre
(Article: Heaven, Hell or Somewhere Else? - Part two, Glad Tidings 1472, pag. 18, 19)