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BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

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A QUEDA E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS

S. Mestre, 20.09.09

1 - O Registo em Génesis capítulos 2 e 3 dá-nos tanto um cenário e as circunstâncias da entrada do pecado e da morte no mundo. Já abordámos estes temas em artigos anteriores mas agora vamos examinar mais de perto os detalhes.

 

2 - Adão e Eva foram colocados num ambiente ideal, no qual os seus caráteres poderiam evoluir da maneira que Deus queria. Precisamos de lembrar que eles foram criados como adultos mas não tiveram a chance de crescer e desenvolver maturidade com o passar dos anos assim como acontece a nós. Por isso havia uma inocência e uma simplicidade neles que sem dúvida eram equilibradas pelo ensinamento que recebiam dos anjos com os quais tinham comunicação diariamente.

 

3 - É nos dito especificamente que haviam duas árvores que existiam no jardim; a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles receberam somente um mandamento:

 

"De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Génesis 2:16, 17).

 

4 - Podemos nos questionar como é que esta simples proibição poderia conseguir o desenvolvimento de caráter, com todas aquelas várias caraterísticas que Deus requeria.

 

Lembre-se de que eles viviam num ambiente ideal; isto comunicava-lhes em todos os seus aspetos, o amor e fidelidade do Deus que os tinha criado. O Seu aviso sobre as consequências de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal deve ser inserida neste contexto. Eles deveriam saber que o Seu aviso só poderia ser uma expressão do seu amor e preocupação por eles. Assim, quando a tentação veio, deu-lhes a oportunidade de mostrar a sua apreciação  pelo amor e fidelidade de Deus. Ao obedecerem ao mandamento de Deus estariam a retribuir o Seu amor e demonstrando a sua fidelidade n'Ele.

 

Ao terem triunfado no teste da sua fé produziria uma alegria mais completa e profunda do que aquela simples felicidade que eles conheciam no seu estado idílico e resultaria em paz de coração e mente que pertencem somente àqueles que amam a lei de Deus e assim não esquecem a Sua palavra.

 

O tempo de teste teria desenvolvido aquela tenacidade que cria carácter, e o espírito no qual se aplicavam a essa tarefa resultaria na qualidade de longanimidade, amor, fidelidade, alegria, paz, paciência. Esta lista de virtudes não é exaustiva, mas é suficiente para ilustrar como, na sabedoria de Deus, esta aparentemente inócua proibição seria suficiente para capacitar Adão e Eva desenvolverem um caráter que teria sido agradável a Deus.

 

5 - Quando o teste veio, foi através da ação da serpente. É de digno de nota que o último versículo o capítulo 2 de Génesis (versículo 25) pertence de fato ao registo da queda e é uma introdução para esse relato. Isto torna-se aparente por um jogo de palavras, a palavra original traduzida "nus" (2:25) e a traduzida "sagaz" (3:1) são ambas derivadas da mesma raiz Hebraica:

 

"Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus(arom) e não se envergonhavam. Mas a serpente, mais sagaz(aruwm) que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito" (2:25-3:1).

 

Antes deste tempo de teste o homem e a mulher eram inocentes - sem maldade e sem mancha. Que um teste fosse necessário sugere que se o caráter deveria ser desenvolvido, só o podia ser sob condições de provação. A nudez (inocência e inexperiência) do casal fez com que estivessem a descoberto (ou suscetíveis) à astúcia de outros.

 

6 - É importante colocar o papel da serpente na perspetiva correta - só assim podemos ter um entendimento correto da tentação de Eva. Temos que lembrar que somente o homem e a mulher foram feitos à imagem de Deus. Consequentemente existiam um fosso entre eles e a serpente assim como existia entre eles e todos os outros animais do campo. Note que as palavras de abertura de Génesis 3 dizem-nos que a serpente era um animal do campo: "Que o SENHOR Deus tinha feito". Daí se segue que. como todos os animais que Deus tinha criado, à serpente também lhe faltava o sentido moral e discernimento espiritual que distingue o homem da criação animal. Numa palavra, a serpente era amoral. Não tinha sentido do que é certo e errado, e consequentemente devemos entender que, embora depois ela torna-se num símbolo do pecado e pensamento errado, originalmente não havia nada intrinsecamente mau nela, e que aquilo que ela fez não foi motivado por nenhuma intenção maliciososa.

 

Sugerir o contrário é colocar a origem do pecado às portas de Deus, porque Ele criou a serpente assim - o que é impensável. O registo de Génesis capítulo 3 está minuciosamente equilibrado ao dizer como as várias parte envolvidas combinam-se para produzir o primeiro pecado. Deus criou o palco e os participantes do drama, mas ele não foi responsável pelo que eles fizeram depois.

 

7 - A serpente era astuciosa; a palavra não tem necessariamente associação com o mal. Literalmente significa que tinha uma "mente afiada" e enquanto que em certas ocasiões contém o sentido de manhosa, vale a pena observar que também significa "prudente" e que a mesma palavra Hebraica foi usada desta maneira num sentido obviamente bom no livro de Provérbios (veja 12:16, 23; 13:16; 14:8; 15 18; 22:3; 27:12).

 

A palavra pareceria significar, assim, não mais do que o fato da serpente ser uma criatura pensante com uma capacidade intelectual que excedia a de todos os outros animais do campo que o Senhor Deus tinha feito. A derivação da palavra traduzida "serpente" também é relevante. A Concordância de Strong diz que significa "sibilar, isto é segredar, prognosticar, aprender por experiência, observar diligentemente". (Em conexão com os dois últimos sentidos, veja Génesis 30:27 e 1 Reis 20:33 onde a palavra é usadas dessa maneira(experimentando, presságio).)

 

O quadro, então, é de uma criatura de inteligência superior que é capaz de raciocinar e que podia aprender ao experimentar as coisas que ela diligentemente observava. Através destes atributos foi levada a formar certas conclusões infundadas acerca das proibições que Deus tinha colocado a Adão e Eva em relação a comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Estas ideias erradas foram a substância do conselho dado a Eva que, embora fossem erradas, enganaram-na, e ela caiu em pecado. Note que enquanto a serpente teve o seu papel na queda da humanidade, não foi pedido mais tarde que respondesse pelas as sua ações., porque o animal não tinha sentido do certo e errado e consequentemente faltava-lhe completamente a percepção moral e responsabilidade.

 

8 - Embora a mulher tenha sido a primeira a ser enganada comeu do fruto "e deu também ao marido, e ele comeu."(Génesis 3:6), foi o homem que teve afinal de contas a responsabilidade. O tinha precedência na ordem de Criação, pois a mulher tinha sido feita para o hoem e não o homem para a mulher. A autoridade sobre tudo o que Deus criara estava em sua mãos e finalmente a culpa foi colocada à sua porta. Isto não poderia ser dito de maneira mais clara do que as palavras do Apóstolo Paulo na sua Epístola aos Romanos:

 

-> "por um só homem entrou o pecado no mundo" (5:12)

 

-> "pela ofensa de um só, morreram muitos" (5:15)

 

-> "o julgamento derivou de uma só ofensa" (5:16)

 

-> "pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte" (5:17)

 

-> "por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação" (5:18)

 

-> "pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores" (5:19)

 

9 - Estes resultados terríveis do pecado não caíram somente sobre Adão e Eva mas sobre toda a sua posteridade. Hoje sofremos as consequências, na natureza que temos em comum em toda a humanidade:

 

"Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte" (5:12).

 

No final do versículo diz "porque todos pecaram". O capítulo 19 torna claro como pode ser isso, quando diz que pela desobediência de Adão muitos "foram feitos pecadores". Literalmente, fomos designados ou constituídos pecadores, já que Adão pela sua transgressão desencadeou o poder do pecado, a suscetibilidade para o mal que reside em toda a sua descendência e faz com que eles sucumbam ao incitamento da sua natureza corrupta. Quando Adão pecou tornou-se inevitável que herdássemos a sua natureza corrupta e nos tornássemos em pecadores como ele. Neste sentido quando Adão pecou todos pecaram, pois a consequência do seu ato adversamente afetou todos nós.

 

Não somos responsáveis pelo pecado de Adão. É o nosso infortúnio que soframos por causa disso. Somos responsáveis pelos nossos pecados e embora morramos por causa do pecado de Adão, são os nossos pecados que nos poderiam manter na sepultura para sempre, se não fosse pela esperança da salvação, que nos é oferecida através do Senhor Jesus Cristo.

 

Imagem Caída

 

Embora estas consequências não estejam explícitas no capítulo 3 de Génesis, todas estas verdades estão implícitas nesse capítulo. Só precisam um pouco de reflexão e consideração. Por exemplo, já alguma vez perguntou a si mesmo porque os eventos no Éden não poderiam ser corrigidos de uma maneira mais simples? Porque Ele não começou de novo com os filhos deles e esqueceu o que aconteceu com Adão e Eva? É porque as ações dos pais envolveu toda a posteridade na sua condição de caídos; é por isso que Deus atuou assim.

 

Todo o género humano agora leva a maldição do pecado na carne, e quando Adão teve filhos, nasceram "à sua semelhança, conforme a sua imagem"(Génesis 5:3). Infelizmente, mas inevitavelmente, a condição caída de Adão era a agora reproduzida nos seus filhos, e as consequências terríveis para toda a sua posteridade são enfatizadas pelas palavras que correm como um refrão através do resto do capítulo 5. Pois para esses todos que saíram de Adão o sumário das palavras que ecoam como um sino que retine são: "e morreu... e morreu... e morreu... e morreu" (Génesis 5:5, 8, 11, 14, 17, etc.)

 

Dudley Fifield

Tradução: S. Mestre

(Article: The Fall and its Consequences, Glad Tidings 1486, pag. 5-8)