estudos biblicos,biblia,jeova,jave,jesus,sagradas escrituras,inferno,alma,diabo,satanas

Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

A Parábola do Homem Rico e Lázaro

S. Mestre, 22.07.10

Jesus certa vez contou uma parábola sobre um homem rico que não ligava a um mendigo que estava à sua porta. A situação inverteu-se, no entanto, quando ambos morreram e Jesus descreveu uma situação que é muito diferente daquela que as pessoas acham que vai acontecer após a morte. Leia a parábola por si mesmo em Lucas, capítulo 16, versículos 19 a 31, e depois veja o que David Budden tem a dizer sobre isso.

 

 

 

Introdução

 

Muitos encontram dificuldades nesta esta parábola e certamente apresenta problemas. No entanto, os seguintes pontos devem ser observados:

 

  • É a única parábola em que Jesus apresenta uma personagem com nome.
  • Há um inesperado detalhe - cinco irmãos! Porquê cinco?
  • A parábola era para os ouvidos dos Fariseus, que eram “avarentos” (Versículo 14), e estavam ridicularizando Jesus enquanto ele falava sobre a “verdadeira riqueza e os perigos da cobiça.”
  • Jesus ressuscitou Lázaro dos mortos, os fariseus tentaram destruir Lázaro, porque a sua própria existência era um poderoso testemunho do poder e autoridade de Jesus.

 

A ideia principal da parábola vem no verso final –  se as pessoas ser convencerem pela Palavra revelada de Deus, então mesmo uma ressurreição dos mortos não faria nenhuma diferença.

 

A História

 

A história é sobre um homem rico e um mendigo chamado Lázaro. O homem rico vivia em grande luxo, mas o mendigo à sua porta – um homem que ele conhecia por nome –  Estava numa situação lastimável, coberto de feridas que eram lambidas pelos cães. Ambos os homens morreram; Lázaro foi para o “Seio de Abraão”, mas o homem rico, tendo sido sepultado, foi para o”Inferno” (“Hades”), onde ele sofria dor extrema em chamas. Lá havia um grande abismo entre os dois, mas mesmo assim eles poderia falar uns com os outros e o homem rico pediu a Abraão para enviar Lázaro a ele com um pouco de água fria para acalmar a sua sede.

 

Abraão lembrou ao homem o passado, quando ele tinha ignorado o sofrimento do mendigo à sua porta, mas, para além disso, o grande abismo tornava impossível que Lázaro fosse ter com ele.O homem então se lembrou dos seus cinco irmãos e pediu que Lázaro fosse enviado para avisá-los da necessidade de arrependimento. "Eles têm suas Bíblias", respondeu Abraão. "Sim", respondeu o

o homem em sofrimento, “mas se um dos mortos for adverti-los, eles estariam avisados”. A resposta de Abraão foi: “Se ignoram a Palavra de Deus, então até mesmo um milagre será em vão”.

 

Comentário

 

Esta parábola não apresenta o ensinamento de Jesus sobre a vida para além da sepultura. A Bíblia é enfática, e Jesus ensinou, que os mortos “dormem” em suas sepulturas, totalmente inconscientes até o dia da ressurreição. (Veja João 11:11-14, 23-25 e Mateus 22:23-33).

 

Por muitos anos a Judeia tinha sido parte do império Grego e o pensamento Grego, com ideias de almas imortais, tinha penetrado o pensamento Judaico. A expressão “no seio”significa uma relação muito estreita –  Jesus usou o termo para expressar o seu relacionamento com seu Pai (João 1:18). No cenáculo, João – o discípulo a quem Jesus amava – estava reclinado no seio de Jesus. Então, os justos são considerados como estando “no seio de Abraão”, sendo Abraão o pai dos fiéis.

 

Jesus está fazendo uma paródia das falsas crenças que então existiam e, portanto, expõe os seus absurdos. Será que os justos realmente são capazes de ver os ímpios contorcendo-se em chamas eternas? Serão eles capazes de conversar entre si, mas estar impotentes para ajudar? Claro que não!

Nós precisamos de lembrar que Jesus estava falando aos fariseus que eram maus, os homens abraçavam essas ideias pagãs ridículas.

 

Mas porque é dado o detalhe sobre os cinco irmãos? Caifás era o Sumo Sacerdote na época e teve cinco cunhados, os quais foram sacerdotes. Aqueles escutando a parábola entenderiam que a parábola era, em primeiro lugar para as ouvidos de Caifás. Jesus, de facto, ressuscitara um homem chamado Lázaro dos mortos e devido a esse milagre muitas pessoas acreditavam em Jesus (João

11:45). A resposta dos Fariseus, que foi bastante diferente, pois eles “resolveram matar também Lázaro” (12:10).

 

Assim, as palavras de Jesus eram justificados. Aqueles que puseram os seus rostos contra a palavra de Deus não serão movidos nem mesmo por uma ressurreição dos mortos.

 

Conclusão

 

Estamos rodeados por milagres da natureza e a televisão nos permite testemunhar as maravilhas da complexidade e inter-dependência para além da nossa compreensão. Será que as pessoas são compelidas a glorificar Deus e apreciar o Seu poder infinito? Nada disso! Assim, tal como foi há dois mil anos, os que ignoram a Palavra escrita de Deus não podem ser demovidos por  qualquer evidência que eles vejam de um Criador interessado na terra que criou. Em vez disso, é provável que digam “Deus provavelmente não existe.” A sério!

 

David Budden

Tradução: S. Mestre

(Article: The Parable of the Rich Man and Lazarus, Glad Tidings 1509, pag. 10-11)

"Na Casa de Meu Pai Há Muitas Moradas ... "

S. Mestre, 22.07.10

Esta é uma passagem da Escritura, em João capítulo 14, versículo 2, que faz com que algumas pessoas acreditem que Jesus estava oferecendo um lugar no céu, mas, como Mark Buckler agora explica, o Senhor tinha algo muito diferente em mente.

 

Um Livro Judaico

 

Muitos de nós esquecerá, quando lemos a Bíblia, que é um livro judaico, escrito principalmente por escritores Judeus sobre o povo Judeu. É tão fácil para nós lê-lo com dois mil anos de ideias e interpretações em nossas mentes que nos esquecemos de fazer uma pergunta simples: O que os autores desta passagem entendiam que ela queria dizer, quando a escreveram e o que os seus leitores ou ouvintes entenderiam dela?

 

Assim, quando Jesus falou sobre as muitas moradas na casa do seu Pai, o que ele quis dizer com isso e o que os seus ouvintes teriam entendido? Aliás, esta é uma passagem que é frequentemente lida na igreja em serviços funerários e hoje é pensado que é uma promessa de uma herança com Deus no céu. É isso o que Jesus queria dizer?

 

Casa de Deus

 

A expressão “casa de meu Pai”, assim como é utilizada nos Evangelhos sempre se refere ao Templo de Jerusalém. Por exemplo, quando Jesus visitou o Templo, um menino de doze anos, o seu comentário às questões dos seus pais foi: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”(Lucas 2:49). Ou quando Jesus purificou o Templo, ele disse: “Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.”(João 2:16).

 

Assim, Jesus estava dizendo aos seus discípulos: em João capítulo 14, que havia muitas moradas no Templo, e que ele iria voltar e viver com eles sobre a terra de uma forma semelhante à como os sacerdotes viviam perto de Deus, porque eles viviam no Seu Templo – na Casa de Deus. Mas era mesmo assim? Era o Templo uma casa para as pessoas, ou apenas a Casa de Deus?

 

A Estrutura do Templo

 

 

Na descrição da construção do primeiro Templo por Salomão, é mencionado a construção de câmaras construídas em três andares nos três lados do templo:

 

Contra a parede da casa, tanto do santuário como do Santo dos Santos, edificou andares ao redor e fez câmaras laterais ao redor. O andar de baixo tinha cinco côvados de largura, o do meio, seis, e o terceiro, sete; porque, pela parte de fora da casa em redor, fizera reentrâncias para que as vigas não fossem introduzidas nas paredes”(1 Reis 6:5,6).

 

Estes quartos eram para os sacerdotes viverem enquanto estavam de serviço no Templo, assim, quando Jesus se refere às “muitas moradas” na " Casa do Pai ", os discípulos teriam podido visualizar as inúmeras salas construídas no lado do Templo, e teriam entendido logo,o que ele queria dizer.

 

“Voltarei...”

 

Isto foi o que Jesus prometeu.

 

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”(João 14:1-3).

 

Ele estava prestes a morrer como sacrifício para os pecados, mas ele se levantaria novamente e, oportunamente, iria para o céu, para se sentar à mão direita do Pai. Mas quando chegar a hora certa, ele voltará à terra, para viver com o seu povo – como num templo. Havia alguma situação semelhante em que os discípulos poderiam pensar que fosse semelhante ao que estava prestes a

acontecer?

 

Pensando sobre as atividades que tinham lugar no templo, os discípulo se lembrariam que diariamente os sacerdotes entravam no Santo Lugar e que uma vez por ano o Sumo Sacerdote passava através do segundo véu, e entrava no Santo dos Santos como representante do povo. Depois de fazer sua oferta ele saia de novo para o povo, tendo feito expiação por eles.

 

O Grande Sumo Sacerdote

 

Jesus ia fazer a mesma coisa pelo o seu povo  – mas muito mais ainda! Ele estava indo para a presença real de Deus, não apenas até uma representação de Sua presença, como acontecia no Templo. Este é um tema totalmente  desenvolvido pelo apóstolo Paulo, quando escriveu aos Hebreus, que diz:

 

Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hebreus 9:24-26).

 

No caso de Jesus, quando ele morreu Deus mostrou a Sua aprovação total do seu sacrifício ao rasgar o véu do Templo de Jerusalém, de cima a baixo – para mostrar que uma novo caminho tinha sido aberta para a Sua presença, e que não somos mais dependentes de um sacerdócio terrestre.

 

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10:19-22).

 

Novamente, a imagem que os discípulos teriam obtido destas palavras estaria baseada nas suas próprias experiências da vida daquele tempo. Que significado diferente obtemos quando olhamos para uma passagem das Escrituras e consideramos as características da época em que foi escrita. Se nós não fizermos isso estamos sempre em perigo de impor as nossos próprias ideias, dos tempos atuais, tentando assim fazer com que as Escrituras ensinem o que nós queremos que elas digam!

 

Mark Buckler

Tradução S. Mestre

(Article: “In My Father’s House are Many Mansions…”, Glad Tidings 1508, pag. 15-16)