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BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

Preparação para Batismo 2 - Deus

S. Mestre, 18.05.20

2.1 O que ensina a Bíblia acerca de Deus?

 

RESPOSTA:

 

    a. Deus tem um nome que é revelado na Bíblia em Hebraico, YHWH, os estudiosos primeiro transcreveram esse nome para Jeová e mais tarde foi decidido que Iahveh/Javé seria mais correto. Em algumas traduções da Bíblia em Português esse nome aparece mas na maioria das traduções aparece como Senhor ou SENHOR.

Falou mais Deus a Moisés, e disse: Eu sou Jeová. E eu apareci a Abraão, a Isaac, e a Jacob, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, Jeová, não lhes fui perfeitamente conhecido. (Êxodo 6:2-3, RC)

 

Disse Iahweh a Moisés: "Agora, verás o que hei de fazer a Faraó, pois é pela intervenção de mão poderosa que os fará partir, e por mão poderosa os expulsará do seu país! Deus falou a Moisés e lhe disse: "Eu sou Iahweh. Apareci a Abraão, a Isaac e a Jacó como El Shaddai; mas pelo meu nome,
Iahweh, não lhes fui conhecido." (Êxodo 6:2-3, Bíblia de Jerusalém, 1ª Ed. 1966).

 

Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o Senhor. Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O Senhor, não lhes fui conhecido.(Êxodo 6:2-3, RA)

    b. Ele é o único Deus verdadeiro.

Não vos assombreis, nem temais; porventura, desde então, não vo-lo fiz ouvir, e não vo-lo anunciei? porque vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra rocha que eu conheça. (Isaías 44:8, RC)

 

Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não  Deus: eu te cingirei, ainda que tu me não conheças. (Isaías 45:5, RC)

 

Não terás outros deuses diante de mim. (Êxodo 20:3, RC)

 

Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos. (Efésios 4:6, RC)

    c. Deus é Espírito.

Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade. (João 4:24, RC)

    d. Deus é o Criador de todas as coisas.

NO princípio, criou Deus os céus e a terra. (Génesis 1:1, RC)

 

Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não  outro. (Isaías 45:18, RC)

    e. Deus controla todas as coisas, e sabe todas as coisas, até os nossos pensamentos.

Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. (Isaías 45:7, RC)

 

Senhor, tu me sondaste, e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar: de longe, entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos. Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces. Tu me cercaste em volta; e puseste sobre mim a tua mão. Tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta que não a posso atingir. Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Sheol a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua dextra me susterá. Se disser: Decerto que as trevas me encobrirão; então a noite será luz à roda de mim. Nem ainda as trevas me escondem de ti: mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa. (Salmo 139:1-12, RC)

    f. Deus é UM, não três.

Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. (Deuteronómio 6:4, RC)

 

Todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. (1 Coríntios 8:6, RC)

 

Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que seremos desleais uns para com os outros, profanando o concerto de nossos pais? (Malaquias 2:10, RC)

 

E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. (Marcos 12:29, RC).

    g. Deus é santo e verdadeiro.

Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas?  (Êxodo 15:11, RC)

 

E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. (Isaías 6:3, RC)

 

O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente.  (Salmo 19:9, RC)

    h. Deus é bondoso e misericordioso.

Passando, pois, o Senhor perante a sua face, clamou: Jeová, o SenhorDeus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade. (Êxodo 34:6, RC)

 

Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência, e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?  (Romanos 2:4, RC)

 

Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade. Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira. Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos retribuiu segundo as nossas iniquidades. Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto está longe o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões. Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. (Salmo 103:8-14, RC)

    i. Deus é justo e castigará os maus.

Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é. (Deuteronómio 32:4, RC)

 

Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos. (Salmo 145:20, RC)

 

Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.  (Romanos 1:18, RC)

    j. Deus tem um plano para o futuro da terra, e para a raça humana.

Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra. (Números 14:21, RC)

Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor, e não  outro. (Isaías 45:18, RC)

E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque  as primeiras coisas são passadas. (Apocalipse 21:1-4, RC)

    k. Deus é o Pai do Senhor Jesus Cristo.

E  eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus 3:17, RC)

 

E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus.  (Lucas 1:31-35, RC)

 

A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas; feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho? (Hebreus 1:2-5, RC)
 

 

Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. (1 Pedro 1:3, RC)

 

Veja também as secções 5, 6, 7, 8 e 9.

(Texto original: Preparation for Baptism by Christadelphian Bible Mission, tradução e adaptação para português por S. Mestre, revisão de 2020)

O Arrebatamento alguma vez acontecerá?

S. Mestre, 05.03.20

O verdadeiro significado do ensino de Paulo “Seremos arrebatados entre nuvens” (1 Tessalonicenses 4:17).

O tema do Retorno de Cristo deve ser um assunto de grande alegria, e não de medo. Só a presença dele será capaz de retirar o mundo do poço de mal e ruindade em que se afundou. O mundo precisa de um Ditador sábio, que pondo todos os partidos de lado, proverá a humanidade com uma forma de governo justa, e forçará sua adoção universal. Tal homem é uma impossibilidade na esfera humana, e mesmo que fosse encontrado, o mundo recusaria aceitá-lo, e o mataria primeiro antes entregar sua liberdade de se governar a si mesmo.

Mas Deus escolheu um dia no qual julgará o mundo em justiça através desse homem, que Ele escolheu para esse propósito, garantindo isso a todos os homem ao ressuscitá-lo de entre os mortos (Atos 17:31). Esse homem é o Senhor Jesus Cristo, semente de Abraão, no qual foi prometido que todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gál. 3:8,16); a semente de David (Mateus 1:1) que ocupará o seu trono no tempo estabelecido, e de Jerusalém governará o mundo em paz e equidade (Lucas 1:32); Daniel 7:14); Isaías 9:6-7).

Aconselhamos o exame cuidadoso, ponderado e crítico do conteúdo deste livro. Leia-o juntamente com a Bíblia. Tome tempo para estudar as referências Bíblias citadas no texto e o seu contexto.

O SEU ENVOLVIMENTO NO RETORNO DE CRISTO

O Que é o Arrebatamento?

Muita gente por esse mundo fora vivem com medo ou antecipação do que é descrito como O Arrebatamento.

A ideia de um arrebatamento no retorno de Cristo está recebendo cada vez mais apoio no mundo religioso. É dito, com base no ensino da Bíblia, que os crentes serão arrebatados da terra e levados para o céu quando o Senhor aparecer. Livros dramáticos têm sido escritos descrevendo essa experiência antecipada. Um desses livros que tenho aqui à minha frente faz referência a Cristãos desaparecendo, alegando que na segunda vinda de Cristo, milhões de pessoas subitamente desaparecerão. Afirmando:

“Quando o Arrebatamento (ou Segunda Vinda de Cristo) vier, não somente separará os crentes dos descrentes, mas separará maridos de mulheres, irmãos de irmãs, e amigos de amigos.

Num piscar de olhos, você poderá descobrir que a sua mulher não mais está na cozinha, ou você poderá telefonar para o escritório de seu marido e saber que ele de repente desapareceu.

Você pode estar num piquenique com seus filhos, e num instante se apercebe que eles simplesmente desapareceram.

Você pode estar dirigindo na estrada e de repente vê dois ou três carros desgovernados sem condutor.

Você pode estar num avião e de repente o piloto desaparece e o copiloto tem que tomar o controlo da aeronave.

E muito possivelmente, poderá estar sentado na igreja num domingo de manhã e numa congregação de 500 pessoas, subitamente 30, 40 ou 50 simplesmente desaparecem da audiência e no entanto você e centenas de outros são deixados na terra, incluindo o ministro!

Esta é a cena que acontecerá quando Cristo retornar à terra para receber os santos para Si mesmo.

Isto é comummente conhecido como Arrebatamento, ou a Segunda Vinda de Cristo.”

O mesmo livro provê um relato muito dramático e ficcional do que o autor considera acontecer nesse tempo, e pede aos seus leitores para que se preparem para essa crise eminente.

O livro “Como Acabará o Mundo” de S. Kirban, afirma ser um êxito de vendas, com vendas superiores a 250 000 cópias só nos Estados Unidos da América.

A pedido de muitos leitores, examinamos este ensino à luz da Bíblia.

Cristo Voltará

Antes de mais, deve ser reconhecido que Cristo retornará pessoalmente e visivelmente à terra, da mesma forma como subiu ao céu.

Não existe absolutamente qualquer dúvida sobre isto, pois é claramente predito na Bíblia, e os sinais políticos que anunciam o seu retorno, são evidentes nos dias de hoje.

Primeiro, considere algumas provas. Escrevemos “algumas”, porque as referências na Bíblia, ao retorno de Cristo são inumeráveis. A Bíblia contém mais de trezentas referências a este evento. Tenho à minha frente, um livro grosso de mais de 400 páginas com o título A Bíblia da Segunda vinda que contém somente extratos da Bíblia nos quais se faz referência à segunda vinda, suplementados por algumas notas de rodapé.

Na verdade, pode-se dizer com verdade, que se alguém não acredita na Segunda Vinda de Cristo, essa pessoa não acredita no ensino básico da Bíblia, pois é absolutamente fundamental para a sua compreensão.

A Segunda Vinda é ensinada, não meramente com linguagem figurada ou símbolo, mas também com declarações claras e diretas que são fáceis de entender.

Eis aqui algumas dessas declarações:

Então, se verá o filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória” [Cristo aos seus discípulos”] (Lucas 21:27).

Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” [Anjos aos Apóstolos] (Atos 1:11).



Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo… ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade” [Pedro pregando o Evangelho] (Atos 3:19-21).

Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” [Paulo explicando o processo da ressurreição] 1 Cor. 15:23).

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele” [João revelando o impacto da vinda de Cristo] (Apocaplipse 1:7).

Para além disso, as evidências revelam que Cristo não somente retornará, mas que estamos vivendo na época de sua segunda vinda.

Isto é demonstrado pelo cumprimento de profecias Bíblicas no nosso tempo. O aumento da permissividade, violência, crime, e o repúdio geral dos princípios divinos, estão de acordo com o aviso profético de Cristo, “Assim como foi nos dias de Noé, e Ló, assim será no dia em que o filho do homem se manifestar” (Lucas 17:26-30). O aumento do medo no mundo, tensão, rivalidades internacionais mostram quão verdadeira foi a sua predição de que a sua vinda seria apresentada com uma época de “angústia entre as nações em perplexidade,” “homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo” (Lucas 21:25-26). Acima de tudo, o reavivamento de Israel como nação é um testemunho claro ao cumprimento de tais predições como as que se seguem:

Levantar-te-ás e terás piedade de Sião(Israel); é tempo de te compadeceres dela, e já é vinda a sua hora… porque o SENHOR edificou a Sião, apareceu na sua glória… ficará isto registrado para a geração futura…” (Salmo 102:13-18).

Assim diz o SENHOR deus: eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua própria terra. Farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de todos eles” (Ezequiel 37:21-22).

Esta profecia antecipava um crescimento em três frentes no renascimento de Israel. Primeiro: a restauração do povo (que começou a partir do ano 1917 com a proclamação da Declaração de Balfour convidando os Judeus a retornarem à terra dos seus antepassados). Segundo: O renascimento da nação (proclamado pelo decreto da ONU em 1947). Terceiro: O estabelecimento de uma monarquia (que ainda está para se cumprir quando Cristo voltar, de acordo com o seu título “O Rei dos Judeus” – Mateus 2:2; 27:37).

Duas partes desta profecia tiveram cumprimento nos nossos tempos: esperamos pela terceira parte – o estabelecimento da monarquia sob Cristo. Ele profetizou:

Até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Lucas 21:24).

A ocupação de Jerusalém por Israel em 1967 é de grande significado à luz da predição de Cristo. Hoje, pela primeira vez em 2000 anos, Israel tem controlo da sua antiga capital.

Com que propósito Cristo retornará?

Cristo retornará para trazer o cumprimento do propósito de Deus iniciado faz 2000 anos. Esse propósito envolve o seu reinado na terra como Rei sobre um mundo em paz.

Isto não virá a acontecer sem grandes revoluções políticas e mudanças dramáticas por toda a terra.

Por fim, todas as nações estarão sujeitas à sua autoridade e regência. Jerusalém será reconstruída como a cidade-Templo para adoração universal, e se tornará a metrópole do império mundial que ele controlará. Tornar-se-á o centro da sua administração de onde sairão o seu ensino e lei para todo o mundo. Novamente citamos o testemunho inequívoco e claro das Escrituras:

Nos dias destes reis, o deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44).

Porque convém que ele(Cristo) reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés” (1 Coríntios 15:25).

A nação e o reino que não te servirem perecerão” (Isaías 60:12).

O reino do mundo se tornou de nosso senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15).

Como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o SENHOR deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações” (Isaías 61:11).

Este(Cristo) será grande e será chamado filho do Altíssimo; Deus, o senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:32-33).

Quando o SENHOR dos exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória” (Isaías 24:23).

Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno” (Jeremias 3:17).

Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém(para a guerra) subirão de ano em ano para adorar o rei, o SENHOR dos exércitos…” (Zacarias 14:16).

Jerusalém… [a] cidade do grande rei” (Mateus 5:35).

O SENHOR será rei sobre toda a terra” (Zacarias 14:9).



Estas referências claramente ensinam que o Senhor reinará na terra a partir da cidade de Jerusalém. Revelam que Deus intervirá nos assuntos do mundo, e que no final as condições na terra serão tais, que o cântico dos anjos por ocasião do nascimento do Senhor, e o pedido na oração do Pai Nosso se cumprirão:

Glória a deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).

Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10).

O Senhor não reinará sozinho. Ele requererá associados na governação das nações. A chamada do Evangelho é um convite para nos identificarmos com Cristo agora, para que então reinemos com ele.

Novamente, no que toca a este assunto, o ensino da Bíblia é explícito:

Fiel é esta palavra… se perseveramos, também com ele reinaremos” (2 Timóteo 2:11-12).

Foste(Jesus) morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:9-10).

Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade(receberão a vida eterna); pelo contrário, serão sacerdotes de deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos” (Apocalipse 20:6).

Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações” (Apocalipse 2:26).

A Bíblia ensina que, quando o Senhor Jesus retornar à terra, ele primeiro virá aos seus. Sem que o mundo o saiba, ele ressuscitará aqueles que creram nele, e recompensará os justos com a vida eterna(Romanos 2:6-7). Eles constituirão a aristocracia imortal do Reino que ele estabelecerá na terra. Em sua companhia, ele estabelecerá o seu governo em Jerusalém, e exigirá a obediência de todas as nações (Salmo 2). Alguns se submeterão, outros resistirão. Os primeiros serão incorporados como os súbditos mortais da teocracia que ele estabelecerá na terra; os últimos serão compelidos pelo poder divino que ele usará para sujeitar todos ao seu governo. Finalmente “Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam” (Salmo 72:11). Um estado de paz e equidade será estabelecido na terra:

Nos últimos dias, acontecerá que o monte da casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:2-4).

O reino do mundo se tornou de nosso senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15)

O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos DEBAIXO de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Daniel 7:27).

Note que as Escrituras citadas definem a localização do Reino a ser estabelecido como sendo NA terra e DEBAIXO do céu. Este facto é importante em vista das noções atuais sobre o chamado arrebatamento.

Foram Preditas Grandes e Dramáticas Mudanças

O reino de Cristo na terra não será estabelecido sem grandes e dramáticas mudanças na terra. As nações não se submeterão de vontade ao seu governo, mas serão humilhadas pelo derramamento do julgamento divino no fogo do Armagedão e seu rescaldo. O resultado será um terramoto político sem precedentes na história. A ordem política presente será completamente derrubada para abrir caminho para a nova ordem mundial de Cristo. As teorias políticas atuais serão descartadas quer sejam Comunistas, Capitalistas, ou Democráticas; e serão substituídas por um novo sistema: a teocracia. Isto incluirá uma ditadura benévola que elevará Deus na consideração da humanidade, enquanto provê as necessidades dos humanos. Será estabelecida com base na verdade e trará claramente à atenção de toda a humanidade os factos concernentes com a revelação divina. Por estes meios, o propósito de Deus na criação será cumprido, e “toda a terra se encherá da glória do SENHOR” (Números 14:21).

Mas embora o estabelecimento do governo de Cristo na terra inclua uma quebra dramática com as condições presentes, e vastas alterações por todo o mundo, o chamado arrebatamento no sentido usado pelas igrejas contemporâneas não está incluído. Porque então as pessoas parecem tão entusiasmadas com isso?

O Arrebatamento: Uma invenção da Imaginação

Isso acontece porque eles falharam no entendimento do ensino básico sobre a segunda vinda de Cristo como apresentada acima, e isso desencaminhou-os por uma interpretação errada de uma única passagem das Escrituras.

É declarado que a doutrina do arrebatamento é ensinada em 1 Tessalonicenses 4:13-18:

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o senhor. depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.

Esta declaração do Apóstolo Paulo é uma mistura de expressões literais e figurativas que combinadas, expressa de forma muito bonita o propósito de Deus para aqueles que querem seguir o Senhor Jesus. Infelizmente, na mente de alguns gerou-se uma confusão, porque eles falharam em distinguir o literal do figurado, e daí colocaram Escritura contra Escritura.

Por exemplo, o Apóstolo descreve a reunião com o Senhor “nos ares”, e conclui, “e assim estaremos sempre com o Senhor.”

Mas outras passagens das Escrituras revelam claramente que os crente imortalizados “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10), não “no ar” ou no céu. Na verdade, é claramente declarado que o seu domínio e esfera de governo será “debaixo de todo o céu” (Daniel 7:27).

Considere também outras citações citadas anteriormente. O Apóstolo declarou que o Senhor retornará do céu com “dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de deus,” e os mortos em Cristo ressuscitarão. A partir disto, alguns imaginam que o Senhor retornará com um “grito” real, tão sonoro e penetrante, como que para “acordar os mortos,” mas isto entra em conflito com outras declarações que afirmam que ele retornará “como o ladrão” (Apocalipse 16:15) - e um ladrão não anuncia a sua presença dessa forma!

A palavra traduzida “palavra de ordem” ou “alarido”(RC) é keleusma, e significa chamamento com autoridade e não é necessariamente audível a não ser para aqueles aos quais é dirigido. Na Septuaginta(tradução Grega do AT), a mesma palavra é usada em Provérbios 30:27 “Os gafanhotos, que não têm rei, contudo a uma palavra de ordem(keleusma), avançam juntos em fileiras”. A “palavra de ordem” à qual os gafanhotos obedecem , é a voz do instinto, e é só “ouvida” por aqueles a que é dirigida.

A “palavra de ordem” de 1 Tessalonicenses 4:16 é a palavra de ordem que fara com que os crentes mortos vivam novamente, e, certamente, não será audível aos outros. Um sussurro de um anjo pode acordar os mortos, quando levado acabo pela ordem daquele que é a ressurreição e a vida. Isto será um grande “alarido” mas inaudível para os ouvidos de carne.

No tempo da criação, Deus falou, e a terra produziu(Salmo 33:6-9); e assim será nesta “nova criação,” Cristo falará e aqueles “escutarão”, aos quais as suas palavras de vida serão dirigidas:

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:28-29).

O termo “todos” usado neste contexto é um termo relativo, pois, de facto, nem “todos” ressuscitarão (veja Isaías 26:14; Salmo 49:15-20; Salmo 88:5). A ressurreição acontece com o propósito do julgamento, para que só aqueles são responsáveis perante Deus serão ressuscitados dos mortos (conf. Efésios 2:11-13).

O temos “todos” como é usado neste versículo, é governado pela palavra túmulos. E não hades, a palavra Grega comummente usada para “túmulo,” mas sim mnemeion que significa sepultura memorial: uma sepultura mantida em memória. Comparativamente poucas são as sepulturas que Deus lembrará na vinda de Cristo, pois a maioria da humanidade corresponde à descrição do Salmo 88:5: “os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras.”

A “palavra de ordem” ou “alarido” é também descrita nas Escrituras como “a voz do arcanjo.” O único arcanjo mencionado nas Escrituras é Miguel (Judas 9), e em Daniel 12:1 este nome é aplicado ao Senhor Jesus. O profeta declara que quando Miguel o grande príncipe se manifestar na terra “muitos(não todos) dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Daniel 12:2).

Paulo também ensinou que o Senhor retornará com a “trombeta de Deus”. Aqui, mais uma vez, ele está usando a muito significativa e interessante linguagem simbólica, inteligível somente para aqueles que procuram o seu significado literal na Bíblia, mas não aqueles que interpretam os termos literalmente.

A simbologia é tomada da Lei de Moisés. Israel tinha uma vez por ano o Dia da Expiação que era precedido pelo sonido de trombetas memorial (Levítico 25:9; 23:24). Isto chamava o povo para que se reunisse e sacrificasse ao Senhor, e recebesse o perdão dos pecados. Isso prefigurava o grandioso Dia de Expiação para os crentes, quando os mortos responsáveis de todas as eras passadas serão ressuscitados, e com os crentes que estiverem vivos, serão chamados juntos para o julgamento e recompensa.

Em 1 Tessalonicenses 4:13-18, então, Paulo está usando linguagem simbólica para dar mais significado e ilustração à doutrina literal da ressurreição e julgamento. Cristo não retornará com um grito tão sonoro que sobressaltará a humanidade e levantará os mortos; ele não irá soar uma trombeta literal para anunciar o que tempo do julgamento chegou; mas o efeito será o mesmo.

Infelizmente, alguns tomaram as expressões simbólicas de Paulo nesta passagem, e deram-lhes interpretações literais, e daí começaram a ensinar algo que nunca esteve na intenção do Apóstolo.

Vejamos um exemplo disso.

Se aceitarmos literalmente o ensino de Paulo nessa passagem, seriamos levados a crer que quando o Senhor retornar, os crentes serão levados em corpo para os “ares” acima, “e estarão para sempre com o Senhor”.

Segundo esta interpretação, o lugar que onde eles passarão a eternidade será “nos ares” – não no céu! Os “ares” situam-se entre a terra e o céu, e seria um lugar muito insubstancial para passar a eternidade!

Claro, aqueles que acreditam no que se intitula a doutrina do Arrebatamento, afirmam que os crentes ou ascenderão aos céus, ou descerão novamente à terra, para desfrutarem da eternidade; mas Paulo claramente ensina, na referência que está à nossa frente, que ele onde eles se encontrarão com o Senhor aí ficarão para sempre, ou seja “nos ares”.

No entanto, outras passagens das Escrituras mostram que “nos ares” quando tratado simbolicamente, tem como significado literal uma elevação de estatuto e posição, não uma elevação do ser físico.

Os Justos Reinarão na Terra

Que os justos receberão uma mudança de natureza para a imortalidade, e que reinarão na terra com Cristo, no Reino que ele estabelecerá, é um facto, claramente ensinado pelas Escrituras.

Declarações como “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10); “ao vencedor… lhe darei autoridade sobre as nações” (Apocalipse 2:16); “Toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre” (Génesis 13:15); Abraão o “herdeiro do mundo” (Romanos 4:13); “Os mansos herdarão a terra” (Mateus 5:5); Vereis “no reino de deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas” (Lucas 13:28); “Toda a terra se encherá da glória do SENHOR” (Números 14:21); “O Deus do céu suscitará um reino [que] esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44); “Todos os que restarem de todas as nações… subirão de ano em ano para adorar o Rei” (Zacarias 14:16), e assim por diante, afirma esta verdade.

Estas passagens ensinam que Cristo reinará na terra em companhia dos crentes aprovados e imortalizados; e não “nos ares,” ou “no céu” acima.

Isto quer dizer que descartamos a declaração feita em 1 Tessalonicenses 4:17?

Depois, nós, os vivos, os que ficarmos(por ocasião do retorno de Cristo), seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

De jeito nenhum, mas, como toda a Escritura, deve ser corretamente interpretada à luz do seu contexto. Neste lugar, Paulo está usando a vívida. Pitoresca e descritiva linguagem simbólica, frequentemente usada na Bíblia.

É comum nas Escrituras, para governos e governadores de uma nação serem referidos como o seu “céu,” enquanto os súbditos, ou povo, são descritos como “a terra.”

Nesta linguagem simbólica, o sol representa as autoridades civis; a lua, sistemas eclesiásticos do estado, derivando poder deste, as estrelas, homens de estado proeminentes ou príncipes; as nuvens, os associados dos governantes; o ar, a constituição do governo; a terra, águas, mares, os súbditos sobre os quais o sol e a lua exercem autoridade.

Aceitando esta interpretação, e Paulo na referência acima citada, ensinou os crentes que a seguir da ressurreição, eles ficariam permanentemente elevados a posições de governação com Cristo: “assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

Em vez de ensinar uma ascensão literal da terra para uma posição insubstancial “nos ares”, o Apóstolo usou a linguagem simbólica para descrever a posição exaltada de administração na era por vir onde os aprovados desfrutarão da companhia do seu Senhor.

Reconhecemos que o peso da prova permanece sobre nós, e assim, pedimos ao leitor que cuidadosamente considere as evidências que avançamos.

Céus Simbólicos

Frequentemente, através das Escrituras, “céu” e “terra” são usados neste sentido simbólico ou político. Assim, Isaías, proclamando a sua mensagem aos governantes de Israel, declarou:

Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra… ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra” (Isaías 1:2,10).

A mensagem era tanto para príncipes como para o povo, e assim dirigiu-se a eles em linguagem com a qual eles estavam familiarizados. Era a linguagem na qual Moisés já tinha usado para se dirigir à nação:

Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca” (Deuteronómio 32:1)

Jeremias, o profeta, usou expressões similares quando acusou a nação quando “trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito.” Ele declarou: “Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! ficai estupefatos, diz o SENHOR” (Jeremias 2:12).

O profeta culpou os governadores pela condição da nação, e condenou-os na linguagem pitoresca de símbolos. Mais tarde ele referiu-se à “terra pranteando”, e “os céus acima” estando “negros,” pois a luz do seu governo(o rei) se havia extinguido (tomado cativo – Capítulo 4, versículo 28).

A acusação de Deus sobre a antiga e guerreira nação de Edom foi proclamada com termos semelhantes. O profeta declarou: “Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá…” Isto seria uma impossibilidade literal. Como poderiam todas as estrelas do céu serem enroladas juntas e jogadas num monte na terra? Não poderia ser feito. Mas se os termos são usados figuradamente, as “estrelas” representam luminares nos céus políticos, assim como figuras proeminentes de estado (e é assim que a mesma simbologia é usada em Daniel 12:3), a profecia torna-se inteligível. E então a profecia de Deus continua: “Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que, para exercer juízo, desce sobre Edom e sobre o povo que destinei para a destruição” (Isaías 34:4-6).

A mesma interpretação se aplica à profecia de Cristo:

Haverá sinais no sol(governantes), na lua(clericalismo) e nas estrelas(personagens proeminentes no estado); sobre a terra(povo comum), angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas(políticas, agitação)” (Lucas 21:25).

A atual tensão internacional e agitação política, testemunham da verdade da profecia de Cristo.

No livro de Apocalipse, é feito referência a uma guerra no céu (Apo. 12:7), e porque alguns falharam em compreender o peso dos símbolos na passagem, eles avançara a ideia impossível de uma guerra no céu entre os anjos de Deus! Um absurdo, especialmente à luz da oração de Cristo: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu!” Se o céu era um palco de guerra violenta e prolongada, que tipo de oração seria essa! A interpretação contradiz outras partes das Escrituras que ensinam que Deus não pode contemplar o mal (Habacuque 1:13).

Mas interpretando simbolicamente ou politicamente a passagem, não há conflito de ideias. E que deve ser interpretada assim fica para além de qualquer dúvida olhando para os versos 1 a 4 do mesmo capítulo. Pois outro “sinal no céu” é dado, uma mulher dando à luz a um filho, enquanto um dragão se prepara para devorá-lo!

É concebível que isto tenha acontecido no céu? A ideia é ridícula! Noutra parte das Escrituras (Apocalipse 17:9-10), “o dragão” é representado como um movimento político mostrando que o “céu” em questão, se relaciona com o estrato superior do mundo político, e não com a morada literal de Deus.

Aparecerão Novos Céus

O “céu” Israelita, ao qual se dirigiu Moisés, Isaías e Jeremias, provou ser desobediente a Deus. Tão desobediente, mesmo, que Ele declarou que causaria um eclipse do sol (governo), para escurecer a luz dos céus políticos. Ele proclamou “Pôr-se-á o sol sobre os profetas, e sobre eles se enegrecerá o dia” (Miqueias 3:6).

No entanto, de acordo com a Sua promessa e propósito, declarou que a Sua intenção de restabelecer o Seu governo na terra, sob a jurisdição de Cristo e dos governadores imortais que Ele elegerá.

Na linguagem do simbolismo, isto constituirá “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3:13), Isaías, depois de condenar os antigos “céus e terra” com palavras de repreensão, revelou que Deus os derrubaria para dar lugar a uma nova ordem que será estabelecida por Cristo.

Ele declarou:

Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo” (Isaías 65:17-18).

Deus não irá destruir a terra como às vezes é ensinado, mas a tornará mais bela (Números 14:21). A Bíblia ensina que ela permanece para sempre (Eclesiastes 1:4; Salmo 148:6; Isaías 45:18), como herança dos fieis (conf. Génesis 13:15). Com que propósito destruiria Deus os céus (como é ensinado às vezes) uma vez que eles “declaram a glória de Deus” (Salmo 19:1)? Não haveria sentido ou razão ao fazer isso, e somente uma falsa interpretação das Escrituras requer isso.

Não, os termos são usados politicamente. Os novos “céus e terra” políticos que Deus estabelecerá, verão Jerusalém como a metrópole de um governo mundial, o Senhor Jesus Cristo como seu Rei, e os seus seguidores imortalizados como seus associados, e as nações da terra como súbditos contentes e felizes nesta nova ordem mundial.

Em conformidade com este simbolismo, Cristo é chamado de Sol da Justiça; o culto universal que ele estabelecerá na terra é comparado com a lua que deriva a sua luz do sol; os seus governantes associados imortais são descritos como “resplandecerão como o fulgor do firmamento… como as estrelas, sempre e eternamente.” (Daniel 12:3; 1 Coríntios 15:41).

Assim como o retorno de Cristo é comparado com o nascimento do Sol da Justiça (Malaquias 4:2), desfazendo a escuridão do governo dos povos, é predito: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti” (Isaías 60:1-2). É um simbolismo muito apropriado, daí, falar daqueles que estarão associados com ele e regendo as nações, como sendo tomados figuradamente “nos ares, e estando para sempre com o Senhor”. (Veja também 2 Samuel 23:4).

Os Ares Políticos do Futuro

Daniel ensina que aqueles que reinarão com Cristo no era por vir “resplandecerão como o fulgor do firmamento… como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:3). Mais uma vez, esta é a linguagem de símbolos. De facto, eles “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 2:25; 5:10). Mas figuradamente eles serão como luminárias na administração milenar de Cristo, “estrelas brilhando” nos céus políticos que ele estabelecerá na terra.

Pois é óbvio que o reinado de Cristo será na terra. De facto, as nações mortais são representadas como indo a Jerusalém para adorar perante o Rei (Zacarias 14:16). A Bíblia descreve como os povos virão a ele desde os confins da terra, e confessarão a sua ignorância (Jeremias 16:19). Isto seria impossível se o assento de sua autoridade estivesse no céu. Em Ezequiel é declarado sobre Jerusalém: “este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo” (Ezequiel 43:7). Estas expressões são incompatíveis se o Senhor ficar “nos ares,” como alguns dizem baseando-se num entendimento errado de 1 Tessalonicenses 4:17. A verdade é sumariada nas palavras de Jeremias 3:17:

Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno.”

Claramente, esta cidade que será visitada por aqueles que anteriormente andaram segundo a imaginação dos seus corações malignos, a cidade na qual o Senhor irá habitar na era vindoura, é Jerusalém no Médio Oriente.

Mas nesse tempo ela será o lugar do trono do governo e culto mundial, que Cristo estabelecerá (Zacarias 6:12-13), na linguagem simbólica da Bíblia, o centro dos “céus” políticos do mundo por vir.

Será lá em Jerusalém, que o Senhor habitará, e lá, com ele, na terra, é que os fieis “estarão para sempre com o Senhor” como corregentes.

Assim se cumprirá a promessa feita à mãe do Senhor:

Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; deus, o senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:32-33).

Alguns afirmam que o trono de David está no céu. Mas ao dizerem isso eles contradizem as declarações claras da Bíblia. Na Bíblia Cristo disse: “voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei” (Atos 15:16). Será um grande pulo de imaginação para imaginar que essas ruínas estão no céu!

Arrebatados Entre nuvens

A declaração em 1 Tessalonicenses 4:17 que diz que os crentes serão “arrebatados entre nuvens” e não significa mais do que ser reunidos em grupos. Em Hebreus 12:1, os crentes são denominados “nuvem de testemunhas,” por isso estar associados a esse grupo poderia ser descrito como sendo arrebatados entre nuvens.

Em Tessalonicenses, Paulo está mais uma vez usando a linguagem simbólica. Isto é uma fonte de estudo muito proveitosa, que pode dar muito prazer à mente meditativa. Por exemplo, na Bíblia, mares, rios são algumas vezes usados para representar nações (veja Isaías 57:20; Apo. 17:15), e como as nuvens são criadas pela ação do sol, a evaporação, por isso as “nuvens” do céu milenar (a “nuvem de testemunhas” de Hebreus 12:1, e as “nuvens” de 1 Tess. 4:17) são formadas pela ação do “Sol da justiça” arrebatando alguma da “água” de entre os povos da terra. Esta água formará as “nuvens” políticas da Era por vir, que derramarão a sua chuva sobre a terra (figura de povos – veja o Salmo 72:6). Assim as Escrituras falam da doutrina da verdade como “a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva” (Deuteronómio 32:2).

A “chuva” que será carregada por estas “nuvens” será a mensagem dadora de vida de Cristo, que reviverá a humanidade na Era vindoura, depois de ter sido crestada e queimada pelos fogos do Armagedão. ´

É nestes termos que 1 Tessalonicenses 4:17 deve ser entendido, e não de outras maneiras que entrem em conflito com outras declarações claras da Palavra. Aqui, Paulo ensina que Cristo retornará para ressuscitar os crentes mortos, galardoará os justos com a vida eterna, e os elevará a posições de autoridade e glória na Era por vir. O propósito de Deus é encher a terra como glória (Números 14:21), e este será o meio pelo qual isso será alcançado.

Paulo aconselhou os seus leitores a “consolarem-se uns aos outros como estas palavras.” Existe consolo infinito no facto de Deus ter um propósito para a terra; que Cristo está voltando para trazer grandes mudanças. Mas o verdadeiro consolo só é aplicável se nos identificarmos com Cristo agora da forma designada, para que um dia possamos ser honrados nele quando ele vier. Cristo vem para ser “glorificado nos seus santos” (2 Tessalonicenses 1:10); ele voltará para punir aqueles que “não obedecem ao Evangelho” (v.8), e para mudar as condições na terra. “De Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Isaías 2:3).

Aconselhamos o leitor, a comparar cuidadosamente Escritura com Escritura, para que chegue a um entendimento salutar da sua verdade, e assim estar equipado para que se consolem com estas palavras.

Author Cristadelfiano : informação não disponível

Tradução S. Mestre



Pregando a Verdade - Capítulo 3

S. Mestre, 27.10.17

CAPÍTULO TRÊS

 

A Palestra de Paulo Estéfanas discutida na casa de Timóteo Bereia

 

Quando Timóteo chegou a casa, encontrou os seus pais e a sua irmã na sala comentando a palestra. A chegada de Timóteo temporariamente interrompeu a discussão. Quando já estava sentado a senhora Bereia reabriu a conversa. Dirigindo-se a Timóteo disse, “Bem, o que achaste da palestra?”

 

Extremamente interessante; Fiquei surpreendido com o conhecimento que o homem tem das escrituras e a sua habilidade em ir às passagens para apoiar os seus argumentos,” foi a resposta.

 

Estou preparada para admitir a sua familiaridade com as escrituras e não duvido que seja sincero, mas claro, está muito enganado em algumas de suas ideias,” disse a Sra. Bereia.

 

Em que pontos em especial achas que ele está errado?” perguntou Timóteo.

 

Bem, claro, lembrarás que ele continuamente se referiu à terra em vez do céu e a coisas materiais em vez daquelas grandes moradas imortais que estão para além das presentes habitações materiais.”

 

Isso é verdade, mãe, mas não foram as suas declarações apoiadas pelo testemunho das escrituras?”

 

Bem, sim, ele citou as escrituras, mas não posso deixar de sentir que foram mal aplicadas. Até os infiéis algumas vezes citam as escrituras para apoiarem as suas convicções. Mas, filho, não notaste que ele atacou a nossa querida antiga fé ortodoxa que chegou a nós como uma herança de incalculável valor? Em certo ponto da sua palestra ele referiu-se à nossa crença, que um dia deixaremos este vale de lágrimas e ascenderemos às regiões celestiais, e então disse que a Bíblia relata uma história completamente; Por outras palavras, a nossa mais acarinhada crença de um lar no céu à aspiramos e que nos anima através da vida e nos conforta na hora da morte – segundo este homem é tudo imaginação. Digo-te isto não é nada menos que infidelidade e tudo o que pude fazer foi ficar sentada a ouvi-lo.”

 

Está bem, mãe, não te agites. Eu sei como te sentes. Eu notei essas coisas que mencionaste, também, e foi por isso que fiquei para trás para falar com ele.”

 

Ah! Então mostraste-lhe o seu erro: Fico muito contente com isso.”

 

Não tão rápido, mãe: em vez disso temo que falhei miseravelmente. Gostaria que estivesses comigo para me ajudares, certamente tudo teria sido diferente. Mas o homem silenciou-me completamente.”

 

Mas, Timóteo, como pôde ser isso?”

 

Foi-lhe muito fácil, mãe. Eu nunca me apercebi do quão pouco conhecia a Bíblia até que falei com o ferreiro pregador. Não pude responder às questões mais simples e não consegui lembrar-me de passagens das Santas Escrituras para apoiar a nossa querida fé. Por exemplo, quando ele abri a discussão ao perguntar-lhe: “Se não vamos para as regiões celestiais por altura da morte como você parece implicar no seu discurso, o que acontece às nossas almas imortais?” Ele respondeu, “As escrituras nunca mencionam almas imortais ou a sua trasladação para regiões celestiais, e daí eu não acreditar em ambas coisas.” “O quê!” Disse eu, “Você quer dizer que não temos almas imortais? Mas toda a Bíblia menciona isso; de onde mais poderia vir essa crença?”

 

Antes de me responder colocou as mãos nos meus ombros e olhou-me diretamente na cara e disse em tom simpático: “Amigo, tenho a certeza que ambos queremos ser guiados pela Palavra de Deus. Se ela está cheia de menções a almas imortais então poderá dizer-me onde encontrar isso. Eu li a Bíblia de ponta a ponta várias vezes e nunca encontrei tal coisa. No entanto, se você mostrar-me uma passagem das Escrituras que fale de uma alma imortal estou disposto a curvar-me perante a Palavra Divina e ser corrigido.”

 

Ele esperou alguns momentos para que eu respondesse, e sabes, mãe, eu não consegui pensar em uma passagem sequer; Eu nunca fiquei tão embaraçado em minha vida e fiquei contente quando o encarregado apagou a luzes naquele momento. O Sr. Estéfanas notou o meu embaraço e disse, “Bem, não importa, podemos falar sobre isso com calma noutra ocasião,” Portanto convidei-o para que viesse aqui na quarta-feira à noite; isso dar-te-á uma oportunidade de falares com ele e corrigir a minha insuficiência, e se for necessário na tua opinião, mãe, pediremos ao nosso pastor, Sr. Hamilton, para vir e ajudar-nos a defender a nossa fé. O Sr. Estéfanas agradeceu-me pelo convite e assegurou-me que viria.”

 

A Sra. Bereia ia responder a Timóteo, mas ao notar o aspeto abatido do seu rosto refreou-se de continuar a discussão e simplesmente disse, “Bem, falaremos sobre isso amanhã de manhã; são quase meia-noite e temos que nos levantar cedo para dar de comer aos nossos animais antes de irmos à igreja. O Sr. Hamilton vai pregar sobre “A Recompensa dos Justos,” e Eu penso que nos fortalecerá e ajudará a ambos escutá-lo. Estou algo arrependida de termos ido ouvir o ferreiro pregar. Parece que te perturbou que alguma forma, mas deixemos isso, coloca isso nas mãos do Senhor em oração e encontrarás alívio para a tua alma perturbada. Boa noite filho.”

 

Boa noite, mãe.”

 

A Sra. Bereia ficou à escuta até que a porta do quarto de Timóteo foi fechada e então virou-se para a sua filha e disse suspirando, “Coitado do Tim, nunca o vi tão perturbado. Esse homem Estéfanas é o responsável por isso, e temos que fazer tudo o que pudermos para que Timóteo não se relacione demasiado com ele.”

 

Porquê mãe? O que te faz pensar que seja necessário tomar tais precauções com Timóteo? Sempre lhe deste crédito pelo seu bom senso, e conheces muito bem a sua reverência pela Bíblia. Estou confiante que ninguém o faria acreditar em nada que seja contrário ao ensino das escrituras. Acho que estás alarmada sem justificação.”

 

Bem,” respondeu a Sra. Bereia, “talvez tenhas razão, mas mesmo assim mais vale prevenir que remediar, e assim intenciono que seja o pai a tratar de quaisquer arranjos ou negócios que requeiram lidar com o ferreiro da aldeia. O meu receio pode ser tolo, Dorcas, mas de alguma forma, a voz da intuição de mãe parece-me dizer que o perigo se aproxima. Boa noite, Dorcas, devemos descansar.

 

A conversa foi assim abruptamente terminada, a mãe e a filha retiraram-se para os seus respetivos quartos.

 

(Original: Preaching the Truth, A Narrative Reciting the Experiences of a Christadelphian Preaching,"The Truth as it is in Jesus", tradução por S. Mestre)

 

Pregando a Verdade - Capítulo 2

S. Mestre, 27.10.17

CAPÍTULO DOIS

 

A Palestra de Paulo

 

Os cartões criaram o interesse e curiosidade que são normalmente manifestados numa aldeia rural quando algo se afasta do costume estabelecido. Era algo realmente novo para as pessoas da aldeia serem convidadas para uma palestra de um comum ferreiro. O assunto também os desconcertou e tornou-se o tema de conversa na mercearia da aldeia, que eram um tipo de fórum para as discussões sobre as novidades da aldeia, ou qualquer assunto que surgisse na aldeia. O assunto também foi discutido na reunião de mães e no círculo de costura, e, inevitavelmente, antes do final da semana não havia uma alma na aldeia que não tivesse ouvido falar da palestra que seria dada pelo ferreiro da aldeia. Daí, no sábado à noite a escola estava cheia até ao máximo. Sem dúvida, muitos, talvez a grande maioria, estivessem ali simplesmente por curiosidade. E que mal tem isso? Muitas vezes a curiosidade leva á investigação, e a investigação você sabe é “o braço direito do conhecimento.”

 

Quando chegou a altura de começar, Paulo Estéfanas subiu à plataforma e pediu à audiência que se levantasse enquanto ele rogava uma bênção ao Dador do bem e dons aceitáveis. Depois abriu a sua Bíblia já bem gasta e leu o salmo setenta e dois, após o qual deu início à sua palestra.

 

Caracterizou-se pela simplicidade de linguagem e discurso direto. Evidentemente o homem não estava ali para exibir qualquer habilidade que pudesse possuir. Não tentou voos de oratória; usou palavras assim como usava as suas ferramentas na oficina; com utilidade e não ornamento. Ele tinha uma história a contar e contou-a de uma maneira direta, simples, e no entanto havia bondade no tom, uma seriedade fervorosa e uma humildade evidente que fez a audiência sentir que estavam a ser dirigidos por um amigo e não um professor. A leitura em parte foi como se segue:

 

Amigos e vizinhos: Temo que pensem que sou arrogante ou presunçoso ao estar perante vós para palestrar. Mas quero que saibam antes de começar que eu não venho perante vós como um orador para entregar um discurso erudito, nem como professor para vos instruir. Mas chamei-vos para convidar-vos para uma reunião maior que acontecerá na terra num futuro próximo, quando a pessoa mais importante que o mundo já conheceu reunirá os seus amigos para um banquete real e irá presenteá-los com presentes que só ele pode dar. Eu fui convidado para esse banquete e foi-me pedido que passasse o convite a outros. A palestra, como lhe chamamos, será simplesmente uma breve descrição do que será esta grande reunião, onde acontecerá e quem é a Grande Personagem que a encabeçará. Os pequenos cartões pelos quais foram convidados a vir aqui indicam em traços largos onde isso acontecerá. Demos o título “Um tempo feliz virá sobre a terra.” E verdadeiramente será o tempo mais feliz que esta velha terra alguma vez já provou. Desculpem-me, amigos por colocar esta questão, mas estão cientes de que cada um de vós tem em suas casas uma descrição completa e um convite pessoal para tomar parte neste grandioso tempo de felicidade? Sim, têm. Encontram isso na vossa Bíblia familiar.

 

Amigos e vizinhos, por favor não fiquem ofendidos, mas sabem tão bem quanto eu que a Bíblia é muito pouco lida e é vista como um livro de textos dourados pelos quais é suposto prepararmo-nos para o tempo quando iremos supostamente deixar este vale de lágrimas por regiões celestiais, e que em breve Deus irá fazer uma enorme fogueira com esta velha terra. Mas, oh, que história diferente nos conta este querido velho livro se apenas lhe dermos ouvidos. Agora vos pedirei que escutem enquanto ouvem-no falar-vos, ou melhor enquanto Deus vos fala através ele.

 

Por volta de 3500 anos atrás, Deus começou a falar-nos deste tempo feliz que virá sobre a terra. Em uma ocasião quando falou através do Seu profeta Habacuque, disse, “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar. (Habacuque 2:14; vejam também Números 14:21; Salmo 72:18; Isaías 11:9). Agora bem, sabeis que isso nunca aconteceu ainda. Se a terra estivesse cheia da glória de Deus não veríamos à nossa volta a dor, o sofrimento, o crime e o pecado que agora existem. Nenhuma destas coisas aconteceram ainda, mas como todas as promessas de Deus certamente se cumprirão, sabemos isso acontecerá e a terra se encherá com a Sua glória. Mas concentremo-nos nas coisas mais práticas e que significado têm. Para vermos o que significa este tempo de felicidade temos que olhar à nossa volta e ver as condições que agora prevalecem na terra. Se pudessem ir a uma das nossas grandes cidade veriam numa parte da cidade residências magníficas, e toda a pompa e grandeza daqueles que têm tudo que o coração pode desejar; enquanto noutra parte da cidade podem ver casebres, ruelas, favelas/bairros de lata que formam as casas da pobreza. E se visitassem esses lugares veriam os rostos macilentos e pesarosos daqueles que apenas subsistem na luta pela sobrevivência. Há um grande que se eleva daqueles milhões que gemem e que se alimentam das migalhas que caiem das faustas mesas dos ricos. Creem que Deus ouve este clamor? Escutem! “Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tiago 5:1-4). Estas são as palavras de Deus registadas no Seu livro. Ele ouve o choro dos pobres. Como responderá? Isso faz parte do tempo de felicidade que virá sobre a terra, os pobres receberão atenção, o opressores cessarão. Acudamos ao Salmo que já vos li esta noite (o Salmo 72). Leiamos os primeiros versículos, “Concede ao rei, ó Deus, os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei.” Agora bem, este Rei é o Grande Personagem que é o Mestre de Cerimónia nesse grandioso dia. Que fará quando Deus lhe passar os Seus juízos? Escutem! “Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade.” Versículo quatro – “Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor.” Versículo doze – “Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido.”

 

Podemos ver então que o tempo de felicidade que virá sobre a terra será caracterizado por uma atenção amorosa da parte do Rei que governará naqueles dias para com os aflitos e desvalidos.

 

Este é o tempo mencionado no Salmo 113 onde lemos “Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.”

 

Maria, a mãe de Jesus ao falar profeticamente deste tempo diz: “Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos” (Lucas 1:52-53).

 

Estas afirmações e muitas outras que podem ser apresentadas para provar para além de dúvida que virá um tempo de felicidade em que a maldição da opressão e a pobreza abjeta serão removidas das multidões de pobres que gemem; e quando poderão voltar a sua atenção da luta pela existência para levantarem as suas cabeças para a Fonte e Dador de todo o bem e dizerem com o salmista – “Bom é render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade… Pois me alegraste, SENHOR, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos” (Salmo 92:1-2,4).

 

Um dos grandes prazeres a ser desfrutado nesse dia de boas coisas é a adoração a Deus sob circunstâncias que o tornarão um verdadeiro prazer, porque estará livre das distrações e más condições que nos acompanham na atualidade. Zacarias diz-nos, “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos” (Zacarias 14:16). Isto significa que as pessoas de todas as nações, desde as montanhas geladas da Gronelândia até aos bancos de coral da Índia farão uma peregrinação anual a Jerusalém para adorar o Rei de rei e o Senhor de senhores. Imaginem como será esse tempo glorioso, quando homens deixaram suas quintas e trabalho diário e viajarem sobre a terra e o mar para chegarem à cidade do grande Rei. O profeta Ezequiel fala-nos do grandioso templo que o mundo já mais viu que será erigido em Jerusalém para acomodar os adoradores que fluirão de todas as partes do mundo.

 

Nesse dia só haverá uma religião porque os homens serão ensinados por aqueles que Deus designou. O espírito que animará as pessoas por todo o mundo nesse dia é maravilhosamente expresso pelo profeta Miqueias no seu quarto capítulo nas seguintes palavras – “Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Miqueias 4:2). Vejam, existe uma nota de verdadeiro prazer nisto. Não é a expressão de um povo obrigado a fazer algo contra a sua vontade. Eles não dizem – “Está bem, acho que tenho que ir”. Ó não!, é “Vinde, e subamos ao monte do SENHOR”. É uma sugestão alegre e espontânea que se eleva dos corações das pessoas que antecipam fazê-lo com prazer sincero. Zacarias fala do mesmo espírito entre as gentes. Ele diz, “Os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR” (Zacarias 8:21).

 

Assim vejam que este tempo de felicidade é real; é um tempo em que os homem não mais passarão as suas vidas na corrida após o dinheiro e prazeres ou na mera luta pela existência, mas tomarão tempo a pensar no Criador, e o seu maior prazer se encontrará em adorá-Lo e servi-Lo.

 

Depois temos as condições que existem nos dias de hoje e que serão abolidas nesse glorioso sistema de coisas. Por exemplo, a guerra será abolida, pois nos é dito “uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” – Isa 2:4; Miqueias 4:3. Certamente isto aumentará a paz e felicidade dos habitantes da terra e conduzirá a uma tranquilidade e segurança que caracterizarão aquele glorioso dia.

 

Então a duração da vida mortal será alongada, por é nos dito que “Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado”(Isaías 65:20). Facilmente podemos ver como poderá ser isso, pois o “sábio” diz-nos “Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz” (Provérbios 11:19).

 

Agora no que respeita este vindouro tempo de felicidade o profeta diz – quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Isaías 26:9). Quando o homem anda pelos caminhos da justiça não só é provável que tenham uma vida mais longa, mas a suas vidas serão mais doces, melhores e mais agradáveis.

 

Outra das características deste tempo de felicidade que virá sobre a terra será a fecundidade da terra. Agora dentre vós os que trabalham na terra conhecem o labor que é fazer com que o solo dê o fruto para pagar as despesas, mas neste grandioso e abençoado dia que virá o profeta diz-nos – “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente” (Amós 9:13). E é nos dito que a terra produzirá o seu fruto e a maldição que está agora no solo causando que cresçam em todo o lado espinhos e abrolhos será removida e em lugar do espinheiro crescerá o cipreste e em lugar da sarça crescerá a murta – Ezequiel 34:27; Isaías 55:13. Estas coisas foram proferidas particularmente sobre a Terra de Israel, mas parece haver todas as indicações de que condições similares existirão por toda a terra.

 

É a antecipação destas coisas que faz com que o salmita diga – “Alegrem-se e exultem as gentes” – Salmo 67:4. “Aclamai a Deus, toda a terra. Salmodiai a glória do seu nome, dai glória ao seu louvor” (Salmo 66:1-2). Mas nesta ocasião não podemos dizer-vos tudo o que acontecerá, nem as muitas bênçãos que encherão o cálice da gente feliz que formará a população da terra nesse glorioso dia. Já dissemos o bastante para mostra que a nuvem negra do pecado e da dor que agora paira sobre os milhões que gemem na terra será substituída dentro em breve pela luz do sol das bênçãos de Deus que fará com que desapareçam a dor e o pesar.

 

Estas coisas de que vos falámos esta noite não são as maiores e mais importantes coisas que caracterizarão esse tempo de felicidade; elas são na realidade as menos importantes: mas são aquelas coisas que vemos primeiro, que primeiro nos atraem quando olhamos para o tema, e são fatos gloriosos que têm que ser tomados em consideração. Estas boas coisas para as quais chamámos a vossa atenção são na maioria coisas que serão usufruídas pelos habitantes da terra que estejam vivos no tempo em que essas coisas ocorrerem. Mas suponham que morremos antes destas coisas aconteçam; O que acontecerá? Não tomaremos parte nesse glorioso dia que virá sobre a terra? Bem, o tomar ou não tomar parte depende da nossa atitude presente perante Deus e a Sua palavra. Reservámos esta parte do nosso assunto para outra palestra, e se o Senhor quiser no próximo sábado à noite iremos contar como todas estas coisas acontecerão e como tanto vós como eu podemos acertar as nossas vidas no presente para que quando chegue esse glorioso tempo possamos estar entre os que partilharão de suas bênçãos.”

 

Paulo Estéfanas então convidou os presentes a virem novamente no sábado seguinte e declarou que ficaria contente em falar no final da reunião com qualquer um que estivesse interessado: e também que a sua casa estaria aberta a toda a hora para receber todos aqueles que quisessem explorar estes temas. A reunião então foi fechada com algumas palavras apropriadas de oração. Então dirigiu-se para o final da sala para apertar as mãos e falar com quantos fosse possível antes que abandonassem a sala.

 

Produziu-se a normal variedade de expressão e falta de expressão daqueles que compunham a audiência. Houve aqueles que procuraram a oportunidade de passarem desapercebidos enquanto Paulo falava com alguém. Também havia os apertos de mão inanimados onde quem apertava era só Paulo. Quem não experimentou este tipo de aperto de mão sem vida: no qual aqueles que você cumprimenta consentem que você levante e baixe o peso morto do seus braço para cima e para baixo uma ou duas vezes enquanto esperam pacientemente que termine.

 

Estiveram, no entanto, presentes alguns seres vivos verdadeiros e o seu sentido e vigoroso aperto de mão foi acompanhado pela sua expressão de aprovação ou desaprovação conforme fosse o caso. No seu todo a audiência estava sem saber como expressar-se apropriadamente porque o que tinha acontecido era uma experiência nova.

 

No entanto havia na audiência um jovem que parecia mais profundamente interessado que o restante. O seu nome era Timóteo Bereia: Ele esperou até que os outros saíssem e então, de Bíblia na mão, falou com Paulo Estéfanas até que o apagar das luzes colocou um final à sua entrevista.

 

(Original: Preaching the Truth, A Narrative Reciting the Experiences of a Christadelphian Preaching,"The Truth as it is in Jesus", tradução por S. Mestre)

"... que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?"

S. Mestre, 17.11.11

"... que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século." (Mateus 24:3)

Problema: As T.J. afirmam que a palavra grega "parousia" significa "presença", daí o retorno de Cristo só será notado por aqueles que o veem com os olhos do discernimento. É dito que isso aconteceu em 1914. E é literalmente afirmado que Jesus nunca colocará um pé na terra.

Solução:

1 - "Parousia" segundo os estudiosos do grego pode significar presença(ver entrada de "parousia" na Analytical Concordance to the Holy Bible de Robert Young), mas isto não implica necessariamente uma presença invisível. Por exemplo, a mesma palavra "parousia" aparece no original em grego de outras passagens como: na chegada de Tito (2 Coríntios 7:6, 7); a chegada de Estéfanas (1 Coríntios 16:17); e a presença de Paulo (Filipenses 1:26) requerem uma presença pessoal destas pessoas. Do mesmo jeito, a "presença pessoal" (Em grego: Parousia) é exatamente o que o registo implica - uma presença literal e visível.

2 - Jesus advertiu contra falsos profetas que ensinariam um "retorno invisível". Jesus disse: "Portanto, se vos disserem: "Ali está ele no deserto!", não vão lá. Ou então: "Está escondido em tal lugar", não acreditem. Pois, tal como o relâmpago alumia o céu de um extremo ao outro, assim será a vinda do Filho do Homem. (Mat 24:26-27 SBP)" . Este versículo é o oposto direto do ponto de vista que afirma que Cristo retornou invisivelmente em 1914 ("escondido em tal lugar"). Nem se pode associar um relâmpago que ilumina todo o céu com um evento que não é visível.

3 - Jesus irá visivelmente e literalmente retornar à terra. Isto se prova através da evidência que se segue:

a) "Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio..." (Zacarias 14:4 ), nessa passagem as T.J tentam espiritualizar o monte mas basta perguntar qual é intenção de espiritualmente dividir o monte em dois e formar uma planície desde Geba até Rimom(Zac. 14:10) para indicar que esta passagem não é figurada. Cristo retornará ao monte de onde ascendeu ao céu (Atos 1:10, 11). Este evento irá cumprir o que foi dito, "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir."(Atos 1:11), as TJ às vezes respondem a isto dizendo que "do modo" se refere ao fato de que só uns poucos viram Jesus ascender ao céu, daí só uns poucos irão testemunhar o seu regresso. Basta sublinhar que "o modo" descrito na passagem não se refere ao número de pessoas presentes , mas sim ao "modo" como Jesus ascendeu - uma nuvem o recebeu e o deixaram de o ver.

b) Os habitantes de Jerusalém e a casa de David "olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito." (Zac. 12:10; confira com 13:6). Como pode isso acontecer a não ser que Cristo retorne pessoalmente à terra? (confira com Apocalipse 1:7 - " Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele.")

4 - "Parousia" não é a única palavra grega usada para descrever o retorno de Cristo:

a) Phaneroo - "quando aparecer o Sumo Pastor (1Pe 5:4 ACF). Esta palavra não somente significa aparecer mas também carrega o significado adicional de que a pessoa será vista em seu verdadeiro caráter. É a mesma palavra usada sobre os crentes quando estiverem presentes perante o tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10), e também é usada para descrever a primeira vinda de Cristo (Hebreus 9:26).

b) Prosopon - " banidos da face do Senhor" (2Tess. 1:9). Esta palavra indica a presença atual de alguém que está vindo e que todos estarão perante a sua face. A mesma palavra é usada para descrever a presença de Cristo perante o Seu Pai no céu (Heb. 9:24).

c) Heko - "Conservai o que tendes, até que eu venha", (Apo. 2:25). Esta palavra significa não somente vinda, mas sublinha a chegada também. A mesma palavra é usada na chegada de Jesus à Galileia vindo da Judeia (João 4:47), e para a chegada do filho pródigo a casa (Lucas 15:27).

(Palavras gregas conferidas na Analytical Concordance to the Holy Bible, Londres, Lutterworth Press, 1965).

Assim podemos ver que o retorno de Cristo tem que ser pessoal e visível.

Tradução: S. Mestre

Os Cristadelfianos - Em que acreditam e o que pregam - cap 1 - A Bela Terra

S. Mestre, 03.01.11

A BELA TERRA

Nunca, desde os primórdios da história o homem teve tanto conhecimento como
tem hoje sobre o planeta em que habita. Nunca antes esteve tão profundamente consciente do grande desconhecimento para além dos limites do seu conhecimento atual. Um dos maiores
frutos das suas conquistas é o sentido que ele ganhou da vastidão de todas as coisas grandes e pequenas.


Ao mesmo tempo, há uma crescente percepção da unidade das coisas. Existe um acordo base, uma correspondência entre os princípios que regem o arranjo e organização de todas as coisas. Há relacionamentos, equilíbrio e interdependências que falam mais e mais de um sistema de pensamento por trás de tudo. O mundo é uma unidade.


Além disso, a própria terra dentro do sistema solar faz parte de um vasto conjunto celeste que se estende em incontáveis repetições e variações, tudo sendo regido por leis físicas, tais como são encontradas no nosso minúsculo mundo. Tudo, em todos os lugares revela ordem inteligente e coerência, e um grande poder que é universal e infalivelmente presente.


A Bíblia sozinha coincide com o mundo à nossa volta com uma explicação da origem das coisas que é simples e abrangente:

 

No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Génesis 1:1)

De um Deus veio tudo o que existe. Dia e noite, terra e céu, mar e terra, erva e árvores, peixes e pássaros, animais e insetos, e, por último, mas supremamente, o homem. Deus é a Unidade por trás, por dentro e em torno de tudo. A Sua Palavra é a sabedoria e razão e ordem em todas as coisas. O Seu Espírito é a força pela qual Ele produziu em sabedoria a criação e ainda a sustenta.


Um começo sem Deus significaria um desenvolvimento sem Deus e um final sem Deus, o que quer que isso pudesse ser. Em tal caso o homem não saberia de onde veio, porque está aqui e para onde
está indo. O universo estaria sem piloto e sem propósito. Não haveria nenhuma mente para explicar a complexa unidade de todas as partes do universo e de tudo o que se encontra nele.


O homem seria um prisioneiro em uma gaiola de um poderes não inteligentes maiores do que ele, um cativo que vê em um cosmos cego. Não haveria explicações exatas para o que somos e onde estamos, e inevitavelmente, não existiriam motivos para esperança, mas simplesmente um tatear esperançoso na escuridão nunca com a possibilidade de encontrar uma Mão para segurar. O homem
seria o seu próprio "criador", mas sem poder para governar e determinar o seu destino. Ele seria como um navio à deriva em um vasto oceano, sempre incerto de encontrar terra ou se haveria qualquer terra para encontrar.


Em maravilhoso e lúcido contraste para a insensatez do ateísmo existem as seguintes palavras da Escritura:


Sobre Deus:

 

Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (Jó 38:4)

 

 

Acaso, não sabeis? Porventura, não ouvis? Não vos tem sido anunciado desde o princípio? Ou não atentastes para os fundamentos da terra? Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar;” (Isaías 40:21 - 22)

 

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento.

(Isaías 40:28)

 

Sobre a terra e as suas maravilhas:

 

Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras.

Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão,o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes.” (Salmo 104:13 -15, 24 – 25)



Sobre os céus:



Inclina, Jó, os ouvidos a isto, pára e considera as maravilhas de Deus. Porventura, sabes tu como Deus as opera e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem? Tens tu notícia do equilíbrio das nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito em conhecimento?” (Jó 37:14 – 16)



Ou poderás tu atar as cadeias do Sete-estrelo ou soltar os laços do Órion? Ou fazer aparecer os signos do Zodíaco ou guiar a Ursa com seus filhos?” (Jó 38:31 – 32)



Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.” (Génesis 1:14 – 16)



Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Salmo 19:1)



O Sumário Divino:



O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” (Atos 17:24 - 28)



Certamente ninguém pode ler estas belas palavras da Escritura, sem ficar impressionado com a sua majestosa simplicidade. São ao mesmo tempo abrangentes e profundas. Há instrução e conforto para o homem comum da rua, e é suficiente para o homem educado do século XXI . A Unidade das coisas é explicada: tudo vem de um só Deus. Uma sabedoria permeia tudo. Um poder sustém os céus, contém os poderosos mares, é a fonte de toda a vida, está por trás do poder do átomo e os
instintos dos seres vivos, e pinta as asas da borboleta e o céu poente. O infinitamente grande e o infinitamente pequeno são igualmente o trabalho do Seu poder criativo e se encontram dentro do âmbito do Seu controle.


E o melhor ainda está para vir! A Criação não é um fim em si mesma. Há mais para vir. Glória maior do que jamais se viu encherá este planeta. O propósito de Deus tem um esplendor e uma promessa guardados que todos nós podemos compartilhar. Na verdade, é este propósito e nossa participação nele que nos propomos a analisar nas páginas que se seguem.

 

(The Christadelphians, What they Believe and Preach por Harry Tennant, tradução para português: S.Mestre)

LÓ VAI PARA SODOMA

S. Mestre, 24.07.10

 

Abraão e o seu sobrinho Ló e as suas respectivas famílias e servos tinham viajado desde de Ur dos Caldeus para a terra de Canaã, por ordem de Deus. Encontrar pastagens para os seus rebanhos e manadas não era fácil, assim que decidiram cada um ir para o seu lado, e isso trouxe Ló a um ambiente difícil, como Dudley Fifield agora explica.

 

(1) O próprio nome de Sodoma passou para o idioma Português como sinónimo de infâmia e maldade humana. Como Ló veio a habitar nesta cidade ensina-nos como devemos viver as nossas vidas. Em Génesis capítulo 13, lemos sobre o conflito entre os pastores de Ló e os pastores de Abraão. Encontrar  pastagem suficiente estava a criar tensões insuportáveis, por isso Abraão

gentilmente permitiu que Ló fizesse a escolha quanto ao local onde os seus rebanhos iriam

pastar. Isto é o que nos é dito:

 

E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro”                       (Génesis 13:10,11).

 

(2) O nome Ló significa “um véu”. Alguns  descreveram-no como “o homem com um véu sobre o rosto”. Observe a ênfase; é um jogo com o significado do seu

nome. Ele levantou os olhos e olhou – mas a sua percepção espiritual estava nublada. Viu só as vantagens imediatas da bem regada campina do Jordão. Ele não foi perspicaz o suficiente para ver os perigos de viver na proximidade de tais “poços de iniquidade” como Sodoma e Gomorra. No início, somos informados, que ele “habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (13:12), mas quando os acontecimentos que precederam a destruição das cidades são registrados, nós vemos que Ló não só havia se mudado para Sodoma, mas que ele realmente "estava sentado à porta de Sodoma" (Génesis 19:1). Isso significa que ele tornou-se um juiz ou um governante da cidade, pois eram as pessoas que se sentavam na porta da entrada para tomarem decisões sobre os assuntos referentes à mesma.

 

(3) Dois anjos visitaram Abraão para dizer-lhe que Deus iria destruir as duas cidades de Sodoma e Gomorra por causa de sua maldade e Abraão insistiu com eles na esperança de que eles poderiam poupar Ló e a sua família (Génesis 18:23-33). Conhecendo a justiça de Deus, perguntou-lhes: “Destruirás também o justo com o ímpio?” (18:23) e, em seguida, ele tentou negociar com eles. Talvez, disse ele, houvesse cinquenta justos ali. O anjo lhe assegurou que, se fosse esse o caso então a cidade seria poupada. Abraão persistiu e confessou que, se houvesse 45, ou 40, ou 30, ou 20 ou mesmo 10 justos entre os habitantes de Sodoma, a cidade seria poupada. Foi-lhe dada a garantia de que por 10 pessoas tementes a Deus a cidade seria poupada.

 

Isto é uma visão notável da misericórdia de Deus, que Ele não destruiria a cidade, se dez justos se encontrassem lá, mas que Ele sofreria então a maldade da maioria. Isto fala-nos volumes sobre a tolerância de Deus em face da iniquidade do mundo em que nós vivemos. Sem essa graça e misericórdia a humanidade teria sido apagada da face da terra à gerações atrás. Na verdade, a realidade é que Deus sempre salva os justos, pois o “justo Ló" (2 Pedro 2:7) foi salvo quando as duas cidades foram destruídas.

 

Destruição!

 

(4) Os terríveis acontecimentos que ocorreram em Sodoma está registado em Génesis capítulo 19, versículos 1-29. Podemos nos perguntar se a visita dos dois anjos foi o teste final. Se os homens daquela cidade se tivessem comportado de maneira diferente, Deus a teria destruído? Mas não havia remédio e assim tomando Ló, a sua esposa e as suas duas filhas, o anjo conduziu-os para fora da cidade. (Veja os versículos 16-22 para um outro exemplo da compaixão e condescendência de Deus.) O capítulo diz-nos que a mulher de Ló

olhou para trás e foi transformada numa estátua de sal (versículos 17 e 26). O versículo 17 deixa claro que “olhar para trás” não significa um olhar inquisitivo sobre o ombro. Eles haviam sido alertados para virar as costas a Sodoma e a tudo o que estava associado com essa cidade, ou eles morreriam com ela. Parece que a mulher de Ló tinha deixado o seu coração em Sodoma. Ela amava esse lugar; era onde ela pertencia e, por fim, ela  ficou para trás e olhou para a cidade cheia de saudades.

 

(5) O registo diz que ela foi transformado num pilar de sal. Tem-se observado que na área do Mar Morto, há muitos pilares de sal, alguns tão altos como 12 metros. O destino dela era ser engolida no cataclismo que afetou as cidades da planície. Ela ficou literalmente enterrada num “Pilar de sal” que posteriormente manteve-se como monumento à sua incredulidade.

 

Talvez, porém, ela tivesse feito mais do que olhar para trás com saudade do que tinha deixado para trás. Em Lucas 17, o Senhor Jesus refere-se à destruição de Sodoma e compara esse evento às circunstâncias que prevalecerão na terra por altura da seu segundo vinda:

 

Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar” (v. 28-30)

 

É impressionante que, nos dias de Noé (versículos 26 e 27), não foi a grande imoralidade das pessoas que foi enfatizada, mas sim a sua obsessão com as coisas da vida quotidiana. Essas são as coisas que em si são perfeitamente legítimas, mas, uma vez que Deus é negligenciado, buscando essas coisas leva a toda sorte de más ações (ver Ezequiel 16:49,50).

 

(6) Este aviso sobre os dias da segunda vinda do Senhor nos dá outra visão sobre o destino da esposa de Ló. Pois Jesus disse o seguinte:

 

Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a tomá-las; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás. Lembrai-vos da mulher de Ló” (Lucas 17:31,32).

 

A implicação é clara. Ela não somente olhou para trás, ela voltou mesmo para trás e morreu com o ímpios daquele lugar. Os incidentes ficam portanto, como um aviso para nós na presente geração de como devemos nos comportar se somos paras escapar dos julgamentos de Deus, quando Ele enviar o Senhor Jesus Cristo de volta à Terra.

 

Outra Lição

 

(7) Podemos, no entanto, aprender um pouco mais a partir do exemplo de Ló. Na sua Segunda Epístola, o apóstolo Pedro descreve a vida à qual são chamados os crentes no Senhor Jesus Cristo (1:4-7).

 

Incentivar os crentes a viver vidas como a de Cristo, ele diz:

 

Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados”           (2 Pedro 1:8-9).

 

Então seriam como Ló – o homem com o véu sobre os olhos!

 

O capítulo 2 da carta passa a falar especificamente de Ló. Ele descreve como Deus finalmente tomou ação na época de Noé, e depois ele diz o seguinte sobre a destruição de Sodoma:

 

E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; E livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens abomináveis(Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a sua alma justa, vendo e ouvindo sobre as suas obras injustas);” (2 Pedro 2:6-8).

 

Note que “todos os dias” Ló afligia a sua alma com as obras injustas daqueles. Poderíamos dizer não há nenhuma sugestão disto no registo de Génesis, mas as palavras dos Sodomitas em Génesis capítulo 19 são testemunho do que Pedro escreveu. Eles disseram: “Como estrangeiro este indivíduo veio aqui habitar, e quereria ser juiz em tudo?”(19:9).

 

Porquê, diziam, ele é apenas um estrangeiro (ou seja, um residente temporário).  Ele não é um de nós, mas ele está sempre a criticar o nosso modo de vida.

 

(8) As palavras de Pedro criam uma imagem da atitude dos homens justos e mulheres para a maldade humana que poderíamos não ter considerado. Então, Ló, sua esposa, os habitantes de Sodoma e os acontecimentos em que foram envolvidos falam-nos tanto da bondade como da severidade de Deus (Romanos 11:22). Eles advertem-nos da necessidade de odiar a maldade em todos as suas formas, e afastar-nos dela, se quisermos ser achados dignos de herdar a vida eterna no Reino de Deus.


Dudley Fifield

Tradução: S. Mestre

(Article: Lot goes to Sodom, Glad Tidings 1508, pag. 12-14)

Fé na Adversidade

S. Mestre, 23.07.10

 

O Novo Testamento foi escrito logo após que Jesus viveu na terra e foi concluído por volta do final do século primeiro. Os livros do Novo Testamento falam-nos sobre a vida e ensinamentos de Jesus e como que se espalhou esse ensino.

 

Os 66 livros do Antigo e Novo Testamentos em conjunto são “a Palavra de Deus”. Jesus deixou claro que para compreender o significado do seu ensino e da sua vida e morte, era necessário compreender “as Escrituras” (Lucas 24:25-27). Quando ele disse isso, “Escrituras” eram o Antigo Testamento. É importante, então, entendermos que o Novo Testamento é construído sobre a fundação do Antigo.

 

Um Homem de Fé

 

O Novo Testamento chama a nossa atenção para muitas pessoas do tempo do Antigo Testamento que mostraram fé preciosa perante adversidade. Tome José, filho de Jacó. Ele foi favorecido pelo seu pai porque ele era um filho temente a Deus. Os seus irmãos tinham ciúmes dele e o atacaram e quase o mataram. Em vez disso, ele foi vendido a alguns comerciantes que o levaram para o Egito. Lá ele se tornou escravo, servindo um oficial Egípcio. Ele provou ser fiel e consciencioso.  Mas um dia a mulher do oficial  acusou falsamente de tentar molestá-la. O resultado? Ele foi colocado na prisão. Apesar do facto de que tudo parecia estar dando errado de novo, José nunca perdeu a sua fé. Ele confiava que Deus estava desenvolvendo seu caráter através da provação, que Deus tinha algum propósito maior.

 

Isso ficou claro quando, mais tarde ele assistiu o Faraó no governo e armazenou cereal durante os anos de abundância para utilização durante os anos de fome. A própria família de José em Canaã foram forçados a ir ao Egito para comprar comida. Lá, numa série dramática de encontros, José revelou a seus irmãos que ele era aquele que ele tinham desprezado e vendido à escravidão muitos anos antes. Será que ele procurou a vingança? Não! Ele viu qual tinha sido o propósito de Deus:

 

Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (Génesis 45:5).

 

José queria que os seus irmãos enfrentassem o seu errado; mas ele queria avançar e trazê-los a um relação positiva com Deus. Ele mostra-nos claramente que a confiança em Deus nos ajuda a lidar com o que a vida nos apresenta. José acreditava firmemente nas promessas que Deus fizera ao seu bisavô, Abraão, ao seu avô Isaque, e ao seu pai Jacó. Essas promessas era uma garantia de que as pessoas que fazem parte do povo de Deus têm futuro. Por mais que falhem, por muito que entrem em dificuldades, a crença nesse futuro vai conduzi-los através disso tudo. Em seu leito de morte, ele pediu a seus filhos e netos para se apegarem às promessas.

 

Observe que José foi julgado e testado pelas circunstâncias da vida em Canaã e, em seguida, no Egito. Ele foi traído pelos seus irmãos, vendido para escravidão; injustamente acusado pela esposa do seu senhor; injustamente preso, e então esquecido até que a nação precisou dele. Não há qualquer registo de envolvimento satânico  ou demoníaco na sua vida. Ele estava sujeito aos perigos usuais e desafios da vida e ele sobreviveu a estes com um notável estado de espírito, com compreensão e maturidade. Deus usou as circunstâncias duras da sua vida para desenvolver o seu caráter e prepará-lo para tudo o que estava por vir. Porque ele tinha aprendido a controlar os seus próprios sentimentos ele acabou por ser o homem perfeito para controlar e regular o Egito através dos difíceis anos de abundância e fome que estava por vir.

 

A Adversidade Personificada

 

Muitos anos mais tarde, quando David era rei sobre a antiga nação de Israel, ele

também enfrentou muitas adversidades na sua vida. Ele era um homem que amava a Deus e orava por ajuda em qualquer situação. Isto é o que fazem os homens de fé. A sua compreensão da palavra de Deus é reforçada pela oração. A oração não funciona num vácuo; consiste escutar Deus, o que fazemos quando lemos a Bíblia, a Sua Palavra. Depois, quando expressamos que precisamos d'Ele , fazemo-lo com a consciência de que Ele sabe melhor, que a adversidade e provação têm um propósito, levando-nos mais perto d'Ele e aprofundando a nossa experiência de vida. Um conhecido Salmo de David expressa isso muito bem:

 

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre” (Salmo 23:4-6).

 

 

O salmo está escrito em linguagem poética. Sabemos que não existe na realidade um “Vale da sombra da morte”. O bordão e cajado são figuras de estilo(linguagem), lembretes dos instrumentos de um pastor. A associação entre pastor e Deus ajuda-nos a compreender que Deus é como um pastor que cuida das Suas ovelhas.

 

Oposição Retratada

 

O Antigo Testamento foi escrito na língua Hebraica e a linguagem pictórica é frequentemente usada para tornar as coisas mais vivas e memoráveis. A palavra Hebraica “Satanás” significa adversário - aquele que se opõe ou resiste, ou um acusador. Ela ocorre apenas por volta 30 vezes  nos 37 livros do Antigo Testamento, mas refere-se a toda uma gama de diferentes coisas que se opõem ao propósito de Deus. Numa ocasião “Satanás” é a palavra usada para descrever um anjo enviado por Deus para resistir a um profeta quer queria falar contra o povo de Deus:

 

 

Então, Balaão levantou-se pela manhã, albardou a sua jumenta e partiu com os príncipes de Moabe. Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi; e o Anjo do SENHOR pôs-se-lhe no caminho por adversário(satanás). Ora, Balaão ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos, com ele.” (Números 22:21,22).

 

Satãs Humanos

 

Noutras partes a mesma palavra é usada sobre vários adversários humanos. Aqui estão alguns exemplos:

 

“Não te ausentes de mim, ó Deus; Deus meu, apressa-te em socorrer-me. Sejam envergonhados e consumidos os que são adversários de minha alma; cubram-se de opróbrio e de vexame os que procuram o mal contra mim” (Salmo 71:12,13);

 

“Porém os príncipes dos filisteus muito se indignaram contra ele; e lhe disseram: Faze voltar este homem, para que torne ao lugar que lhe designaste e não desça connosco à batalha, para que não se faça nosso adversário no combate; pois de que outro modo se reconciliaria como o seu senhor? Não seria, porventura, com as cabeças destes homens?” (1 Samuel 29:4);

 

“Porém David disse: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia, para que, hoje, me sejais adversários? Morreria alguém, hoje, em Israel? Pois não sei eu que, hoje, novamente sou rei sobre Israel?”(2 Samuel 19:22);

 

“Levantou o SENHOR contra Salomão um adversário, Hadade, o edomita; este era da linhagem real de Edom” (1 Reis 11:14).

 

Testados pela Vida

 

É importante perceber que em nenhum lugar na Bíblia, existe a ideia de que um anjo caído chamado Satanás que está trabalhando contra as pessoas para afastá-las de Deus. Isto será uma surpresa para muitas pessoas que acreditam neste ponto de vista popular. Mas quando lemos o Antigo Testamento vemos que os adversários (ou “satãs”, tal como está em Hebraico) aparecem de todas as formas e tamanhos. Eles podem ser soldados, camaradas de armas, inimigos - mesmo até anjos, que estão fazendo a vontade de Deus, como aquele que parou Balaão no seu caminho. Mas o adversário nunca é um anjo caído, porque os anjos não podem cair: eles são os servos totalmente fiéis de Deus no céu.

 

E lembre-se que existem apenas cerca de 30 ocorrências dessa palavra Hebraico no Antigo Testamento. Se houvesse realmente um “anjo caído”, como algumas pessoas acreditam, não seria referido com muito mais frequência? Podemos unicamente pedir-lhe que olhe para as provas com  uma mente aberta.

 

O ponto importante é este, como nós vimos quando olhamos para a vida de pessoas fieis como José ou David. Quando reconhecemos que a palavra “satanás” é a palavra Hebraica do Antigo Testamento que significa “adversário”, chegamos à conclusão que nas adversidades da vida não estamos sendo testados por algum monstro sobrenatural que tenta destruir as nossas vidas, arrastando-nos para destruição e desviando-nos de Deus.

 

A adversidade nos vem de pessoas, às vezes até mesmo do próprio Deus, para testar e desenvolver o nosso caráter. Deus quer que as pessoas mudem, que estejam dispostas a colocar a sua confiança n'Ele, venha o que vier na vida. Se fizermos isso, podemos ter certeza de que Ele ricamente no recompensará, se não nesta vida, então na que há de vir.

 

Michael Owen

Tradução: S. Mestre

(Article: Faith in the Face of Adversity, Glad Tidings 1513, pag. 11-13)

A Parábola do Homem Rico e Lázaro

S. Mestre, 22.07.10

Jesus certa vez contou uma parábola sobre um homem rico que não ligava a um mendigo que estava à sua porta. A situação inverteu-se, no entanto, quando ambos morreram e Jesus descreveu uma situação que é muito diferente daquela que as pessoas acham que vai acontecer após a morte. Leia a parábola por si mesmo em Lucas, capítulo 16, versículos 19 a 31, e depois veja o que David Budden tem a dizer sobre isso.

 

 

 

Introdução

 

Muitos encontram dificuldades nesta esta parábola e certamente apresenta problemas. No entanto, os seguintes pontos devem ser observados:

 

  • É a única parábola em que Jesus apresenta uma personagem com nome.
  • Há um inesperado detalhe - cinco irmãos! Porquê cinco?
  • A parábola era para os ouvidos dos Fariseus, que eram “avarentos” (Versículo 14), e estavam ridicularizando Jesus enquanto ele falava sobre a “verdadeira riqueza e os perigos da cobiça.”
  • Jesus ressuscitou Lázaro dos mortos, os fariseus tentaram destruir Lázaro, porque a sua própria existência era um poderoso testemunho do poder e autoridade de Jesus.

 

A ideia principal da parábola vem no verso final –  se as pessoas ser convencerem pela Palavra revelada de Deus, então mesmo uma ressurreição dos mortos não faria nenhuma diferença.

 

A História

 

A história é sobre um homem rico e um mendigo chamado Lázaro. O homem rico vivia em grande luxo, mas o mendigo à sua porta – um homem que ele conhecia por nome –  Estava numa situação lastimável, coberto de feridas que eram lambidas pelos cães. Ambos os homens morreram; Lázaro foi para o “Seio de Abraão”, mas o homem rico, tendo sido sepultado, foi para o”Inferno” (“Hades”), onde ele sofria dor extrema em chamas. Lá havia um grande abismo entre os dois, mas mesmo assim eles poderia falar uns com os outros e o homem rico pediu a Abraão para enviar Lázaro a ele com um pouco de água fria para acalmar a sua sede.

 

Abraão lembrou ao homem o passado, quando ele tinha ignorado o sofrimento do mendigo à sua porta, mas, para além disso, o grande abismo tornava impossível que Lázaro fosse ter com ele.O homem então se lembrou dos seus cinco irmãos e pediu que Lázaro fosse enviado para avisá-los da necessidade de arrependimento. "Eles têm suas Bíblias", respondeu Abraão. "Sim", respondeu o

o homem em sofrimento, “mas se um dos mortos for adverti-los, eles estariam avisados”. A resposta de Abraão foi: “Se ignoram a Palavra de Deus, então até mesmo um milagre será em vão”.

 

Comentário

 

Esta parábola não apresenta o ensinamento de Jesus sobre a vida para além da sepultura. A Bíblia é enfática, e Jesus ensinou, que os mortos “dormem” em suas sepulturas, totalmente inconscientes até o dia da ressurreição. (Veja João 11:11-14, 23-25 e Mateus 22:23-33).

 

Por muitos anos a Judeia tinha sido parte do império Grego e o pensamento Grego, com ideias de almas imortais, tinha penetrado o pensamento Judaico. A expressão “no seio”significa uma relação muito estreita –  Jesus usou o termo para expressar o seu relacionamento com seu Pai (João 1:18). No cenáculo, João – o discípulo a quem Jesus amava – estava reclinado no seio de Jesus. Então, os justos são considerados como estando “no seio de Abraão”, sendo Abraão o pai dos fiéis.

 

Jesus está fazendo uma paródia das falsas crenças que então existiam e, portanto, expõe os seus absurdos. Será que os justos realmente são capazes de ver os ímpios contorcendo-se em chamas eternas? Serão eles capazes de conversar entre si, mas estar impotentes para ajudar? Claro que não!

Nós precisamos de lembrar que Jesus estava falando aos fariseus que eram maus, os homens abraçavam essas ideias pagãs ridículas.

 

Mas porque é dado o detalhe sobre os cinco irmãos? Caifás era o Sumo Sacerdote na época e teve cinco cunhados, os quais foram sacerdotes. Aqueles escutando a parábola entenderiam que a parábola era, em primeiro lugar para as ouvidos de Caifás. Jesus, de facto, ressuscitara um homem chamado Lázaro dos mortos e devido a esse milagre muitas pessoas acreditavam em Jesus (João

11:45). A resposta dos Fariseus, que foi bastante diferente, pois eles “resolveram matar também Lázaro” (12:10).

 

Assim, as palavras de Jesus eram justificados. Aqueles que puseram os seus rostos contra a palavra de Deus não serão movidos nem mesmo por uma ressurreição dos mortos.

 

Conclusão

 

Estamos rodeados por milagres da natureza e a televisão nos permite testemunhar as maravilhas da complexidade e inter-dependência para além da nossa compreensão. Será que as pessoas são compelidas a glorificar Deus e apreciar o Seu poder infinito? Nada disso! Assim, tal como foi há dois mil anos, os que ignoram a Palavra escrita de Deus não podem ser demovidos por  qualquer evidência que eles vejam de um Criador interessado na terra que criou. Em vez disso, é provável que digam “Deus provavelmente não existe.” A sério!

 

David Budden

Tradução: S. Mestre

(Article: The Parable of the Rich Man and Lazarus, Glad Tidings 1509, pag. 10-11)

"Na Casa de Meu Pai Há Muitas Moradas ... "

S. Mestre, 22.07.10

Esta é uma passagem da Escritura, em João capítulo 14, versículo 2, que faz com que algumas pessoas acreditem que Jesus estava oferecendo um lugar no céu, mas, como Mark Buckler agora explica, o Senhor tinha algo muito diferente em mente.

 

Um Livro Judaico

 

Muitos de nós esquecerá, quando lemos a Bíblia, que é um livro judaico, escrito principalmente por escritores Judeus sobre o povo Judeu. É tão fácil para nós lê-lo com dois mil anos de ideias e interpretações em nossas mentes que nos esquecemos de fazer uma pergunta simples: O que os autores desta passagem entendiam que ela queria dizer, quando a escreveram e o que os seus leitores ou ouvintes entenderiam dela?

 

Assim, quando Jesus falou sobre as muitas moradas na casa do seu Pai, o que ele quis dizer com isso e o que os seus ouvintes teriam entendido? Aliás, esta é uma passagem que é frequentemente lida na igreja em serviços funerários e hoje é pensado que é uma promessa de uma herança com Deus no céu. É isso o que Jesus queria dizer?

 

Casa de Deus

 

A expressão “casa de meu Pai”, assim como é utilizada nos Evangelhos sempre se refere ao Templo de Jerusalém. Por exemplo, quando Jesus visitou o Templo, um menino de doze anos, o seu comentário às questões dos seus pais foi: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”(Lucas 2:49). Ou quando Jesus purificou o Templo, ele disse: “Tirai daqui estas coisas; não façais da casa de meu Pai casa de negócio.”(João 2:16).

 

Assim, Jesus estava dizendo aos seus discípulos: em João capítulo 14, que havia muitas moradas no Templo, e que ele iria voltar e viver com eles sobre a terra de uma forma semelhante à como os sacerdotes viviam perto de Deus, porque eles viviam no Seu Templo – na Casa de Deus. Mas era mesmo assim? Era o Templo uma casa para as pessoas, ou apenas a Casa de Deus?

 

A Estrutura do Templo

 

 

Na descrição da construção do primeiro Templo por Salomão, é mencionado a construção de câmaras construídas em três andares nos três lados do templo:

 

Contra a parede da casa, tanto do santuário como do Santo dos Santos, edificou andares ao redor e fez câmaras laterais ao redor. O andar de baixo tinha cinco côvados de largura, o do meio, seis, e o terceiro, sete; porque, pela parte de fora da casa em redor, fizera reentrâncias para que as vigas não fossem introduzidas nas paredes”(1 Reis 6:5,6).

 

Estes quartos eram para os sacerdotes viverem enquanto estavam de serviço no Templo, assim, quando Jesus se refere às “muitas moradas” na " Casa do Pai ", os discípulos teriam podido visualizar as inúmeras salas construídas no lado do Templo, e teriam entendido logo,o que ele queria dizer.

 

“Voltarei...”

 

Isto foi o que Jesus prometeu.

 

Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”(João 14:1-3).

 

Ele estava prestes a morrer como sacrifício para os pecados, mas ele se levantaria novamente e, oportunamente, iria para o céu, para se sentar à mão direita do Pai. Mas quando chegar a hora certa, ele voltará à terra, para viver com o seu povo – como num templo. Havia alguma situação semelhante em que os discípulos poderiam pensar que fosse semelhante ao que estava prestes a

acontecer?

 

Pensando sobre as atividades que tinham lugar no templo, os discípulo se lembrariam que diariamente os sacerdotes entravam no Santo Lugar e que uma vez por ano o Sumo Sacerdote passava através do segundo véu, e entrava no Santo dos Santos como representante do povo. Depois de fazer sua oferta ele saia de novo para o povo, tendo feito expiação por eles.

 

O Grande Sumo Sacerdote

 

Jesus ia fazer a mesma coisa pelo o seu povo  – mas muito mais ainda! Ele estava indo para a presença real de Deus, não apenas até uma representação de Sua presença, como acontecia no Templo. Este é um tema totalmente  desenvolvido pelo apóstolo Paulo, quando escriveu aos Hebreus, que diz:

 

Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; nem ainda para se oferecer a si mesmo muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santo dos Santos com sangue alheio. Ora, neste caso, seria necessário que ele tivesse sofrido muitas vezes desde a fundação do mundo; agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hebreus 9:24-26).

 

No caso de Jesus, quando ele morreu Deus mostrou a Sua aprovação total do seu sacrifício ao rasgar o véu do Templo de Jerusalém, de cima a baixo – para mostrar que uma novo caminho tinha sido aberta para a Sua presença, e que não somos mais dependentes de um sacerdócio terrestre.

 

Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura” (Hebreus 10:19-22).

 

Novamente, a imagem que os discípulos teriam obtido destas palavras estaria baseada nas suas próprias experiências da vida daquele tempo. Que significado diferente obtemos quando olhamos para uma passagem das Escrituras e consideramos as características da época em que foi escrita. Se nós não fizermos isso estamos sempre em perigo de impor as nossos próprias ideias, dos tempos atuais, tentando assim fazer com que as Escrituras ensinem o que nós queremos que elas digam!

 

Mark Buckler

Tradução S. Mestre

(Article: “In My Father’s House are Many Mansions…”, Glad Tidings 1508, pag. 15-16)