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BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

BOAS NOVAS DO REINO DE DEUS

Artigos e estudos Bíblicos

Preparação para Batismo 7 - Jesus Cristo - A Sua Ascensão

S. Mestre, 23.05.20

7.1 Porque foi o Senhor Jesus para o céu?

 

RESPOSTA:

    a. Quarenta dias depois da sua ressurreição, o Senhor Jesus foi elevado à presença de Deus, no céu. Deus tornou-o superior a todos o homens, e superior a qualquer dos anjos — O segundo ser mais importante de todo universo, a seguir ao Próprio Deus.

Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles. (Hebreus 1:3-4)

 

Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra. (Filipenses 2:9-10)

 

Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor. Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 5:12-13)

    b. Jesus Cristo é agora o nosso Sumo Sacerdote no céu. Ele apresenta as nossas orações a Deus e intercede por nós.

É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. (Romanos 8:34)

 

Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa  confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. (Hebreus 4:14-15)

 

Este[Jesus], no entanto, porque continua para sempre, tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus, que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu. (Hebreus 7:24-27)

 

 

(Salvo indicação contrária todas a passagens Bíblicas são da Almeida Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil)

(Texto original: Preparation for Baptism by Christadelphian Bible Mission, tradução e adaptação para português por S. Mestre, revisão de 2020)

Preparação Para Batismo 6 - Jesus Cristo - A sua Ressurreição

S. Mestre, 22.05.20

6.1 Depois da morte do Senhor Jesus, o que lhe aconteceu?

 

RESPOSTA: Foi sepultado, mas ao terceiro dia Deus ressuscitou-o dos mortos, para viver para sempre.

 

Caindo a tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que era também discípulo de Jesus. Este foi ter com Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. Então, Pilatos mandou que lho fosse entregue. E José, tomando o corpo, envolveu-o num pano limpo de linho e o depositou no seu túmulo novo, que fizera abrir na rocha; e, rolando uma grande pedra para a entrada do sepulcro, se retirou. (Mateus 27:57-60)

 

No findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e a sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado.
Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo! (Mateus 28:1-7)

 

E foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor. (Romanos 1:4)

 

Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. (1 Coríntios 15:3, 4 e 20)

 

E aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno. (Apocalipse 1:18)

 

6.2 Porque aconteceu isso?

 

RESPOSTA:

    a. Porque ele era sem pecado, não merecia a morte — "o salário do pecado" como é chamada pela Bíblia. Por isso Deus ressuscitou-o dos mortos.

Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Romanos 6:23)

Ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela. (Atos 2:24)

A si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. (Filipenses 2:8-11)

    b. Ao ressuscitar o Senhor Jesus dos mortos, Deus mostrou também como irá recompensar todos aqueles que verdadeiramente seguem Jesus. Se pusermos a nossa fé em Cristo e se fizermos o nosso melhor para obedecê-lo e segui-lo, nós, também seremos ressuscitados dos mortos no último dia (veja a Secção 12).

Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.(1 Coríntios 15:21-23)

Tendo, porém, o mesmo espírito da fé, como está escrito: Eu cri; por isso, é que falei. Também nós cremos; por isso, também falamos, sabendo que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos apresentará convosco.  (2 Coríntios 4:13-18)

 

(Salvo indicação contrária todas a passagens Bíblicas são da Almeida Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil)

(Texto original: Preparation for Baptism by Christadelphian Bible Mission, tradução e adaptação para português por S. Mestre, revisão de 2020)

O Arrebatamento alguma vez acontecerá?

S. Mestre, 05.03.20

O verdadeiro significado do ensino de Paulo “Seremos arrebatados entre nuvens” (1 Tessalonicenses 4:17).

O tema do Retorno de Cristo deve ser um assunto de grande alegria, e não de medo. Só a presença dele será capaz de retirar o mundo do poço de mal e ruindade em que se afundou. O mundo precisa de um Ditador sábio, que pondo todos os partidos de lado, proverá a humanidade com uma forma de governo justa, e forçará sua adoção universal. Tal homem é uma impossibilidade na esfera humana, e mesmo que fosse encontrado, o mundo recusaria aceitá-lo, e o mataria primeiro antes entregar sua liberdade de se governar a si mesmo.

Mas Deus escolheu um dia no qual julgará o mundo em justiça através desse homem, que Ele escolheu para esse propósito, garantindo isso a todos os homem ao ressuscitá-lo de entre os mortos (Atos 17:31). Esse homem é o Senhor Jesus Cristo, semente de Abraão, no qual foi prometido que todas as famílias da terra seriam abençoadas (Gál. 3:8,16); a semente de David (Mateus 1:1) que ocupará o seu trono no tempo estabelecido, e de Jerusalém governará o mundo em paz e equidade (Lucas 1:32); Daniel 7:14); Isaías 9:6-7).

Aconselhamos o exame cuidadoso, ponderado e crítico do conteúdo deste livro. Leia-o juntamente com a Bíblia. Tome tempo para estudar as referências Bíblias citadas no texto e o seu contexto.

O SEU ENVOLVIMENTO NO RETORNO DE CRISTO

O Que é o Arrebatamento?

Muita gente por esse mundo fora vivem com medo ou antecipação do que é descrito como O Arrebatamento.

A ideia de um arrebatamento no retorno de Cristo está recebendo cada vez mais apoio no mundo religioso. É dito, com base no ensino da Bíblia, que os crentes serão arrebatados da terra e levados para o céu quando o Senhor aparecer. Livros dramáticos têm sido escritos descrevendo essa experiência antecipada. Um desses livros que tenho aqui à minha frente faz referência a Cristãos desaparecendo, alegando que na segunda vinda de Cristo, milhões de pessoas subitamente desaparecerão. Afirmando:

“Quando o Arrebatamento (ou Segunda Vinda de Cristo) vier, não somente separará os crentes dos descrentes, mas separará maridos de mulheres, irmãos de irmãs, e amigos de amigos.

Num piscar de olhos, você poderá descobrir que a sua mulher não mais está na cozinha, ou você poderá telefonar para o escritório de seu marido e saber que ele de repente desapareceu.

Você pode estar num piquenique com seus filhos, e num instante se apercebe que eles simplesmente desapareceram.

Você pode estar dirigindo na estrada e de repente vê dois ou três carros desgovernados sem condutor.

Você pode estar num avião e de repente o piloto desaparece e o copiloto tem que tomar o controlo da aeronave.

E muito possivelmente, poderá estar sentado na igreja num domingo de manhã e numa congregação de 500 pessoas, subitamente 30, 40 ou 50 simplesmente desaparecem da audiência e no entanto você e centenas de outros são deixados na terra, incluindo o ministro!

Esta é a cena que acontecerá quando Cristo retornar à terra para receber os santos para Si mesmo.

Isto é comummente conhecido como Arrebatamento, ou a Segunda Vinda de Cristo.”

O mesmo livro provê um relato muito dramático e ficcional do que o autor considera acontecer nesse tempo, e pede aos seus leitores para que se preparem para essa crise eminente.

O livro “Como Acabará o Mundo” de S. Kirban, afirma ser um êxito de vendas, com vendas superiores a 250 000 cópias só nos Estados Unidos da América.

A pedido de muitos leitores, examinamos este ensino à luz da Bíblia.

Cristo Voltará

Antes de mais, deve ser reconhecido que Cristo retornará pessoalmente e visivelmente à terra, da mesma forma como subiu ao céu.

Não existe absolutamente qualquer dúvida sobre isto, pois é claramente predito na Bíblia, e os sinais políticos que anunciam o seu retorno, são evidentes nos dias de hoje.

Primeiro, considere algumas provas. Escrevemos “algumas”, porque as referências na Bíblia, ao retorno de Cristo são inumeráveis. A Bíblia contém mais de trezentas referências a este evento. Tenho à minha frente, um livro grosso de mais de 400 páginas com o título A Bíblia da Segunda vinda que contém somente extratos da Bíblia nos quais se faz referência à segunda vinda, suplementados por algumas notas de rodapé.

Na verdade, pode-se dizer com verdade, que se alguém não acredita na Segunda Vinda de Cristo, essa pessoa não acredita no ensino básico da Bíblia, pois é absolutamente fundamental para a sua compreensão.

A Segunda Vinda é ensinada, não meramente com linguagem figurada ou símbolo, mas também com declarações claras e diretas que são fáceis de entender.

Eis aqui algumas dessas declarações:

Então, se verá o filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória” [Cristo aos seus discípulos”] (Lucas 21:27).

Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” [Anjos aos Apóstolos] (Atos 1:11).



Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo… ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade” [Pedro pregando o Evangelho] (Atos 3:19-21).

Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” [Paulo explicando o processo da ressurreição] 1 Cor. 15:23).

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele” [João revelando o impacto da vinda de Cristo] (Apocaplipse 1:7).

Para além disso, as evidências revelam que Cristo não somente retornará, mas que estamos vivendo na época de sua segunda vinda.

Isto é demonstrado pelo cumprimento de profecias Bíblicas no nosso tempo. O aumento da permissividade, violência, crime, e o repúdio geral dos princípios divinos, estão de acordo com o aviso profético de Cristo, “Assim como foi nos dias de Noé, e Ló, assim será no dia em que o filho do homem se manifestar” (Lucas 17:26-30). O aumento do medo no mundo, tensão, rivalidades internacionais mostram quão verdadeira foi a sua predição de que a sua vinda seria apresentada com uma época de “angústia entre as nações em perplexidade,” “homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo” (Lucas 21:25-26). Acima de tudo, o reavivamento de Israel como nação é um testemunho claro ao cumprimento de tais predições como as que se seguem:

Levantar-te-ás e terás piedade de Sião(Israel); é tempo de te compadeceres dela, e já é vinda a sua hora… porque o SENHOR edificou a Sião, apareceu na sua glória… ficará isto registrado para a geração futura…” (Salmo 102:13-18).

Assim diz o SENHOR deus: eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei para a sua própria terra. Farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de todos eles” (Ezequiel 37:21-22).

Esta profecia antecipava um crescimento em três frentes no renascimento de Israel. Primeiro: a restauração do povo (que começou a partir do ano 1917 com a proclamação da Declaração de Balfour convidando os Judeus a retornarem à terra dos seus antepassados). Segundo: O renascimento da nação (proclamado pelo decreto da ONU em 1947). Terceiro: O estabelecimento de uma monarquia (que ainda está para se cumprir quando Cristo voltar, de acordo com o seu título “O Rei dos Judeus” – Mateus 2:2; 27:37).

Duas partes desta profecia tiveram cumprimento nos nossos tempos: esperamos pela terceira parte – o estabelecimento da monarquia sob Cristo. Ele profetizou:

Até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles” (Lucas 21:24).

A ocupação de Jerusalém por Israel em 1967 é de grande significado à luz da predição de Cristo. Hoje, pela primeira vez em 2000 anos, Israel tem controlo da sua antiga capital.

Com que propósito Cristo retornará?

Cristo retornará para trazer o cumprimento do propósito de Deus iniciado faz 2000 anos. Esse propósito envolve o seu reinado na terra como Rei sobre um mundo em paz.

Isto não virá a acontecer sem grandes revoluções políticas e mudanças dramáticas por toda a terra.

Por fim, todas as nações estarão sujeitas à sua autoridade e regência. Jerusalém será reconstruída como a cidade-Templo para adoração universal, e se tornará a metrópole do império mundial que ele controlará. Tornar-se-á o centro da sua administração de onde sairão o seu ensino e lei para todo o mundo. Novamente citamos o testemunho inequívoco e claro das Escrituras:

Nos dias destes reis, o deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44).

Porque convém que ele(Cristo) reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés” (1 Coríntios 15:25).

A nação e o reino que não te servirem perecerão” (Isaías 60:12).

O reino do mundo se tornou de nosso senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15).

Como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o SENHOR deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações” (Isaías 61:11).

Este(Cristo) será grande e será chamado filho do Altíssimo; Deus, o senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:32-33).

Quando o SENHOR dos exércitos reinar no monte Sião e em Jerusalém; perante os seus anciãos haverá glória” (Isaías 24:23).

Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno” (Jeremias 3:17).

Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém(para a guerra) subirão de ano em ano para adorar o rei, o SENHOR dos exércitos…” (Zacarias 14:16).

Jerusalém… [a] cidade do grande rei” (Mateus 5:35).

O SENHOR será rei sobre toda a terra” (Zacarias 14:9).



Estas referências claramente ensinam que o Senhor reinará na terra a partir da cidade de Jerusalém. Revelam que Deus intervirá nos assuntos do mundo, e que no final as condições na terra serão tais, que o cântico dos anjos por ocasião do nascimento do Senhor, e o pedido na oração do Pai Nosso se cumprirão:

Glória a deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14).

Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10).

O Senhor não reinará sozinho. Ele requererá associados na governação das nações. A chamada do Evangelho é um convite para nos identificarmos com Cristo agora, para que então reinemos com ele.

Novamente, no que toca a este assunto, o ensino da Bíblia é explícito:

Fiel é esta palavra… se perseveramos, também com ele reinaremos” (2 Timóteo 2:11-12).

Foste(Jesus) morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:9-10).

Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade(receberão a vida eterna); pelo contrário, serão sacerdotes de deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos” (Apocalipse 20:6).

Ao vencedor, que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações” (Apocalipse 2:26).

A Bíblia ensina que, quando o Senhor Jesus retornar à terra, ele primeiro virá aos seus. Sem que o mundo o saiba, ele ressuscitará aqueles que creram nele, e recompensará os justos com a vida eterna(Romanos 2:6-7). Eles constituirão a aristocracia imortal do Reino que ele estabelecerá na terra. Em sua companhia, ele estabelecerá o seu governo em Jerusalém, e exigirá a obediência de todas as nações (Salmo 2). Alguns se submeterão, outros resistirão. Os primeiros serão incorporados como os súbditos mortais da teocracia que ele estabelecerá na terra; os últimos serão compelidos pelo poder divino que ele usará para sujeitar todos ao seu governo. Finalmente “Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam” (Salmo 72:11). Um estado de paz e equidade será estabelecido na terra:

Nos últimos dias, acontecerá que o monte da casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. Irão muitas nações e dirão: vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:2-4).

O reino do mundo se tornou de nosso senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11:15)

O reino, e o domínio, e a majestade dos reinos DEBAIXO de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão” (Daniel 7:27).

Note que as Escrituras citadas definem a localização do Reino a ser estabelecido como sendo NA terra e DEBAIXO do céu. Este facto é importante em vista das noções atuais sobre o chamado arrebatamento.

Foram Preditas Grandes e Dramáticas Mudanças

O reino de Cristo na terra não será estabelecido sem grandes e dramáticas mudanças na terra. As nações não se submeterão de vontade ao seu governo, mas serão humilhadas pelo derramamento do julgamento divino no fogo do Armagedão e seu rescaldo. O resultado será um terramoto político sem precedentes na história. A ordem política presente será completamente derrubada para abrir caminho para a nova ordem mundial de Cristo. As teorias políticas atuais serão descartadas quer sejam Comunistas, Capitalistas, ou Democráticas; e serão substituídas por um novo sistema: a teocracia. Isto incluirá uma ditadura benévola que elevará Deus na consideração da humanidade, enquanto provê as necessidades dos humanos. Será estabelecida com base na verdade e trará claramente à atenção de toda a humanidade os factos concernentes com a revelação divina. Por estes meios, o propósito de Deus na criação será cumprido, e “toda a terra se encherá da glória do SENHOR” (Números 14:21).

Mas embora o estabelecimento do governo de Cristo na terra inclua uma quebra dramática com as condições presentes, e vastas alterações por todo o mundo, o chamado arrebatamento no sentido usado pelas igrejas contemporâneas não está incluído. Porque então as pessoas parecem tão entusiasmadas com isso?

O Arrebatamento: Uma invenção da Imaginação

Isso acontece porque eles falharam no entendimento do ensino básico sobre a segunda vinda de Cristo como apresentada acima, e isso desencaminhou-os por uma interpretação errada de uma única passagem das Escrituras.

É declarado que a doutrina do arrebatamento é ensinada em 1 Tessalonicenses 4:13-18:

Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o senhor. depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.

Esta declaração do Apóstolo Paulo é uma mistura de expressões literais e figurativas que combinadas, expressa de forma muito bonita o propósito de Deus para aqueles que querem seguir o Senhor Jesus. Infelizmente, na mente de alguns gerou-se uma confusão, porque eles falharam em distinguir o literal do figurado, e daí colocaram Escritura contra Escritura.

Por exemplo, o Apóstolo descreve a reunião com o Senhor “nos ares”, e conclui, “e assim estaremos sempre com o Senhor.”

Mas outras passagens das Escrituras revelam claramente que os crente imortalizados “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10), não “no ar” ou no céu. Na verdade, é claramente declarado que o seu domínio e esfera de governo será “debaixo de todo o céu” (Daniel 7:27).

Considere também outras citações citadas anteriormente. O Apóstolo declarou que o Senhor retornará do céu com “dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de deus,” e os mortos em Cristo ressuscitarão. A partir disto, alguns imaginam que o Senhor retornará com um “grito” real, tão sonoro e penetrante, como que para “acordar os mortos,” mas isto entra em conflito com outras declarações que afirmam que ele retornará “como o ladrão” (Apocalipse 16:15) - e um ladrão não anuncia a sua presença dessa forma!

A palavra traduzida “palavra de ordem” ou “alarido”(RC) é keleusma, e significa chamamento com autoridade e não é necessariamente audível a não ser para aqueles aos quais é dirigido. Na Septuaginta(tradução Grega do AT), a mesma palavra é usada em Provérbios 30:27 “Os gafanhotos, que não têm rei, contudo a uma palavra de ordem(keleusma), avançam juntos em fileiras”. A “palavra de ordem” à qual os gafanhotos obedecem , é a voz do instinto, e é só “ouvida” por aqueles a que é dirigida.

A “palavra de ordem” de 1 Tessalonicenses 4:16 é a palavra de ordem que fara com que os crentes mortos vivam novamente, e, certamente, não será audível aos outros. Um sussurro de um anjo pode acordar os mortos, quando levado acabo pela ordem daquele que é a ressurreição e a vida. Isto será um grande “alarido” mas inaudível para os ouvidos de carne.

No tempo da criação, Deus falou, e a terra produziu(Salmo 33:6-9); e assim será nesta “nova criação,” Cristo falará e aqueles “escutarão”, aos quais as suas palavras de vida serão dirigidas:

Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo” (João 5:28-29).

O termo “todos” usado neste contexto é um termo relativo, pois, de facto, nem “todos” ressuscitarão (veja Isaías 26:14; Salmo 49:15-20; Salmo 88:5). A ressurreição acontece com o propósito do julgamento, para que só aqueles são responsáveis perante Deus serão ressuscitados dos mortos (conf. Efésios 2:11-13).

O temos “todos” como é usado neste versículo, é governado pela palavra túmulos. E não hades, a palavra Grega comummente usada para “túmulo,” mas sim mnemeion que significa sepultura memorial: uma sepultura mantida em memória. Comparativamente poucas são as sepulturas que Deus lembrará na vinda de Cristo, pois a maioria da humanidade corresponde à descrição do Salmo 88:5: “os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras.”

A “palavra de ordem” ou “alarido” é também descrita nas Escrituras como “a voz do arcanjo.” O único arcanjo mencionado nas Escrituras é Miguel (Judas 9), e em Daniel 12:1 este nome é aplicado ao Senhor Jesus. O profeta declara que quando Miguel o grande príncipe se manifestar na terra “muitos(não todos) dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno” (Daniel 12:2).

Paulo também ensinou que o Senhor retornará com a “trombeta de Deus”. Aqui, mais uma vez, ele está usando a muito significativa e interessante linguagem simbólica, inteligível somente para aqueles que procuram o seu significado literal na Bíblia, mas não aqueles que interpretam os termos literalmente.

A simbologia é tomada da Lei de Moisés. Israel tinha uma vez por ano o Dia da Expiação que era precedido pelo sonido de trombetas memorial (Levítico 25:9; 23:24). Isto chamava o povo para que se reunisse e sacrificasse ao Senhor, e recebesse o perdão dos pecados. Isso prefigurava o grandioso Dia de Expiação para os crentes, quando os mortos responsáveis de todas as eras passadas serão ressuscitados, e com os crentes que estiverem vivos, serão chamados juntos para o julgamento e recompensa.

Em 1 Tessalonicenses 4:13-18, então, Paulo está usando linguagem simbólica para dar mais significado e ilustração à doutrina literal da ressurreição e julgamento. Cristo não retornará com um grito tão sonoro que sobressaltará a humanidade e levantará os mortos; ele não irá soar uma trombeta literal para anunciar o que tempo do julgamento chegou; mas o efeito será o mesmo.

Infelizmente, alguns tomaram as expressões simbólicas de Paulo nesta passagem, e deram-lhes interpretações literais, e daí começaram a ensinar algo que nunca esteve na intenção do Apóstolo.

Vejamos um exemplo disso.

Se aceitarmos literalmente o ensino de Paulo nessa passagem, seriamos levados a crer que quando o Senhor retornar, os crentes serão levados em corpo para os “ares” acima, “e estarão para sempre com o Senhor”.

Segundo esta interpretação, o lugar que onde eles passarão a eternidade será “nos ares” – não no céu! Os “ares” situam-se entre a terra e o céu, e seria um lugar muito insubstancial para passar a eternidade!

Claro, aqueles que acreditam no que se intitula a doutrina do Arrebatamento, afirmam que os crentes ou ascenderão aos céus, ou descerão novamente à terra, para desfrutarem da eternidade; mas Paulo claramente ensina, na referência que está à nossa frente, que ele onde eles se encontrarão com o Senhor aí ficarão para sempre, ou seja “nos ares”.

No entanto, outras passagens das Escrituras mostram que “nos ares” quando tratado simbolicamente, tem como significado literal uma elevação de estatuto e posição, não uma elevação do ser físico.

Os Justos Reinarão na Terra

Que os justos receberão uma mudança de natureza para a imortalidade, e que reinarão na terra com Cristo, no Reino que ele estabelecerá, é um facto, claramente ensinado pelas Escrituras.

Declarações como “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 5:10); “ao vencedor… lhe darei autoridade sobre as nações” (Apocalipse 2:16); “Toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre” (Génesis 13:15); Abraão o “herdeiro do mundo” (Romanos 4:13); “Os mansos herdarão a terra” (Mateus 5:5); Vereis “no reino de deus, Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas” (Lucas 13:28); “Toda a terra se encherá da glória do SENHOR” (Números 14:21); “O Deus do céu suscitará um reino [que] esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel 2:44); “Todos os que restarem de todas as nações… subirão de ano em ano para adorar o Rei” (Zacarias 14:16), e assim por diante, afirma esta verdade.

Estas passagens ensinam que Cristo reinará na terra em companhia dos crentes aprovados e imortalizados; e não “nos ares,” ou “no céu” acima.

Isto quer dizer que descartamos a declaração feita em 1 Tessalonicenses 4:17?

Depois, nós, os vivos, os que ficarmos(por ocasião do retorno de Cristo), seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

De jeito nenhum, mas, como toda a Escritura, deve ser corretamente interpretada à luz do seu contexto. Neste lugar, Paulo está usando a vívida. Pitoresca e descritiva linguagem simbólica, frequentemente usada na Bíblia.

É comum nas Escrituras, para governos e governadores de uma nação serem referidos como o seu “céu,” enquanto os súbditos, ou povo, são descritos como “a terra.”

Nesta linguagem simbólica, o sol representa as autoridades civis; a lua, sistemas eclesiásticos do estado, derivando poder deste, as estrelas, homens de estado proeminentes ou príncipes; as nuvens, os associados dos governantes; o ar, a constituição do governo; a terra, águas, mares, os súbditos sobre os quais o sol e a lua exercem autoridade.

Aceitando esta interpretação, e Paulo na referência acima citada, ensinou os crentes que a seguir da ressurreição, eles ficariam permanentemente elevados a posições de governação com Cristo: “assim, estaremos para sempre com o Senhor.”

Em vez de ensinar uma ascensão literal da terra para uma posição insubstancial “nos ares”, o Apóstolo usou a linguagem simbólica para descrever a posição exaltada de administração na era por vir onde os aprovados desfrutarão da companhia do seu Senhor.

Reconhecemos que o peso da prova permanece sobre nós, e assim, pedimos ao leitor que cuidadosamente considere as evidências que avançamos.

Céus Simbólicos

Frequentemente, através das Escrituras, “céu” e “terra” são usados neste sentido simbólico ou político. Assim, Isaías, proclamando a sua mensagem aos governantes de Israel, declarou:

Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra… ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra” (Isaías 1:2,10).

A mensagem era tanto para príncipes como para o povo, e assim dirigiu-se a eles em linguagem com a qual eles estavam familiarizados. Era a linguagem na qual Moisés já tinha usado para se dirigir à nação:

Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca” (Deuteronómio 32:1)

Jeremias, o profeta, usou expressões similares quando acusou a nação quando “trocou a sua glória por aquilo que é de nenhum proveito.” Ele declarou: “Espantai-vos disto, ó céus, e horrorizai-vos! ficai estupefatos, diz o SENHOR” (Jeremias 2:12).

O profeta culpou os governadores pela condição da nação, e condenou-os na linguagem pitoresca de símbolos. Mais tarde ele referiu-se à “terra pranteando”, e “os céus acima” estando “negros,” pois a luz do seu governo(o rei) se havia extinguido (tomado cativo – Capítulo 4, versículo 28).

A acusação de Deus sobre a antiga e guerreira nação de Edom foi proclamada com termos semelhantes. O profeta declarou: “Todo o exército dos céus se dissolverá, e os céus se enrolarão como um pergaminho; todo o seu exército cairá…” Isto seria uma impossibilidade literal. Como poderiam todas as estrelas do céu serem enroladas juntas e jogadas num monte na terra? Não poderia ser feito. Mas se os termos são usados figuradamente, as “estrelas” representam luminares nos céus políticos, assim como figuras proeminentes de estado (e é assim que a mesma simbologia é usada em Daniel 12:3), a profecia torna-se inteligível. E então a profecia de Deus continua: “Porque a minha espada se embriagou nos céus; eis que, para exercer juízo, desce sobre Edom e sobre o povo que destinei para a destruição” (Isaías 34:4-6).

A mesma interpretação se aplica à profecia de Cristo:

Haverá sinais no sol(governantes), na lua(clericalismo) e nas estrelas(personagens proeminentes no estado); sobre a terra(povo comum), angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas(políticas, agitação)” (Lucas 21:25).

A atual tensão internacional e agitação política, testemunham da verdade da profecia de Cristo.

No livro de Apocalipse, é feito referência a uma guerra no céu (Apo. 12:7), e porque alguns falharam em compreender o peso dos símbolos na passagem, eles avançara a ideia impossível de uma guerra no céu entre os anjos de Deus! Um absurdo, especialmente à luz da oração de Cristo: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu!” Se o céu era um palco de guerra violenta e prolongada, que tipo de oração seria essa! A interpretação contradiz outras partes das Escrituras que ensinam que Deus não pode contemplar o mal (Habacuque 1:13).

Mas interpretando simbolicamente ou politicamente a passagem, não há conflito de ideias. E que deve ser interpretada assim fica para além de qualquer dúvida olhando para os versos 1 a 4 do mesmo capítulo. Pois outro “sinal no céu” é dado, uma mulher dando à luz a um filho, enquanto um dragão se prepara para devorá-lo!

É concebível que isto tenha acontecido no céu? A ideia é ridícula! Noutra parte das Escrituras (Apocalipse 17:9-10), “o dragão” é representado como um movimento político mostrando que o “céu” em questão, se relaciona com o estrato superior do mundo político, e não com a morada literal de Deus.

Aparecerão Novos Céus

O “céu” Israelita, ao qual se dirigiu Moisés, Isaías e Jeremias, provou ser desobediente a Deus. Tão desobediente, mesmo, que Ele declarou que causaria um eclipse do sol (governo), para escurecer a luz dos céus políticos. Ele proclamou “Pôr-se-á o sol sobre os profetas, e sobre eles se enegrecerá o dia” (Miqueias 3:6).

No entanto, de acordo com a Sua promessa e propósito, declarou que a Sua intenção de restabelecer o Seu governo na terra, sob a jurisdição de Cristo e dos governadores imortais que Ele elegerá.

Na linguagem do simbolismo, isto constituirá “novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pedro 3:13), Isaías, depois de condenar os antigos “céus e terra” com palavras de repreensão, revelou que Deus os derrubaria para dar lugar a uma nova ordem que será estabelecida por Cristo.

Ele declarou:

Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo” (Isaías 65:17-18).

Deus não irá destruir a terra como às vezes é ensinado, mas a tornará mais bela (Números 14:21). A Bíblia ensina que ela permanece para sempre (Eclesiastes 1:4; Salmo 148:6; Isaías 45:18), como herança dos fieis (conf. Génesis 13:15). Com que propósito destruiria Deus os céus (como é ensinado às vezes) uma vez que eles “declaram a glória de Deus” (Salmo 19:1)? Não haveria sentido ou razão ao fazer isso, e somente uma falsa interpretação das Escrituras requer isso.

Não, os termos são usados politicamente. Os novos “céus e terra” políticos que Deus estabelecerá, verão Jerusalém como a metrópole de um governo mundial, o Senhor Jesus Cristo como seu Rei, e os seus seguidores imortalizados como seus associados, e as nações da terra como súbditos contentes e felizes nesta nova ordem mundial.

Em conformidade com este simbolismo, Cristo é chamado de Sol da Justiça; o culto universal que ele estabelecerá na terra é comparado com a lua que deriva a sua luz do sol; os seus governantes associados imortais são descritos como “resplandecerão como o fulgor do firmamento… como as estrelas, sempre e eternamente.” (Daniel 12:3; 1 Coríntios 15:41).

Assim como o retorno de Cristo é comparado com o nascimento do Sol da Justiça (Malaquias 4:2), desfazendo a escuridão do governo dos povos, é predito: “Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque eis que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti” (Isaías 60:1-2). É um simbolismo muito apropriado, daí, falar daqueles que estarão associados com ele e regendo as nações, como sendo tomados figuradamente “nos ares, e estando para sempre com o Senhor”. (Veja também 2 Samuel 23:4).

Os Ares Políticos do Futuro

Daniel ensina que aqueles que reinarão com Cristo no era por vir “resplandecerão como o fulgor do firmamento… como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12:3). Mais uma vez, esta é a linguagem de símbolos. De facto, eles “reinarão sobre a terra” (Apocalipse 2:25; 5:10). Mas figuradamente eles serão como luminárias na administração milenar de Cristo, “estrelas brilhando” nos céus políticos que ele estabelecerá na terra.

Pois é óbvio que o reinado de Cristo será na terra. De facto, as nações mortais são representadas como indo a Jerusalém para adorar perante o Rei (Zacarias 14:16). A Bíblia descreve como os povos virão a ele desde os confins da terra, e confessarão a sua ignorância (Jeremias 16:19). Isto seria impossível se o assento de sua autoridade estivesse no céu. Em Ezequiel é declarado sobre Jerusalém: “este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo” (Ezequiel 43:7). Estas expressões são incompatíveis se o Senhor ficar “nos ares,” como alguns dizem baseando-se num entendimento errado de 1 Tessalonicenses 4:17. A verdade é sumariada nas palavras de Jeremias 3:17:

Naquele tempo, chamarão a Jerusalém de trono do SENHOR; nela se reunirão todas as nações em nome do SENHOR e já não andarão segundo a dureza do seu coração maligno.”

Claramente, esta cidade que será visitada por aqueles que anteriormente andaram segundo a imaginação dos seus corações malignos, a cidade na qual o Senhor irá habitar na era vindoura, é Jerusalém no Médio Oriente.

Mas nesse tempo ela será o lugar do trono do governo e culto mundial, que Cristo estabelecerá (Zacarias 6:12-13), na linguagem simbólica da Bíblia, o centro dos “céus” políticos do mundo por vir.

Será lá em Jerusalém, que o Senhor habitará, e lá, com ele, na terra, é que os fieis “estarão para sempre com o Senhor” como corregentes.

Assim se cumprirá a promessa feita à mãe do Senhor:

Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; deus, o senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lucas 1:32-33).

Alguns afirmam que o trono de David está no céu. Mas ao dizerem isso eles contradizem as declarações claras da Bíblia. Na Bíblia Cristo disse: “voltarei e reedificarei o tabernáculo caído de Davi; e, levantando-o de suas ruínas, restaurá-lo-ei” (Atos 15:16). Será um grande pulo de imaginação para imaginar que essas ruínas estão no céu!

Arrebatados Entre nuvens

A declaração em 1 Tessalonicenses 4:17 que diz que os crentes serão “arrebatados entre nuvens” e não significa mais do que ser reunidos em grupos. Em Hebreus 12:1, os crentes são denominados “nuvem de testemunhas,” por isso estar associados a esse grupo poderia ser descrito como sendo arrebatados entre nuvens.

Em Tessalonicenses, Paulo está mais uma vez usando a linguagem simbólica. Isto é uma fonte de estudo muito proveitosa, que pode dar muito prazer à mente meditativa. Por exemplo, na Bíblia, mares, rios são algumas vezes usados para representar nações (veja Isaías 57:20; Apo. 17:15), e como as nuvens são criadas pela ação do sol, a evaporação, por isso as “nuvens” do céu milenar (a “nuvem de testemunhas” de Hebreus 12:1, e as “nuvens” de 1 Tess. 4:17) são formadas pela ação do “Sol da justiça” arrebatando alguma da “água” de entre os povos da terra. Esta água formará as “nuvens” políticas da Era por vir, que derramarão a sua chuva sobre a terra (figura de povos – veja o Salmo 72:6). Assim as Escrituras falam da doutrina da verdade como “a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva” (Deuteronómio 32:2).

A “chuva” que será carregada por estas “nuvens” será a mensagem dadora de vida de Cristo, que reviverá a humanidade na Era vindoura, depois de ter sido crestada e queimada pelos fogos do Armagedão. ´

É nestes termos que 1 Tessalonicenses 4:17 deve ser entendido, e não de outras maneiras que entrem em conflito com outras declarações claras da Palavra. Aqui, Paulo ensina que Cristo retornará para ressuscitar os crentes mortos, galardoará os justos com a vida eterna, e os elevará a posições de autoridade e glória na Era por vir. O propósito de Deus é encher a terra como glória (Números 14:21), e este será o meio pelo qual isso será alcançado.

Paulo aconselhou os seus leitores a “consolarem-se uns aos outros como estas palavras.” Existe consolo infinito no facto de Deus ter um propósito para a terra; que Cristo está voltando para trazer grandes mudanças. Mas o verdadeiro consolo só é aplicável se nos identificarmos com Cristo agora da forma designada, para que um dia possamos ser honrados nele quando ele vier. Cristo vem para ser “glorificado nos seus santos” (2 Tessalonicenses 1:10); ele voltará para punir aqueles que “não obedecem ao Evangelho” (v.8), e para mudar as condições na terra. “De Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Isaías 2:3).

Aconselhamos o leitor, a comparar cuidadosamente Escritura com Escritura, para que chegue a um entendimento salutar da sua verdade, e assim estar equipado para que se consolem com estas palavras.

Author Cristadelfiano : informação não disponível

Tradução S. Mestre



Pregando a Verdade - Capítulo 2

S. Mestre, 27.10.17

CAPÍTULO DOIS

 

A Palestra de Paulo

 

Os cartões criaram o interesse e curiosidade que são normalmente manifestados numa aldeia rural quando algo se afasta do costume estabelecido. Era algo realmente novo para as pessoas da aldeia serem convidadas para uma palestra de um comum ferreiro. O assunto também os desconcertou e tornou-se o tema de conversa na mercearia da aldeia, que eram um tipo de fórum para as discussões sobre as novidades da aldeia, ou qualquer assunto que surgisse na aldeia. O assunto também foi discutido na reunião de mães e no círculo de costura, e, inevitavelmente, antes do final da semana não havia uma alma na aldeia que não tivesse ouvido falar da palestra que seria dada pelo ferreiro da aldeia. Daí, no sábado à noite a escola estava cheia até ao máximo. Sem dúvida, muitos, talvez a grande maioria, estivessem ali simplesmente por curiosidade. E que mal tem isso? Muitas vezes a curiosidade leva á investigação, e a investigação você sabe é “o braço direito do conhecimento.”

 

Quando chegou a altura de começar, Paulo Estéfanas subiu à plataforma e pediu à audiência que se levantasse enquanto ele rogava uma bênção ao Dador do bem e dons aceitáveis. Depois abriu a sua Bíblia já bem gasta e leu o salmo setenta e dois, após o qual deu início à sua palestra.

 

Caracterizou-se pela simplicidade de linguagem e discurso direto. Evidentemente o homem não estava ali para exibir qualquer habilidade que pudesse possuir. Não tentou voos de oratória; usou palavras assim como usava as suas ferramentas na oficina; com utilidade e não ornamento. Ele tinha uma história a contar e contou-a de uma maneira direta, simples, e no entanto havia bondade no tom, uma seriedade fervorosa e uma humildade evidente que fez a audiência sentir que estavam a ser dirigidos por um amigo e não um professor. A leitura em parte foi como se segue:

 

Amigos e vizinhos: Temo que pensem que sou arrogante ou presunçoso ao estar perante vós para palestrar. Mas quero que saibam antes de começar que eu não venho perante vós como um orador para entregar um discurso erudito, nem como professor para vos instruir. Mas chamei-vos para convidar-vos para uma reunião maior que acontecerá na terra num futuro próximo, quando a pessoa mais importante que o mundo já conheceu reunirá os seus amigos para um banquete real e irá presenteá-los com presentes que só ele pode dar. Eu fui convidado para esse banquete e foi-me pedido que passasse o convite a outros. A palestra, como lhe chamamos, será simplesmente uma breve descrição do que será esta grande reunião, onde acontecerá e quem é a Grande Personagem que a encabeçará. Os pequenos cartões pelos quais foram convidados a vir aqui indicam em traços largos onde isso acontecerá. Demos o título “Um tempo feliz virá sobre a terra.” E verdadeiramente será o tempo mais feliz que esta velha terra alguma vez já provou. Desculpem-me, amigos por colocar esta questão, mas estão cientes de que cada um de vós tem em suas casas uma descrição completa e um convite pessoal para tomar parte neste grandioso tempo de felicidade? Sim, têm. Encontram isso na vossa Bíblia familiar.

 

Amigos e vizinhos, por favor não fiquem ofendidos, mas sabem tão bem quanto eu que a Bíblia é muito pouco lida e é vista como um livro de textos dourados pelos quais é suposto prepararmo-nos para o tempo quando iremos supostamente deixar este vale de lágrimas por regiões celestiais, e que em breve Deus irá fazer uma enorme fogueira com esta velha terra. Mas, oh, que história diferente nos conta este querido velho livro se apenas lhe dermos ouvidos. Agora vos pedirei que escutem enquanto ouvem-no falar-vos, ou melhor enquanto Deus vos fala através ele.

 

Por volta de 3500 anos atrás, Deus começou a falar-nos deste tempo feliz que virá sobre a terra. Em uma ocasião quando falou através do Seu profeta Habacuque, disse, “Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar. (Habacuque 2:14; vejam também Números 14:21; Salmo 72:18; Isaías 11:9). Agora bem, sabeis que isso nunca aconteceu ainda. Se a terra estivesse cheia da glória de Deus não veríamos à nossa volta a dor, o sofrimento, o crime e o pecado que agora existem. Nenhuma destas coisas aconteceram ainda, mas como todas as promessas de Deus certamente se cumprirão, sabemos isso acontecerá e a terra se encherá com a Sua glória. Mas concentremo-nos nas coisas mais práticas e que significado têm. Para vermos o que significa este tempo de felicidade temos que olhar à nossa volta e ver as condições que agora prevalecem na terra. Se pudessem ir a uma das nossas grandes cidade veriam numa parte da cidade residências magníficas, e toda a pompa e grandeza daqueles que têm tudo que o coração pode desejar; enquanto noutra parte da cidade podem ver casebres, ruelas, favelas/bairros de lata que formam as casas da pobreza. E se visitassem esses lugares veriam os rostos macilentos e pesarosos daqueles que apenas subsistem na luta pela sobrevivência. Há um grande que se eleva daqueles milhões que gemem e que se alimentam das migalhas que caiem das faustas mesas dos ricos. Creem que Deus ouve este clamor? Escutem! “Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão. As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça; o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias. Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos” (Tiago 5:1-4). Estas são as palavras de Deus registadas no Seu livro. Ele ouve o choro dos pobres. Como responderá? Isso faz parte do tempo de felicidade que virá sobre a terra, os pobres receberão atenção, o opressores cessarão. Acudamos ao Salmo que já vos li esta noite (o Salmo 72). Leiamos os primeiros versículos, “Concede ao rei, ó Deus, os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei.” Agora bem, este Rei é o Grande Personagem que é o Mestre de Cerimónia nesse grandioso dia. Que fará quando Deus lhe passar os Seus juízos? Escutem! “Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade.” Versículo quatro – “Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor.” Versículo doze – “Porque ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido.”

 

Podemos ver então que o tempo de felicidade que virá sobre a terra será caracterizado por uma atenção amorosa da parte do Rei que governará naqueles dias para com os aflitos e desvalidos.

 

Este é o tempo mencionado no Salmo 113 onde lemos “Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.”

 

Maria, a mãe de Jesus ao falar profeticamente deste tempo diz: “Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos” (Lucas 1:52-53).

 

Estas afirmações e muitas outras que podem ser apresentadas para provar para além de dúvida que virá um tempo de felicidade em que a maldição da opressão e a pobreza abjeta serão removidas das multidões de pobres que gemem; e quando poderão voltar a sua atenção da luta pela existência para levantarem as suas cabeças para a Fonte e Dador de todo o bem e dizerem com o salmista – “Bom é render graças ao SENHOR e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo, anunciar de manhã a tua misericórdia e, durante as noites, a tua fidelidade… Pois me alegraste, SENHOR, com os teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos” (Salmo 92:1-2,4).

 

Um dos grandes prazeres a ser desfrutado nesse dia de boas coisas é a adoração a Deus sob circunstâncias que o tornarão um verdadeiro prazer, porque estará livre das distrações e más condições que nos acompanham na atualidade. Zacarias diz-nos, “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos” (Zacarias 14:16). Isto significa que as pessoas de todas as nações, desde as montanhas geladas da Gronelândia até aos bancos de coral da Índia farão uma peregrinação anual a Jerusalém para adorar o Rei de rei e o Senhor de senhores. Imaginem como será esse tempo glorioso, quando homens deixaram suas quintas e trabalho diário e viajarem sobre a terra e o mar para chegarem à cidade do grande Rei. O profeta Ezequiel fala-nos do grandioso templo que o mundo já mais viu que será erigido em Jerusalém para acomodar os adoradores que fluirão de todas as partes do mundo.

 

Nesse dia só haverá uma religião porque os homens serão ensinados por aqueles que Deus designou. O espírito que animará as pessoas por todo o mundo nesse dia é maravilhosamente expresso pelo profeta Miqueias no seu quarto capítulo nas seguintes palavras – “Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Miqueias 4:2). Vejam, existe uma nota de verdadeiro prazer nisto. Não é a expressão de um povo obrigado a fazer algo contra a sua vontade. Eles não dizem – “Está bem, acho que tenho que ir”. Ó não!, é “Vinde, e subamos ao monte do SENHOR”. É uma sugestão alegre e espontânea que se eleva dos corações das pessoas que antecipam fazê-lo com prazer sincero. Zacarias fala do mesmo espírito entre as gentes. Ele diz, “Os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do SENHOR” (Zacarias 8:21).

 

Assim vejam que este tempo de felicidade é real; é um tempo em que os homem não mais passarão as suas vidas na corrida após o dinheiro e prazeres ou na mera luta pela existência, mas tomarão tempo a pensar no Criador, e o seu maior prazer se encontrará em adorá-Lo e servi-Lo.

 

Depois temos as condições que existem nos dias de hoje e que serão abolidas nesse glorioso sistema de coisas. Por exemplo, a guerra será abolida, pois nos é dito “uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” – Isa 2:4; Miqueias 4:3. Certamente isto aumentará a paz e felicidade dos habitantes da terra e conduzirá a uma tranquilidade e segurança que caracterizarão aquele glorioso dia.

 

Então a duração da vida mortal será alongada, por é nos dito que “Não haverá mais nela criança para viver poucos dias, nem velho que não cumpra os seus; porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem, e quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado”(Isaías 65:20). Facilmente podemos ver como poderá ser isso, pois o “sábio” diz-nos “Tão certo como a justiça conduz para a vida, assim o que segue o mal, para a sua morte o faz” (Provérbios 11:19).

 

Agora no que respeita este vindouro tempo de felicidade o profeta diz – quando os teus juízos reinam na terra, os moradores do mundo aprendem justiça” (Isaías 26:9). Quando o homem anda pelos caminhos da justiça não só é provável que tenham uma vida mais longa, mas a suas vidas serão mais doces, melhores e mais agradáveis.

 

Outra das características deste tempo de felicidade que virá sobre a terra será a fecundidade da terra. Agora dentre vós os que trabalham na terra conhecem o labor que é fazer com que o solo dê o fruto para pagar as despesas, mas neste grandioso e abençoado dia que virá o profeta diz-nos – “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente” (Amós 9:13). E é nos dito que a terra produzirá o seu fruto e a maldição que está agora no solo causando que cresçam em todo o lado espinhos e abrolhos será removida e em lugar do espinheiro crescerá o cipreste e em lugar da sarça crescerá a murta – Ezequiel 34:27; Isaías 55:13. Estas coisas foram proferidas particularmente sobre a Terra de Israel, mas parece haver todas as indicações de que condições similares existirão por toda a terra.

 

É a antecipação destas coisas que faz com que o salmita diga – “Alegrem-se e exultem as gentes” – Salmo 67:4. “Aclamai a Deus, toda a terra. Salmodiai a glória do seu nome, dai glória ao seu louvor” (Salmo 66:1-2). Mas nesta ocasião não podemos dizer-vos tudo o que acontecerá, nem as muitas bênçãos que encherão o cálice da gente feliz que formará a população da terra nesse glorioso dia. Já dissemos o bastante para mostra que a nuvem negra do pecado e da dor que agora paira sobre os milhões que gemem na terra será substituída dentro em breve pela luz do sol das bênçãos de Deus que fará com que desapareçam a dor e o pesar.

 

Estas coisas de que vos falámos esta noite não são as maiores e mais importantes coisas que caracterizarão esse tempo de felicidade; elas são na realidade as menos importantes: mas são aquelas coisas que vemos primeiro, que primeiro nos atraem quando olhamos para o tema, e são fatos gloriosos que têm que ser tomados em consideração. Estas boas coisas para as quais chamámos a vossa atenção são na maioria coisas que serão usufruídas pelos habitantes da terra que estejam vivos no tempo em que essas coisas ocorrerem. Mas suponham que morremos antes destas coisas aconteçam; O que acontecerá? Não tomaremos parte nesse glorioso dia que virá sobre a terra? Bem, o tomar ou não tomar parte depende da nossa atitude presente perante Deus e a Sua palavra. Reservámos esta parte do nosso assunto para outra palestra, e se o Senhor quiser no próximo sábado à noite iremos contar como todas estas coisas acontecerão e como tanto vós como eu podemos acertar as nossas vidas no presente para que quando chegue esse glorioso tempo possamos estar entre os que partilharão de suas bênçãos.”

 

Paulo Estéfanas então convidou os presentes a virem novamente no sábado seguinte e declarou que ficaria contente em falar no final da reunião com qualquer um que estivesse interessado: e também que a sua casa estaria aberta a toda a hora para receber todos aqueles que quisessem explorar estes temas. A reunião então foi fechada com algumas palavras apropriadas de oração. Então dirigiu-se para o final da sala para apertar as mãos e falar com quantos fosse possível antes que abandonassem a sala.

 

Produziu-se a normal variedade de expressão e falta de expressão daqueles que compunham a audiência. Houve aqueles que procuraram a oportunidade de passarem desapercebidos enquanto Paulo falava com alguém. Também havia os apertos de mão inanimados onde quem apertava era só Paulo. Quem não experimentou este tipo de aperto de mão sem vida: no qual aqueles que você cumprimenta consentem que você levante e baixe o peso morto do seus braço para cima e para baixo uma ou duas vezes enquanto esperam pacientemente que termine.

 

Estiveram, no entanto, presentes alguns seres vivos verdadeiros e o seu sentido e vigoroso aperto de mão foi acompanhado pela sua expressão de aprovação ou desaprovação conforme fosse o caso. No seu todo a audiência estava sem saber como expressar-se apropriadamente porque o que tinha acontecido era uma experiência nova.

 

No entanto havia na audiência um jovem que parecia mais profundamente interessado que o restante. O seu nome era Timóteo Bereia: Ele esperou até que os outros saíssem e então, de Bíblia na mão, falou com Paulo Estéfanas até que o apagar das luzes colocou um final à sua entrevista.

 

(Original: Preaching the Truth, A Narrative Reciting the Experiences of a Christadelphian Preaching,"The Truth as it is in Jesus", tradução por S. Mestre)

O Caminho da Vida - O que Jesus está fazendo agora?

S. Mestre, 22.11.12

39 - O que Jesus está fazendo agora?
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Jesus está somente sentado no céu à espera de retornar à terra? Ou está ativamente trabalhando no controlo e direção dos eventos na terra? Como está envolvido quando oramos a Deus? O que a Bíblia quer dizer quando diz que podemos ter Jesus “habitando nossos corações”? Estas questões todas dizem respeito com o que Jesus está a fazer agora. Leia para saber as respostas!
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Passagem em foco: Hebreus 7:23-8:6

Sob a lei de Moisés, houve muitos sacerdotes que serviram a Deus, que ajudavam o povo a oferecer sacrifícios dia após dia, mas que acabariam por morrer. Agora só temos um sacerdote - Jesus. Ele ofereceu-se a si mesmo como sacrifício, e continua a viver como nosso sumo-sacerdote.

1. Em que sentido o sacrifício de Jesus é diferente dos sacrifícios oferecidos sob a lei? (Veja 7:27-28.)
2. Como Jesus intercede por nós (7:25)?
3. Hebreus 8:1 descreve Jesus como estando sentado à direita de Deus. O que isto quer dizer acerca da sua posição e obra?
4. O que 8:2 diz acerca do que Jesus está a fazer agora? O que isto significa?
5. Em que sentidos é a nova aliança superior à antiga (8:6)?

Jesus o nosso sacerdote e mediador

(Mediador: uma pessoa que ajuda na reconciliação de outras duas).

Os nossos pecados fazem com que nos afastemos de Deus(Veja Capítulo 17, Pecado). Para nos reconciliarmos com Deus, precisamos de ser perdoados e ser tornados justos. Jesus é o mediador que torna isto possível. Ele levou os nossos pecados através da sua morte, para que possamos estar em paz com Deus.

...o sangue de Cristo... purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. (Hebreus 9:14-15)

Jesus é mediador no sentido que ele permite-nos ser perdoados, reconciliados com Deus, e ter a vida eterna.

O seu sacrifício abriu o caminho entre a terra e o céu. No momento em que morreu, a cortina do templo rasgou-se em duas, mostrando que o caminho para a presença de Deus tinha sido aberto(Mateus 27:51).

Jesus nosso advogado

(Advogado: uma pessoas que fala em favor de outra).

Jesus também tem o papel de falar de nós a Deus. Os seguintes versículos descrevem o que ele faz.

- É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós(Romanos 8:34.
- Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;(1 João 2:1).
- Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. (Hebreus 7:25).
- Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus; (Hebreus 9:24).

Jesus intercede por nós. Ele é o nosso advogado que está à mão direita de Deus e que fala a Deus por nós. Em Romanos, Paulo descreve este trabalho de Jeus(referindo-se a ele como o Espírito):

Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. (Romanos 8:26)

Através do poder do Espírito, Jesus sabe o que queremos dizer mesmo que não consigamos expressá-lo. Ele pode falar a Deus de nós, acrescentando coisas às nossas orações que temos dificuldade em dizer.

Jesus entende as nossas tentações e sentimentos humanos, porque ele teve experiência das mesmas emoções.

...convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. (Hebreus 2:17-18)

Porque não temos sumo-sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. (Hebreus 4:15-16)

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Algumas passagens relevantes
Jesus nosso sacerdote e mediador: 1 Timóteo 2:5; Hebreus 2:17; 3:1; 4:14-16; 5:5-10; 6:20-8:6; 9:11-15; 10:12,21; 12:24.
Jesus nosso advogado: Romanos 8:26,34; Hebreus 2:17-18; 4:15-16; 7:25; 9:24; 1 João 2:1.
Jesus nosso Senhor: Efésios 1:20-23; Filipenses 2:9-10; Colossenses 2:10; Hebreus 2:9; 1 Pedro 3:21-22; Apocalipse 1:5.
Jesus nos nossos corações: João 6:56; 14:2,23; 15:5; Romanos 8:9-11; 2 Coríntios 13:5; Gálatas 2:20; Efésios 3:16-17; Colossenses 1:27.
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Quando oramos, é muito reconfortante saber que Jesus entende como nos sentimos e pode ajudar-nos com as nossas orações.

Jesus nosso Senhor

Jesus está agora sentado à direita de Deus, mas não está parado. O livro de Atos descreve Jesus como trabalhando ativamente nas vidas dos crentes:
- derramou o seu espírito no Pentecostes(Atos 2:33);
- ele concedeu arrependimento e perdão de pecados(Atos 5:31);
- controlou a obra de Paulo(Atos 16:7);
- apareceu a pessoas em visões(Atos 9:4-17; 22:17-18; 23:11).

O Apocalipse descreve-o como “Soberano dos reis da terra”(Apocalipse 1:5). Pedro descreve o a sua obra como:


Jesus Cristo... o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes. (1 Pedro 3:21-22)

Ele tem autoridade sobre os anjos e sobre os assuntos do mundo. Paulo descreve isso da seguinte forma:

[Deus] ressuscitando-o[Jesus] dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.(Efésios 1:20-23)

A Bíblia não distingue claramente entre a obra que Jesus tem em mãos agora e a de seu Pai. Mas torna claro que Jesus foi sobremaneira exaltado, e que tem grande poder sobre os assuntos do mundo e sobre as vidas dos crentes.

Jesus em nossos corações

Antes de Jesus ir para o céu, prometeu que faria a sua morada com os crentes.

Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada. (João 14:23)

Paulo descreve isto como Jesus habitando “no vosso coração, pela fé”(Efésios 3:17). Quando escreveu aos Romanos, ele explicou com mais detalhe:

Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita. (Romanos 8:9-11)

Assim, Deus e Jesus ajudam-nos a controlar a nossa natureza pecaminosa e desenvolver características espirituais.

Sumário

- Jesus é o nosso sacerdote e mediador. O seu sacrifício permite-nos ser perdoados e reconciliarmo-nos com Deus.
- Jesus é o nosso advogado, que fala com o seu Pai por nós e ajuda-nos com as nossas orações.
- Jesus é nosso Senhor, acima de qualquer autoridade humana. Ele controla os eventos no mundo e a na vida dos crentes.
- Jesus estará nos nossos corações se o amarmos e obedecermos aos seus mandamentos. Ele ajuda-nos a controlar a nossa natureza pecaminosa e assiste-nos no desenvolvimento do caráter espiritual.


Para refletir

1. Leia Hebreus 9:15. Esta passagem sugere que a morte de Jesus também provê perdão para pessoas que viveram antes de ele nascer. Como pode isso ser? [Dica: leia Hebreus 10:1-14.]
2. Em que sentido a morte de Jesus abriu o caminho para Deus? Na prática como isto nos afeta?
3. O que significa ter Jesus habitando “em nossos corações”? Na prática como isto nos afeta?

Para investigar mais

1. Leia Hebreus 6:20-7:17. Faça uma lista das várias formas em que Melquizedeque e Jesus são similares.
2. Leia todas as passagens de “Jesus nos nossos corações” na no quadro acima de "Algumas passagens relevantes"(e outras que consiga encontrar). Quais são as condições que devem ser cumpridas antes de Jesus habitar nos nossos corações? Quais são as consequências de ter Jesus a habitar nos nossos corações?

--> Veja também:

9. Oração
10. Adoração
35. O sacrifício de Jesus
51. Os frutos do Espírito
52. Guiados pelo Espírito

(Livro original: The Way of Life de Rob. J. Hyndman, tradução por S. Mestre)

Lúcifer - A verdade sobre a identidade de Lúcifer

S. Mestre, 06.02.12

Lúcifer - A verdade sobre a identidade de Lúcifer

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã (traduzido às vezes como Lúcifer), filha da alva! como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! “ (Isaías 14:12).

A Terrível Realidade do Mal

Muitas vezes é difícil para as pessoas enfrentar a questão do mal. A sua existência é um fato gritante, feio e inegável. No entanto, a maioria de nós naturalmente evita aquilo que nos apresenta problemas embaraçosos, para além da nossa capacidade de resolvê-los.

O mal tem estado presente desde o início da história. A luta incansável entre as “forças do bem e do mal” – independentemente de como o termo possa ser compreendido - continua hoje com força crescente! A violência da sociedade de hoje, a taxa de criminalidade crescente, a história constante de derramamento de sangue, são evidências desse fato.

Mas a questão ainda permanece sem resposta: Qual é a verdadeira fonte do mal? Existe alguma força externa sobre as quais não temos controlo, exercendo uma influência negativa sobre nós? Existe um “diabo” sobrenatural, como tem sido a base da doutrina da Igreja durante séculos? Se isto é assim, como é que nós mesmos temos consciência de fazer algo errado, ou nos sentimos desconfortáveis quando somos culpados de algo - sendo este o caso, mesmo com crianças pequenas?

Mais importante ainda: quem ou o que nos faz fazer o que é errado? Ou somos totalmente culpados pelos nossos próprios erros?

A história da luta do Bem e do mal desde os primeiros tempos - quase todas as culturas têm mantido algum tipo de crença numa luta eterna entre as forças do bem e do mal. Um mundo pagão concebeu filosofias de seres sobrenaturais que envolvia demónios e diabos com poderes assustadores e exerciam uma influência terrível sobre a humanidade. Como sempre havia um Deus principal do “bem” que se acreditava estar num lugar de felicidade algures nas regiões superiores da atmosfera, e por isso havia a necessidade de um deus sombrio chefe do “submundo”, para proteger os espíritos dos mortos nas sombras escuras de uma área misteriosa e profunda abaixo da superfície da Terra.

Inventividade Humana

A partir destas antigas superstições a mente inventiva do homem fabricou a fantasiosa noção da igreja de um monstro super-humano, chamado Diabo, a personificação absoluta de toda forma de mal e iniquidade; um poder a ter em conta, uma criatura quase tão poderosa quanto o próprio Deus.

Desta forma, o Cristianismo ortodoxo sobrepôs as crenças e superstições pagãs dos povos civilizados e bárbaros sobre os ensinamentos da Bíblia para ganhar o controlo sobre eles, e encontrou um bode expiatório para a maldade, alguém que foi o originador e instigador de tudo o que é mau e ímpio. Alguém em quem o homem poderia jogar a sua própria responsabilidade de fazer o que é errado e culpando-o: “Ele fez-me fazer isso!”

Esta invenção deu origem à introdução de novos erros no ensinamento da Igreja, pois o Diabo e os seus supostos “anjos maus” deviam ter as suas vítimas! Uma vez que os cadáveres não desaparecem misteriosamente, mas corrompiam-se, então obviamente o Diabo tinha que com as suas garras apanhar a “almas” dos mortos que, sendo maus, não são aceitas no céu. Por isso, foi fundamentado que o homem deve possuir “alma imortal” - um ensinamento que não se encontrada de todo na Bíblia! Já que as almas ímpias não podem ir para o céu, elas são enviados na direção oposta - para um lugar chamado inferno, debaixo da terra!

Naturalmente, estes argumentos entram em colapso quando se percebe que o homem não possui uma alma imortal. Examine as Escrituras do início ao fim, e você nunca irá encontrar a expressão “alma imortal.” Estas duas palavras nunca ocorrem juntas - nem no mesmo versículo - em toda a Bíblia!

O início da vida e o verdadeiro significado de “Alma”

A Bíblia fala claramente sobre a origem do homem e da sua alma. “Formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.” (Génesis 2:7). Esta declaração é simples, e fácil de entender. Os elementos utilizados para a formação e criação do primeiro corpo humano foram retirados da terra. Aqueles que duvidam disso rejeitam as próprias palavras do próprio Jesus Cristo pois ele claramente aprovou este relato da criação do homem: “desde o princípio, os fez homem e mulher” (Mateus 19:4). Se Jesus Cristo, o Filho de Deus, não sabia o que era verdade sobre a origem do homem, quem o saberia? Ou acreditamos no apoio de Cristo no relato de Génesis, ou rejeitamos todo o ensinamento da Bíblia. Não há meio-termo.

Tendo feito o primeiro homem, Deus, então, “ lhe soprou nas narinas o fôlego de vida.” A Bíblia não diz que Deus soprou em suas narinas o “fôlego de vida eterna” - ou “vida sem fim.” Simplesmente, “o fôlego da vida”

A criatura a ser conhecida como “homem” estava agora viva: “e o homem passou a ser alma vivente.” Mais uma vez, note a simplicidade e objetividade do texto. A palavra traduzida por “vida” é de uma palavra hebraica, chay, de chaya, que significa “vida” ou “vivo”. Olhe atentamente para a forma em que esta palavra é usada em Génesis 1:20, 21, 24, 28, 30. Note, também, a sua aplicação a todos os animais da criação, em Génesis 2:19.

A palavra “alma” parece ter um significado enigmático para muitos, como se isso implicasse em si mesmo que o homem é imortal. Não é assim. Traduzida a partir da palavra hebraica nephesh, significa simplesmente “uma criatura viva, que respira, uma pessoa; um animal.” A palavra nunca é usada na Bíblia em relação à imortalidade.



Verdadeiro significado da palavra “alma”

A Bíblia aplica a palavra nephesh de várias formas, mostrando absolutamente que a palavra enfatiza a mortalidade da humanidade e toda a vida animal. Por exemplo, aprendemos que:

- uma “alma” nasce: (Génesis 46:18, RC);
- uma “alma” pode comer: (Êxodo 12:15, RC);
- uma “alma” pode ser comprada: (Levítico 22:11);
- uma “alma” pode ser livrada da morte: (Salmo 56:13);
- uma “alma” pode morrer: (Josué 11:11, RC);
- até mesmo uma alma sem pecado, morreu: (Isaías 53:12, RC).

A palavra nephesh palavra ocorre 754 vezes no Antigo Testamento. Em 326 lugares a “alma” é dito estar sujeita à morte, em 203 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 123 lugares é dito ser livrada da morte, o que implica a sua sujeição à morte.

No Novo Testamento a palavra grega equivalente é psyche, que ocorre 106 vezes. Em 45 lugares é dito estar sujeita à morte, em 29 lugares é dito estar em perigo de morte, e em 16 lugares é dito ser livrada da morte. A “alma”, nunca é descrita como sendo imortal. Nem pode ser aplicada para representar algo dentro de humanidade que continua a viver, após a morte. Não há, então, almas imortais para flutuarem para longe, seja para cima ou para baixo para o céu ou para o inferno. Pelo contrário, a Bíblia claramente ensina que o homem é totalmente mortal, e que no momento da morte ele deixa completamente de existir.

Depois de Adão e Eva terem quebrado o mandamento de Deus, Deus pronunciou a sentença de morte sobre eles: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.” Deus não fez menção a uma” alma”sendo separada do corpo com a cessação da vida. Em vez disso Ele disse: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden” (Génesis 3:22-24).

Na Morte, o Homem Deixa de Existir

O relato da criação mostra que o homem foi criado uma criatura vivente. Nada mais do que isso é explícito ou implícito.

Há também evidências abundantes, estabelecidas em termos claros e de fácil compreensão, o que confirma que, no momento da morte, a vida humana deixa de existir. Depois de “o fôlego da vida” deixar o corpo, nenhuma outra “vida” permanece. A Palavra de Deus declara:

    - “Na morte, não há recordação de ti [Deus]; no sepulcro, quem te dará louvor?” (Salmo 6:5).
    - “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens, em quem não há salvação. Sai-lhes o espírito, e eles tornam ao pó; nesse mesmo dia, perecem todos os seus desígnios. “ (Salmo 146:3-4).

    - “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do que se faz debaixo do sol... Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”(Eclesiastes 9:5,6,10).
    - “A sepultura não te pode louvar, nem a morte glorificar-te; não esperam em tua fidelidade os que descem à cova” (Isaías 38:18).
    - “Ali [na sepultura], os maus cessam de perturbar, e, ali, repousam os cansados.” (Jó 3:17).
    - “David… morreu e foi sepultado, e o seu túmulo [ou seja a evidência de como está morto] permanece entre nós até hoje.... Tendo David servido à sua própria geração, conforme o desígnio de deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção.” (Atos 2:29; 13:36).
    ”Lázaro adormeceu... Lázaro morreu...” (João 11:11,14).

Céu, Inferno, ou a Sepultura?

Tendo em vista a evidência bíblica precedente, vê-se que as crenças comuns sobre a origem do mal e a recompensa dos justos são claramente erradas.

Muitos dos erros teológicos giram em torno da falácia da imortalidade da alma. Este ensinamento exige que as “almas” têm que ir para “algum lugar” no momento da morte. Alega-se que os justos (ou pessoas “boas”), vão para o céu. Isso significa que alguém “lá em cima” deve estar encarregado disso. É muitas vezes retratada a imagem de “almas” subindo a grandes alturas para se encontrarem com “São Pedro”, que fica de guarda nos “Portões Celestiais”, com as chaves na mão, para determinar se é concedida a entrada ou não. Se a decisão for negativa e a entrada é negada, a “alma” tem de voltar a embarcar em sua jornada, desta vez uma curva descendente, onde deve se encolher-se diante da presença maléfica do “Diabo”. Lá, no fundo da terra (assim nos é dito) é incrivelmente quente, de modo que uma “alma” recém-chegada é saudada por gritos aterradores e gritos de gelar o sangue das “almas” que estão na interminável tortura e tormento por toda a eternidade. Demónios repugnantes saltam em volta entre as sulfurosas, chamas rugindo, brandindo tridentes e vexando as “almas ”que estão assando com crueldades infinitas.

Uma Paródia da Verdade

O conceito de um “monstro” sobrenatural fazendo com que a humanidade cometa pecado não é meramente biblicamente errado. Isso causa duas violações graves contra a verdade divina e todo o tipo de lógica.

Em primeiro lugar, tal doutrina desonra Deus; pois argumenta que, enquanto Deus faz tudo o possível para levar a humanidade pelos caminhos da bondade e justiça, um de Seus próprios anjos pode impunemente e abertamente se rebelar contra a omnipotência de um Deus santo e justo, triunfantemente sujeitando homens e mulheres a toda forma de maldade e impiedade que ele possa conceber.

Em segundo lugar, se uma criatura do mal existe - com um poder tão grande, ou maior, do que o de Deus – removeria toda a responsabilidade da humanidade pelos pecados e o mal que eles cometem; pois eles poderiam muito bem culpar a influência perversa do “Diabo” por suas más ações, enquanto eles permaneciam irrepreensíveis. Porque as prisões, então, estão cheias de pessoas, enquanto o verdadeiro “criminoso”, o Diabo, anda livre?

Um Deus sábio e amoroso, cujo único desejo para a humanidade é que os homens e as mulheres podem alcançar a salvação eterna, permitiria que a raça humana fosse dominada por um “anjo caído” pervertido e totalmente depravado?

A própria sugestão é irracional! Tal estado de coisas terríveis só poderia existir no mundo se Deus fosse impotente para destruir esta criatura do mal - o que certamente deve ser o caso, se tal criatura existe, tendo em vista o estado terrivelmente degenerado e moralmente corrupto do mundo de hoje!

É difícil conceber que tais conceitos especiosos de “vida após a morte” possam ser ensinados como parte da religião cristã. No entanto, toda a teologia absurda descrita no parágrafo acima é baseada na doutrina da imortalidade da alma. Uma vez estabelecido a partir das páginas da Bíblia, que o homem é totalmente mortal, que toda a existência cessa com a morte, e que “a imortalidade da alma” é uma doutrina falsa originária da invenção da imaginação filosófica do homem, o nosso pensamento sobre estes assuntos passa por uma mudança notável. Não existem almas imortais.

Portanto, ninguém vai para o céu ou para o inferno quando morte. E não há um “Diabo” sobrenatural.

Quem, então, é Lúcifer?

Muitos dicionários, um pouco carentes em áreas de conhecimento Bíblico, alegam que “Lúcifer é um nome do diabo” Esta é a opinião popular, e é amplamente aceite.

Talvez parte do mito e do misticismo em torno da palavra Lúcifer vem do fato de que o seu significado latino é “aquele que brilha” - similar ao significado da palavra hebraica da qual foi tomado. Gesenius, um estudioso notável de hebraico, afirma que a palavra original em hebraico significa “estrela brilhante” ou “estrela da manhã.” O nome “Lúcifer” ocorria em traduções antigas da Bíblia, mas é geralmente omitida nas versões modernas das Escrituras.

Por exemplo na tradução de Figueiredo, essa palavra só é encontrada na profecia de Isaías: “Como caíste do céu, ó Lúcifer, tu que ao ponto do dia, parecias tão brilhante?” (Isaías 14:12). Outras, traduções mais corretas, desta expressão hebraica, podem ser observadas. A versão Almeida Revista e Atualizada: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva!” A NVI tem: “Como você caiu dos céus, ó estrela da manhã, filho da alvorada!”. A Bíblia para Todos : “Como pudeste cair do céu, astro brilhante da manhã!” (Isaías 14:12).

A palavra hebraica para “Lúcifer” é heylel, derivada de uma palavra da raiz, halal, que significa “ser claro” e, portanto, brilhante.” A palavra é particularmente identificada com corpos celestes.

Mas quem foi a “estrela brilhante”, que “caiu” do “céu”, como mencionado em Isaías 14:12? É sempre imprudente tomar um versículo ou dois da Escritura fora do contexto, e por isso é importante ler os versículos de fundo deste capítulo. Mesmo uma leitura superficial de Isaías 14, fará com que a identidade do indivíduo seja bastante clara. Belsazar que viveu cerca de 600 a.C. era rei de Babilónia, no momento em que esta profecia foi proferida. Então é ordenado a Isaías: “Proferirás este motejo contra o rei da Babilónia e dirás: como cessou o opressor! Como acabou a tirania!” (Isaías 14:4).

O capítulo não tem nada a ver com as circunstâncias da criação da Terra, nem com o que aconteceu no Jardim do Éden. Diretamente até ao final desta secção profética, o poder da Babilónia continua a ser o ponto central da profecia. “Levantar-me-ei contra eles, diz o SENHOR dos exércitos; exterminarei de Babilónia o nome e os sobreviventes, os descendentes e a posteridade, diz o SENHOR.” (Isaías 14:22-23).

Simbologia Bíblica e o Cumprimento de Profecias

O capítulo em que Isaías menciona “Lúcifer” é uma continuação das profecias registadas no capítulo anterior, que começa com as palavras: “Sentença que, numa visão, recebeu Isaías, filho de Amoz, contra a Babilónia….” O profeta continua: “As estrelas e constelações dos céus não darão a sua luz; o sol, logo ao nascer, se escurecerá, e a lua não fará resplandecer a sua luz” (note os termos celestiais que são marcadamente semelhantes à linguagem do capítulo 14: 12-13, onde se afirma que, em seu orgulho e vanglória extravagante, o rei de Babilónia determinara “subir ao céu” e “exaltar seu trono acima das estrelas de Deus”). Assim: “Babilónia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra” (Isaías 13:10, 19). Portanto, o “Lúcifer” de Isaías capítulo 14 não é outro senão o rei da Babilónia.

Alguns podem se perguntar qual o uso de linguagem celestial para descrever reinos terrenos, na sua elevação e queda. Isto não é incomum nas Escrituras. Isaías fornece uma explicação mais aprofundada desta simbologia nas palavras de abertura da sua profecia: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra,” (Isaías 1:2). Não se pode imaginar o profeta erguendo a voz para as nuvens, abordando-as como se fossem capazes de ouvir e responder, nem é razoável imaginá-lo curvado sobre um torrão de terra e falando de forma semelhante, na esperança de ser ouvido pelo solo. Ele explica: “Ouvi a palavra do SENHOR, vós... Dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo “Ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes… prestai ouvidos à lei do nosso deus, vós…povo” (v. 10).

Na simbologia bíblica, o “céu” (e corpos celestes como o sol, a lua e as estrelas) representam poderes dominantes, e a “terra” representa a sociedade de um reino (Deuteronómio 32:1; Levítico 26:19; Isaías 49:13; Isaías 51:6, Jeremias 2:12, 2 Pedro 3:13). Em cumprimento destas profecias - que eram bastante notáveis, considerando que a Babilónia era, naquela época, o reino mais poderoso da terra - os medos e persas invadiram e conquistaram o Império Babilónico, tomando o controlo da grande cidade durante a noite.

Assim, o rei que se achava todo-poderoso e capaz de “subir” para as maiores alturas dos “céus” políticos, foi trazido para baixo “de volta à terra” através da intervenção divina nos assuntos dos homens. E não somente isso, mas o profeta acrescentou: “O além, desde o profundo, se turba por ti, para te sair ao encontro na tua chegada” (Isaías 14:9). Esta afirmação pode reacender as fantasias de fogo eterno e os gritos intermináveis ​​dos ímpios, assando por toda a eternidade. Mas não se deixe enganar; deixe a Bíblia falar por si mesma, como vamos fazer agora:

O que é o Inferno, e Onde fica?

Estabelecemos a partir do ensino bíblico que os humanos não possuem uma alma imortal, e que na morte a humanidade deixa completamente de existir. Portanto, não existem “almas” quer para irem para o céu acima, ou para serem arrastadas gritando para o fogo eterno do inferno. O que, dizer então, deste “inferno” que fica “por baixo?”

No Antigo Testamento, como visto neste versículo de Isaías, a palavra “além” foi traduzida a partir do hebraico sheol, que significa “cobrir” ou se aplica a qualquer lugar coberto”. Embora a Ferreira de Almeida Revista e Atualizada traduza a palavra como “Além” 11 vezes e “inferno” 9 vezes, traduz a mesma palavra hebraica como “Sepultura” 18 vezes, como “Sepulcro” 5 vezes, e como “Cova” 4 vezes. Algumas versões não traduzem a palavras mas somente a transliteram como xeol ou sheol, deixando-a na sua forma hebraica. A Nova Versão Internacional às vezes não traduz a palavra colocando Sheol e outras vezes traduz mas coloca uma nota de rodapé indicando “Hebraico: Sheol”.

A palavra significa simplesmente “um local coberto por cima”.

Se o “inferno” é definido como o lugar de tormento eterno para as “almas” ímpias cria problemas insuperáveis, não apenas por razões já apresentadas neste artigo, mas porque “inferno” é o lugar para que ambos os ímpios e os justos são enviados. Por exemplo, Jacó, um dos grandes patriarcas, foi para lá (Génesis 37:35), foi também o lugar de descanso final dos sacerdotes rebeldes de Israel: Corá, Datã e Abirão e seus companheiros ímpios (Números 16:30).

O Salmo 16:10 profetiza que o Filho de Deus, Jesus Cristo estaria no “inferno”: “Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu santo veja corrupção” (RC). Pedro cita este versículo em Atos 2:31, usando o verbo no passado, após a ressurreição de Cristo dentre os mortos: “a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção” (RC), acrescentando: “A este Jesus deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas” (Atos 2:31-32). Paulo mais tarde usou o Salmo para provar o mesmo ponto - que Cristo morreu, foi colocado no túmulo, e depois ressuscitou dentre os mortos pelo poder de seu Pai (Atos 13:35).

Outra passagem do Antigo Testamento que usa a palavra sheol, é citada no Novo Testamento para provar que os fiéis servos de Deus serão ressuscitados da sepultura para receber o dom da natureza divina (compare com Oseias 13:14 com 1 Coríntios 15:55). Essa passagem fornece a prova de Paulo de que o próprio Jesus Cristo tinha ressuscitado dos mortos – e não que ele tenha sido entregue às chamas furiosas dum “inferno”, para ser injustificadamente maltratado pelo “Diabo”, O inferno então, não é um lugar de tormento eterno. Tal conceito está baseado na mitologia, e não no ensino da Bíblia. Na terminologia bíblica o inferno é simplesmente a “sepultura”; um “lugar coberto”, onde são colocados os corpos humanos após a morte. No caso dos servos verdadeiros e fiéis de Deus, é apenas o seu lugar de descanso até à hora do retorno de Cristo, quando serão levantados para aparecerem diante dele.

O Diabo e Satanás

Muitos estão convencidos de que um monstro sobrenatural do mal existe, simplesmente porque as palavras “diabo” e “satanás” aparecem na Bíblia. Como, perguntam-se eles, poderiam estas palavras alguma vez se referir a qualquer outra pessoa senão Lúcifer? Na verdade, nenhuma dessas palavras são nomes próprios, como já demonstramos no que se refere à palavra traduzida “Lúcifer”.

A palavra “diabo”, não aparece em todo o Antigo Testamento.

No Novo Testamento, a palavra “diabo” foi traduzida a partir da palavra gregas diábolos, que é citada para sugerir a existência de um monstro sobrenatural. É derivada do prefixo dia, que significa “através”, e ballo “lançar, atirar ou jogar”. Diabolos significa “falso acusador, caluniador”, e pode dizer respeito a qualquer um que se oponha à verdade da Palavra de Deus, falando caluniosamente ou falsamente contra ela. Como todas as outras palavras traduzidas “diabo” ou “satanás”, diabolos não é um nome; define um tipo particular de caráter ou condição, e é sempre usada daqueles que violam ou opõem-se à vontade ou Palavra de Deus. Por exemplo, é usado para descrever o pecado (Hebreus 2:14); autoridades civis que perseguiam o povo de Deus (Efésios 6:11, Apocalipse 2:10), aqueles que eram falsos acusadores (2 Timóteo 3:3); Judas Iscariotes, que era um ser humano de carne e osso (João 6:70); mulheres que caluniavam outras (1 Timóteo 3:11).

Satan” é uma palavra hebraica encontrada no grego como: Satan ou Satanás. O significado é o mesmo em ambas as línguas: “adversário” ou “oponente”. Assim como diabolos, a palavra Satanás não é um nome, mas é descritivo de um tipo de pessoa ou grupo de pessoas. Tem sido traduzida como “inimigo”, “adversário”, “acusador” e “satanás”. Ela tem sido usada de várias maneiras que indicam que não é “um outro nome para o diabo”, como alguns sugerem. Por exemplo, é usada para Deus quando Ele se tornou um “adversário” para Israel (1 Crónicas 21:01). Um “anjo do Senhor” é também descrito como “satanás” (Números 22:22, 32). O Senhor Jesus Cristo descreveu o apóstolo Pedro como “Satanás” porque ele “opôs-se” ao Senhor, quando Cristo ia para Jerusalém e para a sua crucificação (Mateus 16:23). Comunidades religiosas que proclamam um falso evangelho também são chamadas de “Satanás” (Apocalipse 2:9). No Antigo Testamento na Revista e Atualizada, a palavra Satanás ocorre apenas três vezes fora do livro de Jó.

Que dizer, então, de satanás no livro de Jó? Ele é descrito como “rodeando passeando pela terra”, mas nunca se fala de voar pelos céus, ou descer para um domínio de fogo debaixo da terra. Lá diz que se reuniu com os “filhos de Deus”, mas este é um termo usado para crentes mortais, entre os quais o próprio Jó foi contado (1 João 3:2). Além disso, não foi “Satanás” que trouxe tanto sofrimento sobre Jó, mas o próprio Deus (Jó 2:3; 19:21; 42:11). Não há nenhuma evidência para associar o satanás do livro de Jó com um monstro sobre-humano. Assim, as palavras traduzidas como “diabo” e “satanás”, entendidas de acordo com as várias palavras originais, não representam um monstro sobrenatural que leva as pessoas ao pecado.

A Origem do Pecado

Enquanto há certamente a esperança de uma ressurreição para a vida eterna para todos os que servem a Deus como “verdadeiros adoradores... Em espírito e em verdade” (João 4:23-24, Atos 4:19-20, 2 Coríntios 15), a realidade do pecado e os seus efeitos ainda devem ser enfrentados, pois ”o salário do pecado é a morte” (Romanos 6: 23).

Portanto, a menos que encontremos os meios pelos quais podemos vencer o pecado, anulando seu poder em nossas vidas, nos manteremos na “congregação dos mortos” (Provérbios 21:16).

Onde, então, poderemos encontrar a fonte do pecado? A resposta a essa pergunta nos ajudará a libertar-nos das doutrinas erróneas e especiosas que são a marca do “cristianismo”popular, que desde que permaneçam sob sua influência cega as pessoas para a verdadeira mensagem da Palavra de Deus. O Senhor Jesus Cristo responde: “Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfémia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).

A quem culparemos pelas coisas erradas que fazemos? Apenas de nós mesmos. Não podemos manter ninguém mais como responsável. Por natureza, todos nós temos uma propensão ao pecado. “É mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (Génesis 8:21). A este testemunho, o profeta Jeremias acrescenta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto” (Jeremias 17:9). Como aconteceu isso à raça humana? Como o pecado entrou no mundo? Nós vamos responder a estas questões vitais depois de ter definido “pecado.” Deus nos diz que “pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4), Deus colocou diante da humanidade certos mandamentos e estatutos que Ele exige que a raça humana obedeça. Isto é para o seu próprio benefício, bem como para cumprirem a vontade de Deus nas suas vidas. Quando os homens e mulheres decidem que não se importam com a vontade de Deus ou propósito, ou repudiam a Sua Palavra, eles vivem um modo de vida que está fora da Sua lei. Assim, eles se tornam “fora-da-lei”, porque eles vivem “fora”da “lei” e dos caminhos de Deus. Esta situação surgiu por causa de um incidente que ocorreu no início dos tempos.

Eva e a Serpente

De todas as criaturas da criação, somente o homem foi feito à “imagem” [forma] e “semelhança” [capacidade mental; capacidade de moralizar] de Deus, tornando-se moralmente e espiritualmente responsáveis ​​perante Ele. Era o propósito de Deus que a humanidade tivesse “domínio” sobre toda a terra, como representantes de Deus, refletindo a Sua justiça e santidade (Génesis 1:26). Este propósito foi interrompido temporariamente quando o pecado entrou no mundo como resultado direto do falso ensino da serpente. Mas é um propósito que será cumprido no futuro.

No Jardim do Éden, Adão e Eva foram submetidos a uma lei para que Deus pudesse testar a sua fidelidade e lealdade: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Génesis 2:16-17).

Quando toda a obra da criação tinha sido concluída, Deus pronunciou tudo o que Ele tinha feito como sendo “muito bom” (Génesis 1:31). Adão e Eva foram colocados no belo jardim para cuidar dele.

A serpente então apareceu em cena.

Esta criatura é descrita como uma “serpente”, e nada mais. Não é apresentado como um monstro sobrenatural na forma de uma serpente. Nem a Bíblia ensina que o “Diabo” estava escondido em algum lugar do jardim, usando a serpente como um instrumento para a perpetração do mal.

Sendo o que foi dito primeiro o caso, a humanidade não teria nada a temer mais a partir deste “diabo”, porque “Deus amaldiçoou-o entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selváticos;” e Ele disse à serpente: “Rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida” – assim foi condenado a se tornar uma criatura abjeta da Terra (Génesis 3:14).

Se o “Diabo” estava escondido em algum lugar do jardim e tinha solicitado a serpente para perpetrar a primeira mentira, com certeza a serpente, quando confrontada por Deus, teria culpado o diabo. Mas a serpente não tinha ninguém para culpar!

Mais tarde, o apóstolo Paulo endossou o que é indicado em Génesis: “Receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa... (2 Coríntios 11:3). Ele não menciona qualquer “diabo.”

A Bíblia revela três coisas sobre a serpente. A primeira é que ele “mais sagaz que todos os animais” (Génesis 3:1), que simplesmente significa que ele tinha uma inteligência superior a qualquer outra criatura entre os de ordem inferior de animais. No entanto, uma vez que não havia sido criado com a capacidade de moralizar sobre princípios divinos, que possuía apenas uma mente animal, ou carnal. Os pensamentos que ela poderia expressar eram o produto de uma mente natural, ou ímpia.

Em segundo lugar, que tinha o poder da palavra, pois era capaz de conversar com a mulher (Génesis 3:2-5). À mula de Balaão foi dado esse mesmo poder (Números 22:28-30; 2 Pedro 2:16).

Em terceiro lugar, é evidente que a serpente anteriormente não rastejava. Se esta serpente possuía a mesma forma de uma serpente de hoje, não teria havido nenhum ponto em Deus sentenciar: “Rastejarás sobre o teu ventre”.

O Pecado e a Morte - Deus Interveio

Deus tinha advertido o homem e a mulher que se eles desobedecessem à Sua lei (Génesis 2:16-17), eles morreriam. Mas a serpente persuadiu a mulher: “É certo que não morrereis”. Insensata e tragicamente, a mulher atendeu ao falso ensino da serpente que tinha apenas falado de acordo com sua mente animal e limitada, sem qualquer compreensão do espiritual e das implicações morais do que disse a Eva, e, portanto, ela e o seu marido pecaram contra Deus, e o seu pecado resultou na morte que passou a toda a raça humana.

Este fato é apoiado pelos ensinamentos de Paulo: “Assim como por um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens.” (Romanos 5:12). Isto concorda com o que ele escreveu aos Coríntios: “O aguilhão da morte é o pecado” (1 Coríntios 15:56). E aos Romanos: “O salário do pecado é a morte” (Romanos 6:23).

Assim, a morte veio sobre a raça humana como resultado do pecado – uma sentença que foi pronunciada contra Adão e Eva no Éden, e que passou a todos os seus descendentes. Obviamente o pecado se origina de dentro da humanidade e não opera através da influência de um “Diabo” externo e sobrenatural.

Esta situação teria deixado a humanidade numa condição impossível, se Deus não tivesse intervindo. A graça e a misericórdia de Deus tinham de ser reveladas para fornecer uma esperança de redenção para a humanidade. Deus prometeu que viria um que seria “descendente da mulher”, “feriria” a “cabeça” da serpente (que tinha se tornado um símbolo para a origem e existência do pecado).

A única maneira dos efeitos do pecado serem derrotados, enquanto que ao mesmo tempo, não colidisse com a justiça do Deus Todo-Poderoso, era que alguém da raça condenada de Adão vencesse o pecado como representante dos pecadores. Ele teria que viver uma vida de perfeita obediência a Deus, para superar totalmente o poder do pecado em si mesmo, e depois de bom grado oferecer a sua vida como sacrifício a Deus. Com isto, ele negaria na totalidade as propensões e inclinações da sua natureza para o mal e, na sua morte, mostraria que toda a justiça vem somente de Deus e não da carne.

Como o prometido “descendente da mulher” era necessário que o Senhor Jesus Cristo fosse “nascido de mulher” (Gálatas 4:4), tendo a mesma natureza propensa ao pecado, fraca e mortal que resultou da condenação de Deus do pecado no Jardim do Éden. “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele [Jesus], igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, [o diabolos, a natureza humana caída, com suas propensões para o mal] … para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hebreus 2:14,17).

Como Alcançar a Vitória Através de Cristo

Cristo conseguiu destruir “o diabo”, o efeito do pecado na carne (Romanos 8:3), que detinha o poder da morte. Até ao triunfo do Senhor sobre a fraqueza da sua natureza humana, a morte tinha exercido “domínio” sobre todos (Romanos 6:9). Depois que Cristo ressuscitou dos mortos, ele recebeu a natureza divina – a mesma natureza que Deus possui, uma natureza que nunca pode morrer, e na qual o Senhor Jesus nunca mais experimentaria as fraquezas da carne (Hebreus 5:7-8). A sua morte sacrificial demonstra a maneira pela qual podemos obter a vitória sobre “o diabo.” Porque ainda somos mortais, criaturas que erram, pecamos através da fraqueza da nossa natureza e necessitamos de perdão. Deus fez provisão para esta necessidade para todos os que O adoram “em espírito (a disposição correta) e em verdade” (de acordo com o verdadeiro ensinamento da Palavra de Deus - (João 4:23-24)). João ensinou: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9). Devido a esta condição maravilhosa da graça divina, Pedro ensinou: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (Atos 2:38).

Quando se faz isso, podemos olhar para o futuro, para o cumprimento do propósito de Deus em remodelar este mundo e torná-lo um lugar de alegria e paz. Isto exige o retorno de Jesus Cristo para subjugar todas as nações e uni-las num império mundial, e “para ser glorificado nos seus santos” (Atos 1:9-11; 17:31, Daniel 2:44, Apocalipse 11:15; 2 Tessalonicenses 1:7-10). Cristo então reinará sobre a terra, como rei sobre o reino de Deus (Hebreus 2:5-13, Mateus 19:28, Lucas 1:31-33, Salmo 2).

A esperança de viver e reinar com Cristo e de ganhar o dom incomensurável da natureza divina, é oferecido a todos os que ouvirão a mensagem da Palavra de Deus, e se esforçarão para obedecê-la. Aqueles que ganham o dom da imortalidade “reinarão” com ele como “reis e sacerdotes” sobre a terra (Apocalipse 5:9-10). Poderia possuir esperança mais grandiosa? Poderia haver alguma esperança maior do que viver por toda a eternidade, manifestando a glória do nosso Criador, no verdadeiro espírito de santidade e de justiça? Esta esperança pode ser a nossa, pois Cristo ensinou: “Quem crer [no verdadeiro evangelho] e for batizado será salvo” (Marcos 16:15-16).

 

Sumário do ensino Bíblico: O Diabo e Satanás

 

A palavra “Diabo” é a tradução para português da palavra grega: Diabolos

 

DIABOLOS significa “falso acusado”, “caluniador”, “maldizentes” etc. Foi traduzida “maldizentes” em 1 Timóteo 3:11, “caluniadores” em 2 Timóteo 3:3 e “caluniadoras” em Tito 2:3; EM lugar algum é usada para descrever um ser sobrenatural que tenta a humanidade. É traduzida “diabo” nas seguintes passagens Mateus 4:1, 5, 8, 11; 13:39; 25:41. Lucas. 4:2, 3, 6, 13; 8:12; João 6:70; 8:44; 13:2; Atos 10:38; 13:10; Efésios 4:27; 6:11; 1 Timóteo 3:6,7; 2 Timóteo 2:26; Hebreus 2:14; Tiago 4:7; 1 Pedro 5:8; 1 João 3:8,10; Judas 9; Apocalipse 2:10; 12:9, 12; 20:2,10.

 

DIABOLOS é usada para descrever uma pessoa (João 6:70); mulheres maldizentes em Timóteo 3:11; caluniadores (2 Timóteo 3:3); o pecado (Hebreus 2:14); a carne (Atos 13:10); o mundo antagonista (Efésios 4:27); autoridades civis perseguidoras (Efésios 6:11; Apocalipse 2:10).

 

SATAN é a palavra hebraica, que significa “opor-se” a algo ou alguém” ou “ser um adversário”. A palavra é traduzida “adversário”, “inimigo”, etc. e é também transliterada como “satanás”. Aparece como “adversário(s)” ou “inimigo” nos seguintes lugares: Números 22:22; 1 Samuel 29:4; 2 Samuel 19:22; 1 Reis. 5:4; 11:14, 23, 25; Salmos 38:20; 71:13; 109:29; “hostilizam” no Salmo 109:4; “contrários” no Salmo 109:20); “Satanás” em 1 Crónicas 21:1; Jó 1:6,7,8,9,12;2:1,2,3,4,6,7; Zacarias 3:1; 3:2; “Acusador” em Salmo 109:6.

 

Com o que foi acima exposto, pode-se descobrir que o termo tem sido usado para descrever a Deus quando revelado como um oponente de Israel (1 Crónicas 21:10), um "anjo do Senhor" (Números 22:22, 32), homens bons e maus (I Samuel 29:4; 2 Samuel 19:22; Salmos 38:20), um apóstolo (Mateus 16:23; Marcos 8:33) comunidades religiosas adversas (Apocalipse 2:90), os maus pensamentos (Lucas 22:3; João 13:27, Atos 5:3), a carne (Atos 26:18), o mundo como em oposição a Deus (1 Coríntios 5:5; 1 Timóteo 1:20), os governos (Apocalipse 12:9; Lucas 10:18).

 

H. P. Mansfield

Tradução: S. Mestre

POSSESSÃO DEMONÍACA

S. Mestre, 24.01.12

POSSESSÃO DEMONÍACA

Muita gente vive com medo constante de demônios. Eles os consideram seres espirituais iníquos responsáveis por fazerem grande dano às pessoas e comunidades. Guerras, agitação civil e o progresso de ideologias políticas do mal são considerados como o resultado de atividade demoníaca. Eles são considerados suscetíveis de entrar no corpo ou na mente de uma pessoa onde o demônio pode destruir a fé, induzir enfermidades no corpo ou fazer enlouquecer o indivíduo. Alguns acreditam que os demônios se ligam a objetos tais como livros, móveis ou joias e quando a desgraça acontece se livram de qualquer objeto suspeito de abrigar o demônio, na tentativa de se livrar do demônio e, assim, provocar uma mudança positiva para a sua vida.

Este estudo se propõe a mostrar a partir da Bíblia que não existem seres como demônios. Não há necessidade de temê-los. Eles não existem.

CRENÇAS COMUNS SOBRE DEMÔNIOS

Pessoas que acreditam na existência de demônios dão explicações diferentes para sua origem. Parece que existem quatro ideias populares que agora serão consideradas com brevidade:

(1) Demônios são espíritos imortais de pessoas iníquas que morreram

Esta ideia pode ser descartada imediatamente já que segundo a Bíblia, quer iníquos quer justos não possuem espíritos imortais. A Bíblia ensina que quando o homem morre, morre de verdade; volta ao pó e está inconsciente, e ficará assim a não ser que Jesus o ressuscite de entre os mortos na sua segunda vinda. (Gênesis 3:19-22; Salmo 146:3,4; Eclesiastes 9:5-10; Daniel 12:2; 1 Tessalonicenses 4:16)

(2) Demônios são os espíritos dos habitantes da terra pré-Adâmica

Pode muito bem ter existido uma raça de seres sobre a terra antes da criação de Adão, na verdade, isso pode ser sugerido pelo mandamento dado a Adão e Eva "ser frutífero e multiplicar, e enchei (se lido como "encher de novo") a terra" (Gênesis 1:28), mas não há a mais pequeno vestígio na Bíblia de que esta raça existiu, que os seus membros tinham espíritos imortais ou que os demônios são os iníquos dessa raça. Esta ideia se apoia em suposições que não têm qualquer fundação Bíblica.

(3) Demônios são a descendência de anjos e mulheres que viveram antes do Dilúvio

Esta teoria baseia-se inteiramente em uma interpretação de Gênesis 6:2, que, falando da maldade da geração que foi destruída pelo dilúvio, diz: "vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram. (Gênesis 6:2) ". Diz-se que os "filhos de Deus" neste versículo se refere aos anjos que contraíram matrimônio com mulheres humanas e que os descendentes desses matrimônios são os demônios.

Embora seja verdade que às vezes na Bíblia a expressão "filhos de Deus" se refere aos anjos (por exemplo, Jó 38:7), geralmente se refere aos membros da raça humana, que têm uma relação especial com Deus. Por exemplo, ao escrever para os membros da igreja primitiva, o apóstolo declara: "Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser." (1 João 3:2). Veja também João 1:12; 11:52, Gálatas 3:26, Hebreus 12:7,8; Romanos 8:14; Deuteronômio 14:1, Isaías 01:02. Entendemos que os "filhos de Deus" em Gênesis 6 são os descendentes de Sete referido em Gênesis 4:26, que "invocou o nome do SENHOR", enquanto "as filhas dos homens" refere-se aos descendentes do ímpio Caim. Gênesis 6, portanto, descrever a apostasia da verdade dos filhos de Deus daqueles dias, e sua punição pelo dilúvio.

Outra razão forte para rejeitar essa ideia de matrimônios entre anjos e mulheres é o ensino claro de Jesus que os anjos "nem se casam nem se dão em casamento" (Marcos 12:25).


(4) Demônios são anjos caídos

Aqueles que subscrevem esta ideia acreditam que em algum momento no passado remoto um grupo de seres angélicos liderados por Satanás, (que é identificado com Belzebu, príncipe dos demônios, Mateus 12:24-26) se rebelou contra Deus e foi expulso do céu. Estes anjos é dito, são referidos por Pedro quando diz: "Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas lançou-os no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo" (2 Pedro 2: 4 e ver Judas 6). Esses anjos que pecaram são ditos ser os demônios.

Razões para rejeitar a ideia de que Satanás é um anjo caído não será dada aqui - este é um assunto que está fora do âmbito desde livrinho.

A palavra "anjo" na Bíblia não se refere necessariamente a seres celestes, pode se referir a membros da raça humana. Por exemplo, quando lemos em Lucas 7:24 sobre os"mensageiros" de João, apalavra no manuscrito grego do Novo Testamento é ANGELOS - exatamente a mesma palavra que em 2 Pedro 2:4 onde é traduzida anjos. Em Lucas 9:52 lemos que Jesus "enviou mensageiros que o antecedessem", e novamente a palavra usada no original é esta mesma palavra ANGELOS, anjo traduzida em outros lugares. Assim, os anjos (ou mensageiros), podem ser seres humanos ou podem ser seres celestiais. A única maneira de determinar se mensageiros humanos ou divinos estão sendo referidos, é examinar o contexto em que a palavra se encontra.

No caso em 2 Pedro 2:4 o contexto exige que a referência seja a anjos (mensageiros) humanos, e não aos anjos celestiais, pois a Bíblia ensina que os anjos de Deus "executais as suas ordens e lhe obedeceis à palavra". É dito que são "ministros seus (de Deus), que fazeis a sua vontade" (Salmo 103:20,21), e não há a mais remota sugestão de que os anjos de Deus são capazes de pecado ou rebelião.

Mesmo que aceitássemos que "os anjos que pecaram" mencionados por Pedro são anjos celestiais, isso ainda não prova que eles são os demônios, antes pelo contrário, sobre estes "anjos que pecaram" é dito que estão "abismos de trevas onde eles estão esperando o julgamento. Isto não é uma descrição de seres divinos que já foram julgados e expulsos do céu, e que agora parecem fazer o que quiserem na terra! (É convicção do autor de que estes anjos (ou mensageiros) que pecaram eram membros da raça humana que desobedeceu a Deus nos tempos do Antigo Testamento. Estes indivíduos:-  (a) deixaram o seu principado (veja Judas versículo 6), (b) foram lançados nas trevas, e, (c) aguardam o seu julgamento final.)

Corá e seu grupo em Números, capítulo 16 se enquadram em todos estes detalhes:- (a) eles deixaram a sua posição nomeada e queriam o sacerdócio (Números 16:3,9,10,18),

(b) foram lançados para baixo para a escuridão (Números 16:32), e, (c) que aguardam o seu julgamento final (Hebreus 9:27). Nota: Uma vez que um sacerdote é um anjo (ver Malaquias 2:07 onde a palavra "mensageiro" é a MALACH no hebraico, a palavra comum no Antigo Testamento para "anjo"), então Corá erroneamente oficiando como sacerdote com o seu incensário era um anjo pecador.

O ENSINO BÍBLICO SOBRE DEMÔNIOS

Mesmo que o leitor não esteja convencido pela consideração necessariamente breve das ideias populares sobre demônios acima citadas, o autor pede que neste momento seja feita uma tentativa para deixar de lado qualquer ideia preconcebida, e permitir que a Bíblia forneça a sua própria explicação quanto à natureza dos demônios. Tão importante é este simples ensinamento bíblico, se quisermos entender as referências na Bíblia sobre possessão demoníaca, que valerá a pena citar uma série de versículos do Antigo e Novo Testamentos.

(1) Falando da apostasia do povo de Israel é nos dito que, "Sacrifícios ofereceram aos demônios (original em hebraico shedim = peludos, na Septuaginta, que é a antiga tradução do Antigo Testamento Hebraico para o Grego foi traduzido como daimonion), não a Deus; a deuses que não conheceram... (Deuteronômio 32:17).

(2) Ao ser ordenado a Israel adorar o verdadeiro Deus foi dito, "Nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, com os quais eles se prostituem" (Levítico 17:7).

(3) Falando da rebelião e infidelidade de Jeroboão, rei de Israel, que tinha instituído uma forma de adoração idólatra, foi dito, "Jeroboão constituiu os seus próprios sacerdotes, para os altos, para os sátiros e para os bezerros que fizera." (2 Crônicas 11:15).

(4) Do jeito que o apóstata Israel oferecia os seus próprios filhos como sacrifícios aos deuses pagãos o Salmista escreveu, "imolaram seus filhos e suas filhas aos demônios" (Salmo 106:37).

ASSIM NO ANTIGO TESTAMENTO O ENSINO CLARO E SIMPLES É QUE OS DEMÔNIOS SÃO OBJETOS DE ADORAÇÃO PAGA - DEUSES PAGÃOS.

Este ponto de vista é consistentemente mantido no Novo Testamento:

(1) Falando de certos impios Apocalipse 9:20 diz, "Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios...", mostrando que demônios eram tidos como objetos de culto - ou seja deuses pagãos.

(2) Admoestando os crentes Coríntios de que não deveriam continuar envolvidos no sistema idólatra que os rodeava, Paulo escreveu, "Portanto, meus amados, fugi da idolatria... as coisas que eles (gentios) sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios." (1 Coríntios 10:14,20,21)

(3) Quando Paulo visitou a cidade grega Atenas ele viu que a cidade era dada à idolatria (Atos 17:16). Quando estes pagãos escutaram Paulo falando sobre Jesus disseram "Parece pregador de estranhos deuses [aqui a palavra traduzida "deuses" é daimonion] (versículo 18). Os Atenienses pensaram que ao pregar Jesus, Paulo estava falando do mesmo tipo de semideuses que eles adoravam. No mesmo capítulo o apóstolo, pasmo com o grande números dos deuses deles, declarou, " Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos" (versículo 22). A palavra que ele usou, que foi traduzida aqui "religiosos", era deisiDAIMONesterous que significa que eles eram extremamente dedicados aos seus demônios; não era uma frase derrogatória e não há nada que sugira que eles a tomaram como tal. Assim novamente vemos que os demônios eram, para os pagãos, o objeto correto de suas devoções.

ASSIM, CONSISTENTEMENTE, EM AMBOS O ANTIGO E NOVO TESTAMENTOS, OS DEMÔNIOS SÃO DESCRITOS DE TAL MANEIRA QUE NOS LEVA À CONCLUSÃO DE QUE NA BÍBLIA UM DEMÔNIO É UM DEUS PAGÃO.

OS DEMÔNIOS NÃO TÊM EXISTÊNCIA REAL

No que diz respeito aos deuses pagãos, podemos ter certeza absoluta de uma coisa - ele não existem de verdade! A Bíblia é muito clara neste assunto. Em Isaías, Javé, o verdadeiro Deus questiona, "Há outro Deus além de mim?" Eis a resposta, "Não, não há outra Rocha que eu conheça." (Isaías 44:8). Mais uma vez o Deus da Bíblia declara, "Pois não há outro Deus, senão eu, Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim e sede salvos, vós, todos os limites da terra; porque eu sou Deus, e não há outro." (Isaías 45:21,22).

Já que a Bíblia declara que os demônios são deuses pagãos, segundo a Bíblia, os deuses pagãos não têm existência real, daí resulta que os DEMÔNIOS NÃO EXISTEM(Para mais detalhes veja o anexo no final deste estudo).

QUE DIZER ENTÃO DA POSSESSÃO DEMONÍACA?

Se os demônios não têm existência real então é óbvio que não podem possuir ninguém. Então como entenderemos essas referências nos Evangelhos como Lucas 9:42 onde lemos o que é dito sobre uma criança, "o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai."? Como podemos reconciliar estes relatos, que são frequentes nos Evangelhos, com o ensinamento claro da Bíblia de que os demônios sãos deuses pagãos (e que assim sendo não existem)?

Para fazer isso é necessário considerar que jeito os deuses pagãos eram adorados, já que era usualmente em festivais idólatras que a "possessão demoníaca" acontecia. Como resultado dos ritos e devoção pagãos se cria que o espírito da divindade que era adorada tomava possessão do adorador.




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Ilustração 1 - Possessão pelo deus Ogum, Brasil

Enquanto podemos estar completamente seguros de que os demônios (deuses pagãos) não existem de verdade, é igualmente certo que algo realmente fora do comum acontecia com os adoradores que os convencia de que o deus os estava possuindo. De fato, tais coisas ainda acontecem nos nossos dias. Por exemplo, é possível visitar África e observar cerimônias devotadas ao culto de várias divindades Vudu e ver pessoas aparentemente possuídas pelo deus.(Dr Wm. Sargant, "The Mind Possessed"(A Mente Possuída), Heinemann, London, 1973. Neste livro que, devido à natureza do assunto, é de certa forma uma produção desagradável do ponto de vista Cristão, o autor descreve detalhadamente muitas cerimônias visitadas por ele pessoalmente em África, Brasil, Jamaica, Barbados, Haiti e Estados Unidos da América, nas quais fenômenos de possessão demoníaca foram vistos e muitos foram fotografados. )
A foto apresenta o “estado de possessão”. Mas estes deuses não existem! Então que fenômeno de “possessão” é esse que é observável?

Explicando a possessão


O que se segue é uma explicação simplificada do fenômeno da “possessão”. Em circunstâncias normais tudo o que vemos, escutamos e tocamos é recebido pelo cérebro, que atua como um computador. O cérebro-computador então compara essa nova informação recebida com todas as outras experiências registradas no passado que tenham alguma relação com essa nova informação. Na sua grande maioria isto é um processo automático que não requer esforço consciente(Dr. Wm. Sargant explica isso em grande detalhe, “The Physiology of Faith” (A Fisiologia da Fé), British Journal of Psychiatry 1969, p 505-18. Também seu livro “Battle for the Mind” (Batalha pela Mente), Heinemann, Lodres, 1957, p 41, é de ajuda. Deve-se notar que Sargant que estudou a moderna possessão “carismática” pelo “espírito santo”que é exatamente o mesmo fenômeno que possessão demoníaca mal aplicado quando igualando a moderna experiência “carismática” com o derramamento do Espírito Santo no Novo Testamento).

Assim, se você é informado de que a lua é feita de queijo verde, a sua resposta imediata é, “De jeito nenhum!” Essa resposta é o resultado do cérebro pesando essa proposição, comparando-a com certos fatos conhecidos como seja que o queijo é feito a partir do leite e que astronautas estiveram na lua e viram que era composta por rochas, e então decidindo que esta nova informação não pode ser aceite - a lua não pode ser feita de queijo verde! Tudo isso acontece a nível do subconsciente (ou seja, não precisa ser analisado conscientemente) numa fração de segundo.

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Quando o cérebro é sujeito a grande estresse, ocorrem mudanças que alteram a forma como a informação é recebida, analisada e registrada. É esta alteração na função do cérebro que leva ao estado de “possessão”.

Em um festival religioso pagão as pessoas são submetidas a tal estresse. Por bater palmas ritmadamente, usando tambores e dançando; pela exaustão do corpo; induzindo for; pelo uso de drogas e pelo uso de outros métodos degradantes; o cérebro é progressivamente cansado até que o estado é alcançado onde não mais analisa de forma crítica a informação recebida. Neste ponto quaisquer ideias que lhe são apresentadas são aceites sem qualquer questionamento. É neste ponto de rotura que a “possessão” ocorre. O indivíduo fica rodeado pela crença que a possessão ocorrerá, e já que o seu cérebro não consegue analisar de forma critica esta crença, ele aceita que está possuído e reage de conformidade com essa realidade.

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POSSESSÃO

Tal "possessão" é geralmente acompanhada por perda de consciência, convulsão ou estado de transe/hipnotismo, e foi observado e descrito por Sargant. Este estado de possessão, que ocorreram nos festivais pagãos no tempo do Novo Testamento, e que ainda se podem ver nos dias de hoje, é um fenômeno bem real e observável. Mas não se deve a possessão por demônio, (pois demônios não existem) e podem ser fisiologicamente explicados – deve-se à exaustão cerebral.

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Ilustração 2 - Possessão carismática pelo "espírito santo"

POSSESSÃO DEMONÍACA NO NOVO TESTAMENTO


Possuindo esta informação podemos agora abordar as referências a demônios no Novo Testamento. Por exemplo, em Mateus 17 um homem vem a Jesus e diz, “Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água”, e nos é dito que “Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado ” (v. 15,18). O menino é descrito como sofrendo algum tipo de convulsões – de fato a Bíblia em Português Corrente traduz assim, “Ele tem ataques e sofre imenso”. Mas não há qualquer sugestão de que estes ataques estivessem ligados de forma alguma a um festival religioso pagão. Então porquê atribuir convulsões à possessão demoníaca? A resposta a esta questão fornece a chave para todo o problema da possessão demoníaca no Novo Testamento.

O único lugar onde convulsões como estas que afligiam o menino eram vistas regularmente, era nos festivais pagãos. Daí, pessoas que se pensava estarem possuídas pelo demônio caíam ao chão em estados de convulsão assim como acontecia ao menino. Quão natural seria que as gentes daqueles tempos assumissem que os dois casos eram idênticos – que as convulsões do epilético se deviam a possessão demoníaca.

Assim epiléticos como esse menino cujas convulsões pareciam ser aquelas do estado de “possessão”, demência(João 10:20) que se assemelhava ao comportamento bizarro dos “possuídos”, e mudez(Lucas 11:14) com o associado olhar distante e produzindo grunhidos que se pareciam com os estados de transe dos “possuídos” nos festivais pagãos, eram atribuídos a demônios.

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A ligação entre a possessão demoníaca e enfermidade está para além de qualquer dúvida razoável. Uma examinação dos relatos dos Evangelhos mostra que:

A. ESTAR POSSUÍDO ERA EQUIVALENTE A ESTAR ENFERMO

(a) Jesus disse aos doze, “Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios” (Mateus 10:8). Daí que expelir demônios fazia parte do ministério da cura. Em resposta ao comentário de que o versículo distingue entre possessão demoníaca e enfermidade devemos assinalar que o versículo também faz distinção entre lepra e enfermidade.
(b) Em Mateus 9:32 e Lucas 11:14 mudez é dito ser o resultado de possessão demoníaca,
(c) Em Mateus 12:22 diz que a possessão demoníaca causa tanto cegueira como mudez,
(d) Fica claro que quando os judeus aplicaram o termo a Jesus eles pensavam que ele tinha problemas mentais “Ele tem demônio e enlouqueceu” (João 10:20. Veja também João 8:48, 52).

B. EXPELIR UM DEMÔNIO ERA CURAR UMA ENFERMIDADE

(a) Em Mateus 4:24 nos é dito, “trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos(BPC epiléticos) e paralíticos. E ele os curou. (Também Marcos 3:15).
(b) Acerca do homem cego e mudo é dito, “Então, lhe trouxeram um endemoninhado, cego e mudo; e ele o curou, passando o mudo a falar e a ver. (Mateus 12:22, veja também Mateus 9:32).
(c) Acerca da mulher Cananeia cuja filha estava horrivelmente endemoninhada é dito, “E desde aquele momento, sua filha ficou sã (Mateus 15:22, 28).

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Jesus usando esta linguagem quando descrevendo estas enfermidades, não implica que ele acreditava na existência real de demônios – ele certamente não aceitava a existência de qualquer outro deus a não ser seu Pai a quem ele descreveu como “o único Deus verdadeiro” (João 17:3). Ele simplesmente se acomodou à linguagem do seu tempo. Ele não acreditava na existência de demônios como seres reais assim como nós não acreditamos que aqueles que são chamados de lunáticos estão sendo afetados pela lua; ou que os demônios são responsáveis por um estado de confusão quando falamos de pan-demôn-io.

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É frequentemente argumentado que Jesus nunca se acomodaria à linguagem do seu tempo porque isso implicaria que ele aceitava as ideias pagãs sobre demônios. A isso podemos responder:

(a) Jesus não contradisse a ideia sobre Belzebu(= o deus da mosca) mas usou-a em um argumento contra os Judeus (Lucas 11:19). Se ele usou a ideia do “príncipe dos demônios” que era manifestamente pagã porque não se acomodaria às ideias correntes em seu tempo sobre demônios em seus ensinamentos?
(b) A parábola do homem rico e Lázaro em Lucas 16 é mais uma prova de que Jesus não hesitava em usar as ideias teológicas dos judeus daqueles dias que tinham origem pagã na sua argumentação com os descrentes judeus. (Veja “Josephu’s Discourse to the Greeks Concerning Hades” (Discurso de Josefo aos Gregos concernente ao Hades), Whiston’s Josephus, página 637.)
(c) A razão para o que se disse acima pode muito bem estar na atitude de Deus para com Israel no tempo do ministério de Jesus. Em Isaías capítulo 6, que é uma profecia sobre Jesus diz, “Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo” (Isaías 6:9-10 conferir com João 12:37-41). Usando a linguagem desse tempo acerca de demônios era “fechar os olhos deles”.

Vale a pena salientar que tais possessões demoníacas como temos nos Evangelhos nunca são mencionadas em todo o Antigo Testamento. No Novo Testamento encontram-se principalmente nos Evangelhos sinóticos com menções ocasionais em Atos. Com isto parece que o Todo-Poderoso não viu necessidade de instruir a Igreja do Antigo Testamento sobre possessão demoníaca, nem os apóstolos nos seus escritos viram a necessidade de instruir a Igreja do Novo Testamento sobre isso. A possessão por demônios aparece nos Evangelhos como forma local e transitória de falar sobre certas enfermidades e não é uma doutrina do Antigo ou Novo Testamentos. Sendo este o caso, não é de surpreender que Jesus aceitasse a froma corrente de se referirem a doenças. A doutrina de possessão demoníaca não faz parte do evangelho Cristão enão há razão para Jesus considerá-la como ponto teológico. A única razão pela qual é necessário examinar o assunto hoje se deve às absurdidades teológicas que se associaram a isso.
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Mas existe uma razão para Jesus tão prontamente usar a linguagem contemporânea para se referir a epiléticos, loucos e mudos como endemoninhados.

A RAZÃO PARA A POSSESSÃO DEMONÍACA NO NOVO TESTAMENTO

Não existe em todo o Antigo Testamento quaisquer referências a enfermidades estando ligadas a demônios. Somente no ministério de Jesus e durante os primeiros esforços na obra dos apóstolos que lemos sobre certas enfermidades sendo atribuídas a demônios. De fato, as referências a possessão por demônios no ministério de Jesus são tão frequentes que podemos ser perdoados por pensar que os Evangelhos se preocupam com o assunto. Qual a razão disso?

Para responder a esta questão desejamos considerar dois métodos de instrução usados por Jesus no seu ministério – parábolas e milagres. Pode surpreender alguns saber que os milagres foram usados para instrução, mas esperamos mostrar que o caso era mesmo esse.

As parábolas

As palavras de Jesus tinham sempre um propósito e estavam cheias de significado. Elas, de fato, eram palavras recebidas de seu Pai, pois, “Pois o enviado de Deus fala as palavras dele” (João 3:34),e novamente, “Aquele que me enviou é verdadeiro, de modo que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo… falo como o Pai me ensinou.” (João 8:26, 28).

Quando ele falou em parábolas não havia nada de acidental nelas; havia sempre uma razão porque ele pronunciava uma parábola. Assim, por exemplo, a parábola do semeador em Lucas 8:4-15 foi dada para ilustrar as diferentes reações ao seu ensino em Israel, e a parábola da videira em Mateus 21:33-46 representava a atitude dos líderes de Israel à obra de Deus através dele. Para entender as parábolas é necessário interpretá-las. Isso é normalmente fácil como no caso da parábola do semeador, mas às vezes provam ser um exercício muito difícil. Uma dessas se encontra em Mateus 12:43-45:

“Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra. Por isso, diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta geração perversa.”(Nesta parábola a palavra “demônio” não é usada. Mas que demônios e espíritos imundos são idênticos fica claro a partir de passagens como Marcos 5:12,13; Lucas 4:33 etc.)

Qualquer que seja a explicação detalhada para esta parábola, a inescapável conclusão da parábola que aparece na última frase, é que Jesus quer que vejamos que a nação judaica daquele tempo em sua história como sendo como um homem possuído por um demônio – “Assim também acontecerá a esta geração perversa.”

A expulsão do demônio a princípio provavelmente faz referência à obra de João Batista, cuja pregação recebeu bastante aceitação. “Saíam a ter com ele toda a província da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém; e, confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão” (Marcos 1:5). Até os fariseus e saduceus vieram a ele, embora ele os repreendesse (Mateus 3:7). Mas o arrependimento foi de pouca dura e quando Jesus veio a eles haviam retornado aos seus velhos hábitos, rejeitando tanto a ele como o seu ensinamento, eles crucificaram-no. Assim o ultimo estado de Israel ficou pior que no princípio. Mas, qualquer que seja a interpretação correta para a parábola, o ponto a ser sublinhado é que nesta parábola Jesus falou da nação de Israel como se fosse um endemoninhado.

Os milagres

Assim como as parábolas eram as palavras de Deus pronunciadas por Seu filho, assim também os milagres de Jesus eram a obra de Deus. Por isso ele disse, “As obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou” (João 5:36). Assim como as palavras as obras tinham propósito e eram apropriadas às circunstâncias onde foram feitas. Assim a cura do homem com a mão ressequida (Lucas 6:6-10) não foi efetuada simplesmente porque Jesus teve pena do homem, mas para estabelecer o seu ensino sobre o dia do sábado. A maldição sobre a figueira (Mateus 21:19-20) foi na realidade uma parábola em ação na qual Jesus estava passando aos seus discípulos uma mensagem importante sobre a nação de Israel. Israel era a figueira que tinha folhas mas não tinha fruto. Visto que Israel havia falhado em produzir frutos de justiça perante Deus foi amaldiçoada como nação. (Compare com Lucas 13:7-9).

Similarmente os milagres de Jesus que tinham que ver com a expulsão de demônios tinham a intenção de ensinar algo aos discípulos sobre a nação de Israel, pois já vimos a partir da parábola do homem com o espírito imundo, que Jesus queria que eles vissem essa “geração perversa” como um endemoninhado.

Quão apropriado era isso. Deus havia predito através de Moisés que Israel O abandonaria e se viraria para os “demônios, não a Deus; os deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco…” (Deuteronômio 32:17). Esta era precisamente a situação no tempo de Jesus. Eles haviam-se desviado para seguirem superstições vãs do mundo gentio e abraçaram as ideias e formas de culto que estavam em oposição à verdade de Deus(Por exemplo sob a entrada “Belzebu, deus da mosca” a concordância de Young afirma, “Uma deidade pagã à qual os Judeus subscreviam a supremacia entre os espíritos maus” – que é claro, confirmado por Mateus 12:24). As ideias pagãs dos gentios haviam entrado no corpo político de Israel – Israel havia ficado possuído pelos demônios pagãos. Assim a nação, com razão, era representada por um louco ou epilético que segundo as superstições desse tempo eram enfermidades causadas por possessão demoníaca. Isto está na base do ensino de Jesus sobre endemoninhados. Em mais lado nenhum pode isso ser claramente visto do que no milagre da cura do endemoninhado geraseno.

O LOUCO DE GERASA (Marcos 5:1-20)

Seria possível escrever um tratado inteiro sobre a forma maravilhosa em que Jesus emprega este milagre para trazer à luz alguns dos ensinamentos proféticos do Antigo Testamento sobre a nação de Israel, mas um ou dois pontos devem chegar.

(1) O homem é claramente louco, pois quando foi curado é dito “em perfeito juízo” (versículo 15). Isto é uma representação apropriada da nação de Israel que, por se haver desviado para seguir os deuses demoníacos, seria acometida de loucura. (Veja Deuteronômio 32:16 e confira com Deuteronômio 28:28).

(2) O homem é apresentado como “o qual vivia nos sepulcros” (versículo 3), o que é remanescente da imagem profética de Isaías do Israel apostata – “povo que de contínuo me irrita abertamente … que mora entre as sepulturas” (Isaías 65:3,4). Isaías depois fala de Israel “come carne de porco” (versículo 4) que era proibido na lei de Deus. A referência à vara de porcos no milagre não é seguramente uma mera coincidência. (O estudante aplicado notará que esta descrição de Israel que “me irrita” é uma referência de Isaías a Deuteronômio 32:16 onde foi profetizado que Israel irritaria Deus com seus demônios.)

(3) O homem, então, é sugerido, representa o Israel apostata contaminado pelo contato com as abominações gentias. Mas é o Israel em um dado tempo na história. O homem havia sido preso no passado mas não mais era possível prendê-lo. Como esse homem Israel no passado havia sido repetidamente restringido. Por exemplo a nação foi levada cativa pelos Babilônios nos tempos do Antigo Testamento e novamente pelos Romanos em 70 d.C. Mas o povo de Israel tem sido preservado e agora está sendo reunido. O Estado de Israel renasceu em 1948 e virá o tempo em que, diz Deus, “Quebrarei o seu (gentios) jugo de sobre o teu pescoço e quebrarei os teus canzis; e nunca mais estrangeiros farão escravo este povo” (Jeremias 30:8). Assim o homem é uma representação apropriada de Israel – o Israel apostate – no tempo da restauração mas logo antes da manifestação de Jesus como Messias em sua segunda vinda.

(4) Jesus aparecerá a Israel e providenciará a essa nação os meios para o perdão e purificação. Quando Jesus confrontou o endemoninhado, este perguntou, “Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?” Ele não estava de todo agradado em ver Jesus. Então, também, pareceria que Israel não ficaria contente em se libertar de seus caminhos e superstições gentias. Mas Deus falou, Israel seria limpo – “eliminarei da terra os nomes dos ídolos, e removerei… o espírito imundo” (Zacarias 13:2). No milagre isso acontece quando os demônios (irreais e logo invisíveis) ficam identificados com os porcos (proibidos pela lei e logo um símbolo visível do pecado de Israel) que se precipitaram do despenhadeiro e pereceram no mar. Assim da forma mais espantosa se viu o purificar futuro de Israel por Jesus do qual falam o profeta quando predisse, “lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miqueias 7:19).

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Às vezes é perguntado, a existência real dos demônios não é provada pela afirmação de Tiago, “os demônios crêem e tremem” (Tiago 2:19)? Tiago sem dúvida está se referindo a tais eventos como esse em Marcos 5 onde claramente o endemoninhado estava com medo de Jesus (veja o relato paralelo registado em Mateus 8:29) a quem ele proclamara “Filho do Deus Altíssimo” (Marcos 5:7). Ele assim tanto acreditou como tremeu. Os seguintes pontos podem ser de ajuda: (a) Na Bíblia é frequentemente empregada a figura de linguagem/estilo onde um nome ou substantivo é usado no lugar de outro. Por exemplo Jó 32:7: “Falem os dias, e a multidão dos anos ensine a sabedoria”. Neste versículo claramente “dias” significa “homens que têm dias”, e “anos” significa “homens que têm anos”. Pela mesma figura, em “os demônios crêem e tremem”, os demônios significa “homens que têm demônios”, (b) Lucas 11:14 diz, “estava Jesus expelindo um demônio que era mudo”. Aqui o demônio é descrito como mudo mas na realidade era o homem que era mundo já que “ao sair o demônio, o mudo passou a falar”, (c) Lucas 4:41 tem escrito, “Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus!”. Novamente, tendo em mente o que que está acima escrito, usando o senso comum a leitura da passagem é que quando os demônios eram expulsos as pessoas declaravam que Jesus era o Filho de Deus.
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(5) O homem, sentado e em perfeito juízo, liberto de suas cadeias e do seu espírito imundo e removido de entre os sepulcros faz nos lembrar da imagem de Isaías da futura glória de Israel. " Desperta, desperta, reveste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupagens formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque não mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode-te do pó, levanta-te e toma assento, ó Jerusalém; solta-te das cadeias de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Isaías 52:1,2). O “perfeito juízo” é também descrito pelo profeta no mesmo capítulo quando ele diz, “o meu povo saberá o meu nome; portanto, naquele dia, saberá que sou eu quem fala: Eis-me aqui.” (versículo 6).

Assim da forma mais espantosa Jesus neste milagre apresenta sob a forma de uma parábola em ação a maravilhosa mensagem do Antigo Testamento sobre o propósito de Deus para com Israel.

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A cura do menino em Mateus 17 tem uma mensagem semelhante. As seguintes “dicas” permitirão ao estudante localizar isso: (a) "meu filho" (versículo 15) confira "Israel é meu filho..." (Êxodo 4:22). (b) " muitas vezes cai no fogo e outras muitas, na água.” Confira “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti." (Isaías 43:2). (c) Israel, filho de Deus, “caiu" sucessivamente perante Assíria, Babilônia, Roma e através de sua história. Mas o fogo e a água não destruiram o povo e a sua derradeira cura pelas mãos do Messias está assegurada. Deus acerca deles diz “de todos os vossos ídolos(demônios) vos purificarei. Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo” (Ezequiel 36:25-26).
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SUMÁRIO
(1) Demônios na Bíblia são deidades pagãs.

(2) A possessão por demônio era um fenômeno que era frequentemente presenciado nos festivais pagãos onde aqueles “endemoninhados” ficavam inconscientes, sofriam convulsões ou entravam num estado de transe. (Este mesmo fenômeno pode ser visto hoje em civilizações primitivas e pode ser facilmente explicado em termos científicos e fisiológicos.)

(3) Epilepsia, variadas formas de enfermidades mentais e mudez, fazem lembrar o chamado estado de “possuído” e eram consideradas pelos contemporâneos de Jesus ser o mesmo fenômeno e daí serem atribuídas a possessão demoníaca.

(4) Jesus se acomodou a este jeito de falar acerca de certas enfermidade e, por parábolas e milagres, representava Israel como um homem possuído.

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Um argumento é ás vezes apresentado para a existência real de demônios, é dito que os “demônios saíam” dos endemoninhados (Marcos 1:42), implicando que eram seres reais. No entanto, isto de jeito nenhum implica a personalidade de demônios pois é também dito, “a febre a deixou” (Marcos 1:31), e a febre não tem existência pessoal. Também é argumentado que Jesus falou com os demônios e que isso prova que eles eram seres pessoais. Mas em Lucas 4:39 Jesus “repreendeu a febre” e em Marcos 4:39 ele “repreendeu o vento e disse ao mar…” Ninguém insistiria que a febre, o vento e o mar tivessem personalidades reais.
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(5) Seus milagres, que eram frequentemente parábolas em ação, desenvolviam esta ideia de forma muito detalhada. Israel era (e é) como um homem possuído por um demônio e o propósito de Deus é que a nação seja curada por Jesus quando retornar para governar sobre eles. Esse será um dia de grandes bênçãos para as nações gentias também, porque o propósito de Deus é que a influência de Jesus se estenda por todo o mundo. Então ideias como a possessão demoníaca serão colocadas de lado, pois, “a ti virão as nações desde os fins da terra e dirão: Nossos pais herdaram só mentiras e coisas vãs, em que não há proveito” (Jeremias 16:19).

Anexo As Deidades Pagãs Têm Existência Pessoal Real?

Correspondência com leitores da primeira edição, especialmente membros da Restoration Fellowship (Irmandade da Restauração), demonstrou a necessidade de uma consideração mais detalhada para esta questão do que poderia ser convenientemente inserido em uma nota de rodapé.

Enquanto aceitando que os demônios no Antigo Testamento (e ocasionalmente no Novo) eram deidades pagãs foi argumentado pelos correspondentes que estes falsos deuses tinham existência real e que são os mesmos espíritos iníquos que eram responsáveis pela possessão demoníaca nos Evangelhos. Surpreendentemente, apesar da declaração enfática do apóstolo em 1 Coríntios 8:4 que “não há senão um só Deus”, o que disse sobre o mundo pagão que “há muitos deuses e muitos senhores” (1 Coríntios 8:5) é tomado como prova de que esse deuses realmente existem. Tais passagens como “Eu sou o SENHOR, e não há outro; além de mim não há Deus” (Isaías 45:5 ) são ditas ensinar somente que Javé é o verdadeiro Deus.
O seguinte é apresentado como mostrando sem qualquer dúvida que as deidades pagãs não têm qualquer existência real:

(a) Aqueles que acreditam que as deidades pagãs tinham existência real mantêm que os deuses que os pagãos adoravam eram representados pelos seus ídolos – os deuses eram os demônios com existência espiritual real. Mas isto não concorda com passagens como: “Lá, servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram.” (Deu 4:28)) “Não fareis deuses de prata ao lado de mim, nem deuses de ouro fareis para vós outros…” etc. (Êxodo 20:23) em conexão com isto temos o bezerro de ouro que Israel fez e que sobre o qual foi dito “são estes, ó Israel, os teus deuses” (Êxodo 32:4). Com grande detalhe o profeta Isaías apresenta a loucura do paganismo. Com parte de uma árvore um homem faz fogo e com o restante da árvore “também faz um deus e se prostra diante dele… e lhe dirige a sua oração, dizendo: Livra-me, porque tu és o meu deus.” (Isaías 44:15,17).

A partir destas passagens fica claro que eram eles quem faziam o deus. Claramente, quaisquer poderes que possuía só poderia existir nas mentes de seus adoradores. Isto está em conformidade com a descrição de Paulo sobre a apostasia em Romanos 1 - “Se tornaram nulos em seus próprios raciocínios… e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis… adorando e servindo a criatura em lugar do Criador” (versículos 21-25) – não há indicação alguma que na realidade eles estavam adorando seres espirituais chamados demônios.

(b) Vez após vez o fato de estes deuses não existirem em um sentido real é proclamado pelas Escrituras: “Porque todos os deuses dos povos são ídolos [Hebraico, ELIL = coisas que não valem nada] ” (1 Crônicas 16:26). “Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses;” (Jeremias 5:7).


Isaías é particularmente enfático: “antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá.” (43:20)- O contexto disto é JAVÉ contra DEUSES PAGÃOS e não tem relevância no propósito de Deus de conduzir “muitos filhos à glória” dos quais Jesus, “Deus forte” de Isaías 9:6, é o primogênito. O tema desta seção de Isaías é que os deuses das nações não têm existência real – e não, como é argumentado pelos membros da Irmandade da Restauração e outros, de que eles existem mas não são o verdadeiro Deus. Assim, “O artífice funde a imagem… o sacerdote idólatra escolhe madeira… busca um artífice perito para assentar uma imagem esculpida...” etc. (40:19-20). Aos deuses assim manufaturados Javé desafia, “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o veremos. Eis que sois menos do que nada, e menos do que nada é o que fazeis; abominação é quem vos escolhe.” (41:23,24). “Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça.” (44:8). “Eu sou Deus, e não há outro.” (45:22).

Claro que, aqueles que adoravam estes deuses pagãos acreditavam na sua existência espiritual real, e o fenômeno de “possessão” que acontecia no seu culto frenético (explicado no texto principal destas notas) dava credibilidade a essa crença. Mas no que diz respeito à Bíblia os deuses não existiam em nenhum sentido, como nos dias de hoje negamos a existência, digamos, de divindades Vudu, apesar dos fenômenos de “possessão” que podem ser observados. Semelhantemente negaríamos a existência da trindade ortodoxa (na realidade importada do paganismo) apesar da chamada “possessão” pela terceira pessoa da trindade que se pode ver em reuniões Pentecostais e outras reuniões “carismáticas”.

O ensino da Bíblia é tão definitivo - os deuses dos pagãos não têm existência real. Uma vez que se admite que em ambos o Antigo e Novo Testamentos deidades pagãs são referidas como demônios, então deve ser concedido que estes demônios, não têm qualquer existência real. Então se torna uma necessidade encontrar uma explicação alternativa para o fenômeno da possessão demoníaca que esta mais ou menos confinada aos Evangelhos sinóticos. Essa explicação é apresentada neste livrinho.





Por John Allfree

Tradução: S. Mestre

"... que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?"

S. Mestre, 17.11.11

"... que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século." (Mateus 24:3)

Problema: As T.J. afirmam que a palavra grega "parousia" significa "presença", daí o retorno de Cristo só será notado por aqueles que o veem com os olhos do discernimento. É dito que isso aconteceu em 1914. E é literalmente afirmado que Jesus nunca colocará um pé na terra.

Solução:

1 - "Parousia" segundo os estudiosos do grego pode significar presença(ver entrada de "parousia" na Analytical Concordance to the Holy Bible de Robert Young), mas isto não implica necessariamente uma presença invisível. Por exemplo, a mesma palavra "parousia" aparece no original em grego de outras passagens como: na chegada de Tito (2 Coríntios 7:6, 7); a chegada de Estéfanas (1 Coríntios 16:17); e a presença de Paulo (Filipenses 1:26) requerem uma presença pessoal destas pessoas. Do mesmo jeito, a "presença pessoal" (Em grego: Parousia) é exatamente o que o registo implica - uma presença literal e visível.

2 - Jesus advertiu contra falsos profetas que ensinariam um "retorno invisível". Jesus disse: "Portanto, se vos disserem: "Ali está ele no deserto!", não vão lá. Ou então: "Está escondido em tal lugar", não acreditem. Pois, tal como o relâmpago alumia o céu de um extremo ao outro, assim será a vinda do Filho do Homem. (Mat 24:26-27 SBP)" . Este versículo é o oposto direto do ponto de vista que afirma que Cristo retornou invisivelmente em 1914 ("escondido em tal lugar"). Nem se pode associar um relâmpago que ilumina todo o céu com um evento que não é visível.

3 - Jesus irá visivelmente e literalmente retornar à terra. Isto se prova através da evidência que se segue:

a) "Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das Oliveiras será fendido pelo meio..." (Zacarias 14:4 ), nessa passagem as T.J tentam espiritualizar o monte mas basta perguntar qual é intenção de espiritualmente dividir o monte em dois e formar uma planície desde Geba até Rimom(Zac. 14:10) para indicar que esta passagem não é figurada. Cristo retornará ao monte de onde ascendeu ao céu (Atos 1:10, 11). Este evento irá cumprir o que foi dito, "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir."(Atos 1:11), as TJ às vezes respondem a isto dizendo que "do modo" se refere ao fato de que só uns poucos viram Jesus ascender ao céu, daí só uns poucos irão testemunhar o seu regresso. Basta sublinhar que "o modo" descrito na passagem não se refere ao número de pessoas presentes , mas sim ao "modo" como Jesus ascendeu - uma nuvem o recebeu e o deixaram de o ver.

b) Os habitantes de Jerusalém e a casa de David "olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito." (Zac. 12:10; confira com 13:6). Como pode isso acontecer a não ser que Cristo retorne pessoalmente à terra? (confira com Apocalipse 1:7 - " Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele.")

4 - "Parousia" não é a única palavra grega usada para descrever o retorno de Cristo:

a) Phaneroo - "quando aparecer o Sumo Pastor (1Pe 5:4 ACF). Esta palavra não somente significa aparecer mas também carrega o significado adicional de que a pessoa será vista em seu verdadeiro caráter. É a mesma palavra usada sobre os crentes quando estiverem presentes perante o tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10), e também é usada para descrever a primeira vinda de Cristo (Hebreus 9:26).

b) Prosopon - " banidos da face do Senhor" (2Tess. 1:9). Esta palavra indica a presença atual de alguém que está vindo e que todos estarão perante a sua face. A mesma palavra é usada para descrever a presença de Cristo perante o Seu Pai no céu (Heb. 9:24).

c) Heko - "Conservai o que tendes, até que eu venha", (Apo. 2:25). Esta palavra significa não somente vinda, mas sublinha a chegada também. A mesma palavra é usada na chegada de Jesus à Galileia vindo da Judeia (João 4:47), e para a chegada do filho pródigo a casa (Lucas 15:27).

(Palavras gregas conferidas na Analytical Concordance to the Holy Bible, Londres, Lutterworth Press, 1965).

Assim podemos ver que o retorno de Cristo tem que ser pessoal e visível.

Tradução: S. Mestre

O Verdadeiro Sábado

S. Mestre, 09.03.11

O Verdadeiro Sábado

 

Quando a nação de Israel se reuniu em frente ao Monte Sinai na sua viagem até à Terra Prometida, ouviram a voz de um anjo de Deus dando-lhes uma série de leis destinadas a regular a sua vida e o desenvolvimento nacional. Entre a lista de instruções havia orientações sobre as ocupações semanais das famílias. Havia de haver um equilíbrio entre atividade e repouso, entre o trabalho e o culto. A nação recém-formada tinha de entender os benefícios de cooperar com Deus nas circunstâncias materiais da vida, bem como na observância religiosa por Ele exigida. Estas foram codificadas num resumo das leis de Deus conhecido como Os Dez Mandamentos, listados em Êxodo 20.

 

O quarto destes dez mandamentos especificava que um dia em cada sete fosse devotado exclusivamente a Deus: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; por isso o Senhor abençoou o dia do sábado, e o santificou.” (versículos 8 - 11)

 

A palavra “sábado” significa “descanso.” Foi ordenado ao povo que de abstivesse do seu trabalho quotidiano nesse dia, e que devotasse o tempo em fazer a vontade de Deus e observando os Seus requerimentos rigorosos. Não tinham permissão de “apanhar lenha” (trabalho manual; compare Números 15:32), cozinhar, nem viajar grandes distâncias. A morte por apedrejamento era a pena para quem quebrasse alguma das muitas restrições do sábado. (Números 15:32 -36).

 

No entanto, apesar da sua importância sob a Lei Moisaica de Israel, a observância do sétimo dia não tem reivindicação sobre o Cristão – não obstante as exigências de alguns corpos religiosos sobre o contrário.

 

Embora Israel tivesse recebido instruções especificas concernentes à guarda do sábado, essas leis não se encontram em lugar nenhum no Novo Testamento. Todavia, embora não seja requerido do crente observar o sétimo dia (sábado) da maneira que foi exigido a Israel, ele deve reconhecer o seu ensinamento na sua vida diária, que fará com ele “descanse” (sábado) das “obras” do pecado, e devote a sua vida fazendo a vontade de Deus. E isto não fica limitado a um dia em sete, mas todos os dias da semana. De fato, o verdadeiro crente aplicará o significado espiritual do sábado de uma maneira mais completa do que foi visto no geral na maneira como Israel o fazia.

 

A Diferença nas Duas Grandes Aliança de Deus com a Humanidade

A lei dada por Moisés não mais era ativamente aplicável depois da nação de Israel rejeitar o Redentor que Deus enviou para salvá-los. De fato, a aliança de Moisés, incluindo a obersvância formal e literal do sétimo dia, foi cumprida no sacrifício de Cristo, e a partir daí não mais era necessária como lei para cumprimento individual. Foi substituída por uma aliança maior que já tinha sido apresentada à humanidade. Existe uma razão especial porque isto foi assim.

 

A aliança Moisaica era a aliança menor de duas grandes alianças que Deus tinha feito com o homem. Foi feita com a nação de Israel, e ratificada com o sangue dos sacrifícios de animais. A outra foi feita antes com Abraão (Génesis 12:1-3; 15:5, 18, 21), mas tratada como superior, porque foi confirmada pelo sacrifício de Cristo (Gálatas 3:8; Romanos 15:8).

 

A aliança Moisaica legislava a vida dos Israelitas, mas porque a natureza humana é essencialmente má, todos ficaram aquém dos seus requerimentos. E assim demonstraram que todos eram pecadores, e estavam assim condenados à morte. A Lei ensinava que uma pessoa tinha que olhar para além da Lei para a redenção - a vida eterna que só poderia vir através da graça e misericórdia de Deus (Romanos 7:13). Os Israelitas fieis esperavam o advento de um Redentor prometido por Deus e somente através do qual poderia vir a salvação. Por essa razão, a Lei é comparada a um aio levando a nação até Cristo (Gálatas 3:24). Paulo ensinou que ela foi “acrescentada[ou seja, às leis que Deus tinha dado anteriormente à humanidade] por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem a promessa tinha sido feita” (versículo 19).

 

O descendente era o Senhor Jesus Cristo, que cumpriu o requerimentos da Lei pela sua obediência perfeita e sacrifício; assim removendo a sua maldição e provendo o perdão para o pecado que, em contraste, a Lei só enfatizava e ilustrava.

 

Porquê então servir a Lei? Porquê observar o Sábado?

Algumas organizações (entre as quais estais os Adevntistas do Sétimo Dia, e a “Verdade Plena Igreja Mundial de Deus(Comunhão da Graça Mundial)) admitem que a aliança feita com Moisés foi removida. Não poderiam fazer outra coisa porque essa verdade é claramente ensinada nas Escrituras (Hebreus 8:13). Mas eles afirmam que a aliança removida não inclui os Dez Mandamentos, e porque o quarto mandamento se refere a guardar o sábado, eles concluem que os Cristãos devem guardá-lo. Eles sugerem que guardar o Sábado é essencial para a salvação.

Mostraremos que isto está errado; que os Dez Mandamentos formavam o próprio fundamento da Aliança Moisaica, e foram cumpridos em Cristo. Embora nove tenham sido reafirmados no Novo Testamento, a lei relacionada como o sábado foi excluída.

 

Os Dez Mandamentos Faziam Parte da Aliança Moisaica

Os Dez mandamentos estavam gravados em duas tábuas de pedra que foram colocadas na arca da Aliança, no Tabernáculo no qual o povo de Israel adorava. Ao descrever a primeira aliança[ou Moisaica] com as suas ordenanças de serviço divino e seu santuário (Hebreus 9:1), Paulo se referiu aos Dez Mandamentos como “as tábuas da aliança” (v. 4), uma aliança que, no capítulo anterior, ele declarou como “prestes a desaparecer” (Hebreus 8:13).

Se os Dez Mandamentos faziam parte da aliança que foi ab-rogada e “desapareceu”, então, obviamente, a obrigação de observá-los desapareceu a não ser que tenham sido reafirmados - como Cristo fez com nove deles.

 

O ensinamento de Paulo de que a aliança Moisaica incluía os Dez Mandamentos, é apoiado pela própria Lei:

 

Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras, porque, segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel... e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as DEZ PALAVRAS (Êxodo 34:27-28). “Então, vos anunciou ele a sua aliança, que vos prescreveu, OS DEZ MANDAMENTOS, e os escreveu em duas tábuas de pedra.” (Deuteronómio 4:13; 5:13).

 

Ao longo da história de Israel, a mesma identificação da aliança de Moisés com os Dez Mandamentos é preservada. Quando a arca da Aliança foi colocada no Templo construído por Salomão, foi observado:

“Nada havia na arca senão as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o SENHOR fez aliança com os filhos de Israel, ao saírem da terra do Egito.” (1 Reis 8:9) Essas duas tábuas de pedra, gravadas com os Dez Mandamentos, eram identificadas com a aliança Moisaica que Paulo ensina que desapareceu através de Cristo. No versículo 21 Salomão diz: “E nela[Casa de Deus] constituí um lugar para a arca, em que estão as tábuas da aliança que o SENHOR fez com nossos pais, quando os tirou da terra do Egito.” Não havia nada mais na arca senão as duas tábuas de pedra gravadas com os Dez Mandamentos que são a base essencial de toda a aliança para Israel através de Moisés. A evidência não pode ser refutada, já que os Dez Mandamentos formavam parte da aliança Moisaica, não mais seriam vinculativos quando essa aliança desaparecesse.

 

Removida a Lei de Moisés

 

A Bíblia revela ainda que a aliança Moisaica não era mais que uma ordenação temporária que foi removida no início da era Cristã. Em Hebreus 8:7-10, Paulo ensinou que a aliança feita com os filhos de Israel quando saíram do Egito seria substituída por uma nova e melhor aliança através de Cristo (Hebreus 8:7-10). Ele disse: “Quando ele diz Nova, torna antiquada a primeira. Ora, aquilo que se torna antiquado e envelhecido está prestes a desaparecer. (Hebreus 8:13).

 

No próximo capítulo, ele ensinou que esta aliança que estava prestes a “desaparecer”, incorporava as “tábuas da aliança,” ou os Dez Mandamentos (Hebreus 9:4).

 

Isso significa que todas as leis dos Dez Mandamentos estão desatualizadas, e que podemos desonrar Deus, ou matar e roubar impunes? De jeito nenhum. Nove dos mandamentos foram reafirmados nos mandamentos de Cristo, pois eles proclamam verdades eternas; mas o quarto mandamento, relativo ao sétimo dia, nunca foi reafirmado pelo Senhor nem pelos Apóstolos. Não existe um único mandamento no Novo Testamento requerendo que os crentes observem o sétimo dia(Sábado), mas existe muito que mostra o contrário.

 

Por outro lado, Os Adventistas do Sétimo Dia discriminam entre a “lei de Moisés” e a “lei de Deus,” afirmando que a primeira (escrita em livro) compreendia as ordenanças cerimoniais da Lei, e a última(inscrita em pedra) se referia aos requerimentos morais – e que a primeira foi abolida, mas a última não!

 

A Bíblia não apoia esta afirmação. Primeiro, “o livro” a que eles fazem referência continha muito mais do que leis cerimoniais, incluía toda a lei como registada nos primeiros livros da Bíblia; e em segundo lugar, a Bíblia usa os termos “lei de Moisés” e “lei de Deus” alternadamente(2 Crónicas 31:3; Números 31:31; Josué 23:6).

Para mais, como é possível excluir os Dez Mandamentos da aliança que Paulo ensinou que tinha sido removida, vendo que eles estão completamente identificados com ela por todas as Escrituras? Não as descreve Paulo como “tábuas da aliança” (Hebreus 9:4)? Em 2 Coríntios 3:7, não se refere ele à aliança como “ministério da morte, gravado com letras em pedras”?

Estas palavras mostram, sem sobra de dúvida, de que os Dez Mandamentos formavam parte da aliança que foi removida em Cristo; de outra jeito não seriam identificados com o “ministério da morte.”

Como poderiam os Dez Mandamentos ser usados nessa relação já que ensinam verdades eternas? A resposta é, porque eles formavam a base da Aliança Moisaica. As verdades individuais, nove dos mandamentos foram reafirmados por Cristo e os Apóstolos, embora não na mesma forma como foram apresentados a Israel. Na Aliança Moisaica, eles foram acompanhados pelas palavras: “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo.”(Deuteronómio 27:26; Gálatas 3:10). A Lei Moisaica não povidenciava qualquer esperança de vida eterna, pois os seus preceitos eram continuamente quebrados pelo povo, que assim ficou sob a sua maldição.

Em Cristo, no entanto, há provisão para o perdão de pecados. A “lei de Cristo” (1 Coríntios 9:21) reafirma nove desses mandamentos e provê um novo significado para o mandamento restante(a lei do sábado). Em contraste com o “ministério da morte”, a lei de Cristo é a “lei perfeita da liberdade” (Tiago 2:8-12; 1:25), porque ela libera o verdadeiro crente do cativeiro do pecado pelo perdão, e oferece a esperança de vida.

 

Quando Teve Início a Lei do Sábado?

 

Alguns afirmam que a lei do Sábado era conhecida e obedecida por todos aqueles que viveram antes do Dilúvio, desde o início da criação; e, assim, não está limitada à Aliança Moisaica. Mas mesmo que isto fosse verdade, não quer dizer que tivesse vinculo hoje em dia, pois os sacrifícios foram instituído no início (Génesis 4), e no entanto foram ultrapassados; a lei da circuncisão física foi dada por Deus a Abraão (Génesis 17:10-11), mas também foi ultrapassada em Cristo.

É verdade que o tempo foi dividido em semanas de sete dias desde o princípio, mas a Lei do Sábado como tal, estabelecendo o sétimo dia como santo, para ser observado de uma maneira especial, não foi registado senão depois de Israel sair do Egito. É verdade que Génesis 2:3 declara: “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.” Mas não existe qualquer mandamento nessas palavras para guardar o dia como mais tarde foi dito a Israel. Foi escrito por Moisés para o povo de Israel para explicar-lhes porque mais tarde foi-lhes requerido guardar o dia. Deus declarou a Israel: “Entre mim e os FILHOS DE ISRAEL é sinal(a lei do Sábado) para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento” (Êxodo 31:17).

 

Nada é revelado sobre a lei do sábado até ao tempo de Moisés. Não foi senão quando o povo estava para sair do Egito que o calendário Judaico foi estabelecido. Deus disse a Moisés que a saída do Egito marcaria “o primeiro mês do ano” (Êxodo 12:2). Somente mais tarde, Moisés foi instruído na lei do sábado, e passou a informação ao povo: “Isto é o que disse o SENHOR: Amanhã é repouso, o santo sábado do SENHOR” (Êxodo 16:23).

Se a lei do sábado era conhecida por todos desde o princípio da criação, como é alegado, porque houve necessidade de explicá-la como Moisés fez?

Alguns sugerem que o povo havia esquecido tudo sobre a lei enquanto esteve no Egito. Mas se existia uma lei fundamental como alegado, porque não foi ensinada ao povo antes de sair do Egito? Porque Moisés estava ignorante relativamente a isso? Porque foi permitido que passasse algum tempo depois da nação sair do Egito antes de ser explicada ao povo no Sinai (veja Êxodo 16:1, 23), para que, até então, não guardassem o sábado?

 

Fica claro a partir destes fatos, que a lei do sábado foi dada então pela primeira vez como uma ordenação para ser observada pelos Israelitas.

Assim disse Moisés ao povo: “O SENHOR vos deu[não a toda a humanidade] o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias” (Êxodo 16:29 – 30). Também: “O teu santo sábado lhes fizeste conhecer[a Israel]... por intermédio de Moisés, teu servo” (Neemias 9:14). E, indicativo da ingnorância geral que tinham sobre a lei: “Estando, pois, os filhos de Israel no deserto, acharam um homem apanhando lenha no dia de sábado... o trouxeram a Moisés... Meteram-no em guarda, porquanto ainda não estava declarado o que se lhe devia fazer.” (Números 15:21 – 36). Até Moisés a princípio estava ignorante das implicações do dia de sábado, e o que envolvia a sua guarda. Considere estes fatos significantes:

 

  1. Durante os 2500 anos desde a criação até Moisés, antes de Israel ser chamado para fora do Egito como uma nação separada para Deus, não há referência ao sábado(exceto Génesis 2:2 que já explicamos).

  2. Uma vez formada a nação, o sábado foi estabelecido como ordenação, e como um sinal entre Deus e Israel. As nações gentias nunca estiveram sujeitas a esta lei.

  3. Depois da ressurreição de Cristo, quando a nação Judaica foi exilada e o Evangelho foi pregado aos Gentios, a guarda formal do sábado cessou.

Porque haveria de cessar? Porque o sábado era um símbolo do “descanso” que Israel não alcançou (Hebreus 4:6), mas que Cristo pode prover (Hebreus 4:3; Mateus 11:28-30). Este “descanso” é um descanso das obras da carne através do perdão de pecados que está acessível para todos através dele. O sábado assim fazia parte da lei constituída para enfatizar a realidade do pecado, e revelar a Israel a necessidade de um Redentor que ainda não tinha aparecido para a nação.

 

O Significado do Sábado

 

A Aliança Moisaica exigia que a cada sétimo dia, os Israelitas descansassem do seu trabalho quotidiano e devotassem o tempo a Deus. Não deviam fazer os trabalhos do dia a dia. Um verdadeiro Israelita, no entanto, não limitava o seu serviço às coisas divinas somente nesse dia, pois era o “seu prazer” estar continuamente prestando culto a Deus (Salmo 1:2). Ele não somente observava o ritual da lei, mas também o seu espírito, esforçando-se para descansar das obras da carne e fazer a vontade de Deus. Mas não havia verdadeiro descanso(sábado) para ele até que aparecesse aquele que carregaria com os pecados; em vez disso, existia um relembrar constante dos pecados que a oferta subsequente de Cristo cobriu (Hebreus 9:15). O descando de sábado apresentava ao crente um ideal que nunca alcançava na totalidade.

Deus declarou: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do SENHOR, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no SENHOR. Eu te farei cavalgar sobre os altos da terra” (Isaías 58:13 – 14).

A verdadeira guarda do sábado, então, requeria não somente um descanso do trabalho, mas uma dedicação positiva do tempo em fazer o prazer de deus, encontrar deleite em Seus caminhos, honrando-o por palavra e ação.

Com que frequência deve um verdadeiro crente empenhar-se nisso?

Obviamente todos os dias! Não só um em sete.

Mas porque os Israelitas completamente falharam em fazer isto, e aquele que haveria de carregar com os pecado não havia aparecido, havia um relembrar constante da necessidade de descansar das obras do pecado que o sábado semanal enfatizava.

Em Cristo, todas as sombras da Lei se tornaram realidades. Ele deu susbstância espiritual ao seu formalismo. Em vez de sacrifícios de animais, ele se apresentou a si mesmo como “Cordeiro de Deus” oferecido pelo pecado do mundo. Em vez da circuncisão literal, ele colocou perante os homens uma circuncisão “do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.”(Romanos 2:28 – 29). Em vez do descanso do sábado ele provê um verdadeiro descanso das obras da carne usufruindo dos princípios Divinos como caminho da vida diário, e providenciando uma coberta efetiva para o pecado.

 

Cristo convida-nos para o verdadeiro descanso sabático, e não um dia em sete, mas todos os dias, quando ele diz: “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso.” A palavra original em Grego traduzida “descanso” é anapausis, e é constantemente usada na Septuaginta(Antigo Testamento em Grego) para o descanso sabático. Jesus condenou o formalismo vazio e sem significado dos líderes dos Judeus, com insistência deles sobre o descanso do sétimo dia sem uma apreciação pelo seu significado espiritual. Ele deliberadamente enfatizou isso aos Judeus, permitindo aos seus discípulos fazerem o que era considerado não ser “lícito fazer em dia de sábado” (Mateus 12:1 – 2). Ele fez isso porque ele era “Senhor do sábado”, e assim tinha poder para mudar a lei que o regia.

Somente em Cristo se encontra o verdadeiro descanso sabático.

A lição do sábado, então, tem lugar na vida do crente, mas não como uma observância do sétimo dia. Nem o sétimo nem o primeiro dia foram escolhidos por Cristo para esse propósito, mas sim todos os dias. Paulo ensinou: “Libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Romanos 7:6).

 

Alguns Estavam Isentos da Lei do Sábado

 

Ao permitir que os seus discípulos fizessem aquilo que não era “lícito fazer em dia de sábado”, o Senhor não estava desafiando a Lei, pois ela supria um antecedente para tal ação.

Mesmo durante o período da Aliança Mosaica, havia alguns em Israel que estavam isentos da lei do sábado, não lhes era requerido colocar de lado um dia em cada sete como dia de descanso. Este fato demonstra que em certas circunstâncias, a LEI DO SÁBADO NÃO ERA IMPOSTA!

 

Aqueles isentos das restrições do sábado eram os sacerdotes envolvidos no serviço do Templo. Jesus levou à atenção dos Fariseus o fato: “Não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mateus 12:5).

 

O sábado em vez de ser um dia de descanso para os sacerdotes, na verdade o trabalho deles era dobrado (Números 28:4, 9 – 10). Para ele, o dias não era mais santo do que qualquer outro dia, por suas vidas inteiras eram devitis ao serviço do Senhor. Assim eles “profanavam o sábado”: eles não o guardavam como santo, separado, dia sem trabalho, e no entanto eram contados como “sem culpa,” porque o seu serviço era um sábado todos os dias, e por isso todos os dias, para eles, eram “santos” para o Senhor.

 

Esta é a posição adotada pelos verdadeiros seguidores de Cristo. Ele são contados como sacerdotes, pois Pedro escreveu: “Vós sois sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). A vida deles é uma peregrinação diária em direção ao Reino de Deus, nisso eles tentam glorificar Deus em ação, até mesmo nas tarefas menos importantes da vida (veja Efésios 5:22; 6:1 – 5). Como eles são chamados para manifestar o espírito da lei do sábado cada dia, nenhum dia para eles é mais santo do que outro, assim “profanam o sábado” mas “sem culpa,” porque eles não estão realmente sobre a lei.

Cristo avançou este fato para explicar a ação dos seus discípulos. Ele deseja que os seus seguidores manifestem a atitude dos sacerdotes no templo que “proganavam o sábado”, dando a Deus um serviço diário, e não colocando ênfase em dias particulares ou especiais (Colossenses 2:16, 17).

Esta é a posição adotada pelos Cristadelfianos.

 

A Lei da Circuncisão superior à Lei do Sábado

 

Em outra ocasião, o Senhor condenou o formalismo dos Judeus em relação ao sábado ao levá-los à atenção para outra lei que tinha precedência sobre o sábado e que tinham sido mandados obedecer mesmo que requeresse quebrar o sábado.

 

Esta lei superior se relacionava com o rito da circuncisão.

 

A Lei de Moisés requeria que no oitavo dia os meninos Judeus fossem circuncidados. Mas às vezes o oitavo dia da vida de um menino caía num sábado. A questão então foi levantada, que lei era superior, e que lei seria quebrada para cumprir a outra. Deveria-se deixar de lado a circuncisão e observar o sábado? Ou deveria-se quebrar o sábado e cumprir o rito da circuncisão?

A Lei ensinava que se deveria dar precedência ao rito da circuncisão porque (o leitor tome nota disto se ele crê que a lei do sábado estava em vigor antes dos dias de Moisés) a circuncisão veio de Arbraão, e o sábado de Moisés. Cristo explicou: “Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas[ou seja Abraão] ), no sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra mim, pelo fato de eu ter curado, num sábado, ao todo, um homem?”(João 7:22-23).

Se a lei da circuncisão tinha precedência sobre a lei do sábado, com que base podem alguns ensinam que a lei do sábado é vinculativa para os crentes, mas a lei da circuncisão não o é? Somente por fecharem os seus olhos para os fatos das escrituras.

Porque teria precedência a lei da circuncisão sobre o sábado? Porque a circuncisão era o símbolo da aliança Abraâmica (Génesis 17:10-11) que foi confirmada pelo sacrifício perfeito de Cristo (Romanos 15:8); enquanto que o sábado era um símbolo da aliança Moisaica (Êxodo 31:17), confirmada pelos ineficazes sacrifícios animais (Hebreus 9:19). Assim como a aliança Abraâmica superava a aliança Moisaica (Hebreus 8:8), a Lei belamente ensinou este princípio ao dar supremacia a uma sobre a outra.

 

A Profecia em Tipo e Ritual

 

O Novo Testamento mostra que a circuncisão ainda tem lugar na vida do crente através das lições espirituais que representa. Enquanto que este rito não é mais obrigatório (Gálatas 5:11), o seu significado espiritual é certamente mantido (Romanos 2:28-29). Enquanto que o sábado foi era celebrado no sétimo dia da semana, o rito da circuncisão era praticado no oitavo dia da vida de um menino. Existe um significado para isto, pois profeticamente nas Escrituras, um dia pode representar “mil anos” (2 Pedro 3:8).

O Sábado indica o sétimo milénio (cada um de mil anos) desde a criação, que testemunhará um temo de descanso nacional para o pecado e mal através do reino justo do Senhor Jesus Cristo (Jeremias 3:17; Salmo 72). Então, o mundo se virará para Deus (Isaías 2:2-4), e Jerusalém se tornará o centro de culto (Zacarias 14:16).

O Senhor será ajudado nesse dia pelos seus seguidores ressuscitados e imortalizados (Romanos 2:7; Mateus 19:29; 1 Coríntios 15:23, 51-56), que, como sacerdócio real, reinarão com Cristo na terra (Apocalipse 5:9-10). Este grandioso sábado de mil anos, testemunhará guias e governadores imortais, reinando sobre as populações mortais da terra, julgando e rejeitando pecadores (Isaías 65:17-25), e trazendo a humanidade em sujeição a Deus. Paz universal e justiça (descanso do pecado) se seguirá, pois os homens deixarão os seus prórpios caminhos e se “deleitarão” no Senhor (Miqueias 4:1-4; Salmo 37:11).

 

Este descanso milenar, que o descanso do sábado era uma sombra, será seguido pelo oitavo milénio do qual a circuncisão era um tipo. Antes de ser inaugurado, “O último inimigo a ser destruído é a morte”, e Deus será revelado “tudo em todos” (1 Coríntios 15:24-28). Todo os que foram rebeldes durante o reino de mil anos de Cristo serão “cortados fora” na morte, enquanto que a imortalidade será concedida àqueles que provaram ser dignos dela (Apocalipse 20:5-6, 12-15). A morte será bolida da terra, e assim o oitavo milénio ilustra e cumpre aquilo que era apontado pela circuncisão(o símbolo da aliança Abraâmica): o cortar da carne mortal da terra, e a revelação completa do propósito de Deus na criação, pois a glória do Senhor cobrirá a terra assim como as àguas do mar (Números 14:21).

 

Como o Sábado Deve ser Observado nos Dias de Hoje

 

O sábado, hoje, é tão vinculativo para os crentes como é a lei da circuncisão. Mas somente na sua aplicação simbólica como ensidado pelos apóstolos. Paulo escreveu sobre a circuncisão como sendo “do coração, no espírito, não segundo a letra” (Romanos 2:28-29). Ele explicou que a “circuncisão espiritual” não é “da carne”, comentando: “Nele[Jesus], também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo[sua crucificação), tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé...” (Colossenses 2:11-12).

 

O ritual literal da circuncisão cortava uma porção de carne; a circuncisão espiritual faz o mesmo mas num sentido figurado (Colossenses 3:8-11). Uma pessoa circuncidada espiritualmente, nega-se a si mesmo, para que possa seguir Cristo. O primeiro ato de obediência que Cristo requer de tais, é o batismo em seu nome, baseado em conhecimento são (Marcos 16:16) – pois, pela imersão total em água o crente é simbolicamente “cortado” da vida em uma morte figurada.

A circuncisão deve ser realizada em sentido espiritual, que dizer do sábado? A Bíblia diz: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo[a realidade] é de Cristo” (Colossenses 2:16-17).

O sábado é apresentado com sombra de algo que seria revelado em Cristo como explica Hebreus 4:4, “Resta um repouso[Sábado] para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas. Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele DESCANSO, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência.” (Hebreus 4:9-11).

Um verdadeiro seguidor do Senhor observa o sábado de maneira figurativa quando diariamente se esforça em cessar as suas próprias obras carnais, e segue o exemplo de Cristo. Paulo exortou a tais “Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso”, pois é o único de importância real aos olhos de Deus e Cristo.

 

Essa é a forma em que o sábado deve ser observado hoje. E deve ser observado, não um dia em sete, mas cada dia de nossas vidas.

Como os sacerdotes no templo que não estavam vinculados pela lei do sábado, mas observavam os seus princípios todos os dias, assim a vida dos crentes deve ser uma peregrinação diária em direção ao Reino de Deus. Todos os dias serão assim feitos santos para Ele.

 

O Perigo do Sabatismo

A primeira heresia introduzida nas comunidades da primitiva igreja Cristã era uma tentativa de sobre-impor a lei Judaica sobre os ensinamentos de Cristo. Aqueles heréticos afirmavam “é necessário.... que observem a lei de Moisés” (Atos 15:5). Este ensinamento foi vigorosamente refutado pelos Apóstolos que ensinavam os crentes gentios: “Visto sabermos que alguns [que saíram] de entre nós, sem nenhuma autorização, vos têm perturbado com palavras, transtornando a vossa alma” (Atos 15_24).

Ao mesmo tempo, os Apóstolos recomendaram que haviam certos aspectos da Lei que os gentios eram aconselhados a cumprir(veja v. 24 – 29), mas é significativo que a guarda do sétimo dia não está entre essas coisas.

Mas porque não foi isso incluído nas recomendações dos Apóstolos nesta ocasião? Porque a Lei foi cumprida em Cristo, e a instituição do sábado é exclusivamente uma característica da Lei (Gálatas 4:9-10). De fato, Paulo condenou a imposição do sabatismo: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.” (Romanos 14:5).

 

Paulo mostrou que observar um dia em vez de outro era assunto de pouca coisa. Os Cristãos Judeus, sem dúvida, gostariam de continuar a observar o sábado como um dia de descanso; e não havia qualquer mal nisso, desde que não tentassem impor as mesmas restrições sobre os seus irmãos gentios, ou que essa observância do sétimo dia lhes permitisse evitar as reuniões regulares estabelecidas pelos Apóstolos (Atos 2:41-42).

 

Parece que alguns dos Cristãos Judeus faziam isso – elevar o sábado acima da reunião instituída por Cristo. Isso, pode ter levado Paulo a escrever a reprimenda aos Hebreus: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns” (Hebreus 10:25).

 

Ele admoestou-os que não deviam dar mais importância a certos dias, como o sábado: “Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós tenha eu trabalhado em vão para convosco.” (Gálatas 4:10-11).

 

O Novo Testamento não sublinha a importância nem do sétimo nem do primeiro dia como tendo significado especial, mas enfatiza que todos os dias devem ser usados como uma oportunidade para servir e adorar Deus.

 

Os Apóstolos Se Reuniam No Primeiro Dia

Mas embora o Novo Testamento não exija que o sábado ou domingo sejam elevados como dia santo, como a Lei fazia antes, as comunidades primitivas de crentes se reuniam regularmente paracomunhão religiosa no primeiro dia da semana, e não no sétimo. Assim: “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão...” (Atos 20:7). “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for.” (1 Coríntios 16:2).

 

Se os Apóstolos se reuniam para comunhão no primeiro dia da semana, o que faziam eles no sétimo dia? Ele iam para as sinagogas ondes os Judeus se reuniam, para proclamarem a eles a doutrina do Cristo ressurrecto. Paulo fez isso em Antioquia (Atos 13:14, 44), Corínto (Atos 18:4), e em Éfeso regularmente por três meses (Atos 19:8). Em Tessalónica “Paulo, segundo o seu costume, foi procurá-los[aos Judeus na Sinagoga, v. 1] e, por três sábados, arrazoou com eles acerca das Escrituras” (Atos 17:2).

Os Apóstolos usavam o sábado Judaico como uma oportunidade para arrazoarem com os Judeus, e se reuniam com os crentes no primeiro dia da semana. Na verdade, os registos históricos mostram que sempre foi o hábito dos Cristãos se reunirem no primeiro dia da semana; e esta prática data desde o tempo dos Apóstolos como já mostramos desde o registo de Atos.

Eis aqui extratos confimativos dos primeiros escritores eclesiásticos: Eusébio (cerca de 324 d.C) escreveu: “Não observamos a circuncisão nem o sábado, porque tais coisas como estas não pertencem aos Cristãos”. Anatólio (270 d.C.) disse: “A obrigação da ressurreição do Senhor nos constrange a manter o festival pascal no dia do Senhor” (o primeiro dia quando ele ressuscitou dos mortos). Justino Mártir (140 d.C.) afirmou: “Domingo é o dia no qual temos a nossa assembleia; já que é o primeiro dia em que Deus fez o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, se levantou dos mortos nesse dia.” Ele descreve o culto Cristão assim: “No dia chamado Domingo há uma reunião no mesmo lugar para todos os que vivem na cidade ou campo, e o memorando dos apóstolos, ou escritos dos profetas, são lidos pelo tempo necessário. Depois de o leitor terminar, o presidente se levante e apresenta orações. Então são tomados o pão e o vinho.” Inácio (cerca de 100 d.C.), discípulo de João escreveu: “Aqueles que estavam preocupados com coisas do passado, vieram à novidade da confiança, não mais guardando sábados, mas vivendo segundo o dia do Senhor, no qual a nossa vida depende como ressurretos por ele.”

 

Estas afirmações dos registos da história eclesiástica demonstram que os primeiros crentes não observavam o sábado como alegado, e para mais revelam que a afirmação, tão confiantemente avançada pelos Adventistas do Sétimo Dia e outros, que o hábito de ter reuniões religiosas no Domingo se deve a um decreto de Constantino no 4 século, está bastante incorreto. Constantino meramente confirmou por uma lei específica o que tinha sido prática dos verdadeiros discípulos de Cristo nos dias Apostólicos.

 

Deus Altera As Suas Leis?

Uma falácia comum é a afirmação de que Deus não muda as Suas Leis, e já que a lei do sábado foi estabelecida por Deus, então ainda está em vigor. Mas, de fato, Deus mudou muitas leis no passado. Ele decretou a lei da circuncisão física. Ele estabeleceu o princípio dos sacrifícios de animais. Ele ordenou que todos os Israelitas adorassem em Jerusalém (Deuteronómio 12:5-7).

Essas leis foram mudadas, e dadas um novo significado em Cristo. E assim, também, com a lei do sábado. A Lei de Moisés era para ser um aio levando os homens até Cristo (Gálatas 3:24). Quando Cristo veio, se deu uma alteração na lei, fazendo com que Paulo proclamasse que “Foi adicionada[a Lei] por causa das transgressões, ATÉ que viesse o descendente a quem se fez a promessa” (v. 19).

Ilustrando a realidade do pecado, a Lei trouxe todos os homem para baixo da sua maldição, porque todos eram culpados de transgressão. Assim ela revelou a necessidade da graça e perdão divinos; nas ela própria não podia prover isso. Isto foi revelado em Cristo, que, através do perdão de pecados, pode salvar a humanidade da maldição da Lei (Gálatas 3:13), e trazê-lo para a sua gloriosa “lei da liberdade” (1 Coríntios 9:21, Tiago 1:25).

Os requerimentos de Cristo são: Primeiro, um entendimento correto do Evangelho; Segundo, obediência ao Evanhelho através das águas do batismo; e, Terceiro, manifestar o caminho de vida correto em obediência aos seus mandamentos (Mateus 28:19-20).

Aqueles que cumprirem essas obrigações estarão “guardando o sábado” no seu significado verdadeiro e espiritual dia a dia, e não necessitarão um dia em sete para relembrá-los das suas responsabilidades. Eles virão a entender o significado da afirmação de Paulo: “a letra mata, mas o espírito vivifica.” (2 Coríntios 3:6).

 

Aqueles que assim fizerem serão capazes de anticipar com confiança o vindouro descanso sabático, quando Cristo reinar na terra e eles serão vestidos de imortalidade, não mais aprisionados à nossa natureza mortal com suas provações e tentações. “ Esforcemo-nos, pois, por entrarNAQUELE descanso” (Hebreus 4:11).

 

O Dia de Descanso Está Próximo

 

O fim dos seis dias milenares desde a criação, está próximo. O sétimo trará o cumprimento de todos os princípio do sábado no descanso que Jesus introduzirá. A Bíblia fala de muitos sinais que indicam a aproximação desse grande dia.

 

(Tradução S. Mestre)

Os Cristadelfianos - Em que acreditam e o que pregam - cap 1 - A Bela Terra

S. Mestre, 03.01.11

A BELA TERRA

Nunca, desde os primórdios da história o homem teve tanto conhecimento como
tem hoje sobre o planeta em que habita. Nunca antes esteve tão profundamente consciente do grande desconhecimento para além dos limites do seu conhecimento atual. Um dos maiores
frutos das suas conquistas é o sentido que ele ganhou da vastidão de todas as coisas grandes e pequenas.


Ao mesmo tempo, há uma crescente percepção da unidade das coisas. Existe um acordo base, uma correspondência entre os princípios que regem o arranjo e organização de todas as coisas. Há relacionamentos, equilíbrio e interdependências que falam mais e mais de um sistema de pensamento por trás de tudo. O mundo é uma unidade.


Além disso, a própria terra dentro do sistema solar faz parte de um vasto conjunto celeste que se estende em incontáveis repetições e variações, tudo sendo regido por leis físicas, tais como são encontradas no nosso minúsculo mundo. Tudo, em todos os lugares revela ordem inteligente e coerência, e um grande poder que é universal e infalivelmente presente.


A Bíblia sozinha coincide com o mundo à nossa volta com uma explicação da origem das coisas que é simples e abrangente:

 

No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Génesis 1:1)

De um Deus veio tudo o que existe. Dia e noite, terra e céu, mar e terra, erva e árvores, peixes e pássaros, animais e insetos, e, por último, mas supremamente, o homem. Deus é a Unidade por trás, por dentro e em torno de tudo. A Sua Palavra é a sabedoria e razão e ordem em todas as coisas. O Seu Espírito é a força pela qual Ele produziu em sabedoria a criação e ainda a sustenta.


Um começo sem Deus significaria um desenvolvimento sem Deus e um final sem Deus, o que quer que isso pudesse ser. Em tal caso o homem não saberia de onde veio, porque está aqui e para onde
está indo. O universo estaria sem piloto e sem propósito. Não haveria nenhuma mente para explicar a complexa unidade de todas as partes do universo e de tudo o que se encontra nele.


O homem seria um prisioneiro em uma gaiola de um poderes não inteligentes maiores do que ele, um cativo que vê em um cosmos cego. Não haveria explicações exatas para o que somos e onde estamos, e inevitavelmente, não existiriam motivos para esperança, mas simplesmente um tatear esperançoso na escuridão nunca com a possibilidade de encontrar uma Mão para segurar. O homem
seria o seu próprio "criador", mas sem poder para governar e determinar o seu destino. Ele seria como um navio à deriva em um vasto oceano, sempre incerto de encontrar terra ou se haveria qualquer terra para encontrar.


Em maravilhoso e lúcido contraste para a insensatez do ateísmo existem as seguintes palavras da Escritura:


Sobre Deus:

 

Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra?” (Jó 38:4)

 

 

Acaso, não sabeis? Porventura, não ouvis? Não vos tem sido anunciado desde o princípio? Ou não atentastes para os fundamentos da terra? Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar;” (Isaías 40:21 - 22)

 

Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento.

(Isaías 40:28)

 

Sobre a terra e as suas maravilhas:

 

Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras.

Fazes crescer a relva para os animais e as plantas, para o serviço do homem, de sorte que da terra tire o seu pão,o vinho, que alegra o coração do homem, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o alimento, que lhe sustém as forças. Que variedade, SENHOR, nas tuas obras! Todas com sabedoria as fizeste; cheia está a terra das tuas riquezas. Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes.” (Salmo 104:13 -15, 24 – 25)



Sobre os céus:



Inclina, Jó, os ouvidos a isto, pára e considera as maravilhas de Deus. Porventura, sabes tu como Deus as opera e como faz resplandecer o relâmpago da sua nuvem? Tens tu notícia do equilíbrio das nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito em conhecimento?” (Jó 37:14 – 16)



Ou poderás tu atar as cadeias do Sete-estrelo ou soltar os laços do Órion? Ou fazer aparecer os signos do Zodíaco ou guiar a Ursa com seus filhos?” (Jó 38:31 – 32)



Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.” (Génesis 1:14 – 16)



Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.” (Salmo 19:1)



O Sumário Divino:



O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós; pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.” (Atos 17:24 - 28)



Certamente ninguém pode ler estas belas palavras da Escritura, sem ficar impressionado com a sua majestosa simplicidade. São ao mesmo tempo abrangentes e profundas. Há instrução e conforto para o homem comum da rua, e é suficiente para o homem educado do século XXI . A Unidade das coisas é explicada: tudo vem de um só Deus. Uma sabedoria permeia tudo. Um poder sustém os céus, contém os poderosos mares, é a fonte de toda a vida, está por trás do poder do átomo e os
instintos dos seres vivos, e pinta as asas da borboleta e o céu poente. O infinitamente grande e o infinitamente pequeno são igualmente o trabalho do Seu poder criativo e se encontram dentro do âmbito do Seu controle.


E o melhor ainda está para vir! A Criação não é um fim em si mesma. Há mais para vir. Glória maior do que jamais se viu encherá este planeta. O propósito de Deus tem um esplendor e uma promessa guardados que todos nós podemos compartilhar. Na verdade, é este propósito e nossa participação nele que nos propomos a analisar nas páginas que se seguem.

 

(The Christadelphians, What they Believe and Preach por Harry Tennant, tradução para português: S.Mestre)